Um Brinde a Sua Covardia{Legados - Livro II}

Capítulo 12 - Escolho eu.

Ares Roveretta...

Passei pela porta da casa de minha avó, e logo fui recebido pelo bobo da corte dela.

"Cairus".

Cairus, é o principal secretário da minha avó, ele trabalhava junto com Alisson. Nunca entendi muito porquê minha avó precisava de dois secretários.

- Sua avó não está senhor!

- Mentira, os seguranças disseram que ela não sai a uma semana!

Continuo andando e Cairus, fica na minha frente.

- Ela não quer vê-lo, senhor!

Olho com raiva para Cairus, e vejo o velho secretário tremer.

- Saia da frente, se não você também vai ser a vítima de minha fúria!

Cairus, permaneceu imóvel na minha frente. Suspirei exasperado e empurrei o velho para o lado.

Subi a escada rapidamente e invadi o escritório da minha avó.

Ela estava atrás da sua mesa como sempre. Trajava um terno branco e usava seus óculos abtuais.

- Parece que você esqueceu as boas maneiras que lhe ensinei!_Vovó tira seu óculos e me encara contraditória. - Eu disse que não queria ver ninguém!

Sorrir em escárnio e encarei minha avó.

- Além de intrometida, a senhora se tornou covarde, Vovó?

Dona Lagona, desvia o olhar de mim e pousa seu óculos na mesa.

- Não sei do que está falando?

- Não sabe? Então deixe-me dizer... a Senhora ameaçou a Alisson, para terminar comigo!

- Ela lhe disse isso?

- ELA NÃO PRECISOU DIZER VOVÓ, TA NA CARA QUE A SENHORA FEZ!

Dona Lagona, se levantou e bateu na mesa.

- NÃO IREI PERMITIR QUE FALE ASSIM COMIGO!

- E EU NÃO VOU PERMITIR QUE A SENHORA SE META NA MINHA VIDA, E NEM COM A MULHER QUE EU AMO!

Vovó se aproximou de mim e me enfrentou frente a frente.

Encarei a mulher que me criou como alguém estranho que nunca vi na vida.

- Não irei permitir que uma mulher como ela, faça parte desta família!

- O que você quer dizer como uma mulher como ela?_Me aproximo mais de minha avó, mas a mesma não recua.

- Uma mulher...perdida, baixa e sem nenhum valor, nossa família não vai ser perder por conta dos seus sonhos apaixonados!

Apertei o celular que estava em minha mão e taquei com força no chão. Vovó fechou os olhos assustada e eu a fiz olhar no fundo dos meus olhos.

- Perdida? Baixa? Sem valor?_Rosno repetindo todas as palavras dela. - Você já se esqueceu quem foi o seu filho?

Vovó paralisou e baixou a cabeça.

- O pai do Donato, foi um homem que se meteu com coisa erradas vovó, e ele também se apaixonou por uma mulher pobre, e deixe-me falar, PRETA!

O rosto de minha avó corou.

Não sei se por vergonha, ou por raiva.

- Seu filho era errado, mas não foi por isso que a mãe do Donato, o seguiu, ela era uma pessoa boa, e fez o seu filho, O PAI DO SEU NETO, QUE TAMBÉM É PRETO, SE TORNAR UMA PESSOA BOA!

Vovó começa a chorar, talvez por causa do seu passado obscuro, que a mesma tenta esconder a sete chaves do mundo.

Minha avó merece escutar tudo, para que ela lembre, que todos somos iguais, independente de onde viemos, do que temos no bolso ou na cor da nossa pele. A única diferença, é que nossas lutas não são iguais, muitos antes de nós tiveram que sofrer e até mesmo morrer para conquistar o que tem hoje, e a luta deles é algo digno e motivo de muito orgulho, e não algo baixo como me avó abre a boca para dizer.

- O que a Alisson, fez de errado? E porquê ela é americana, Nasceu no Brooklyn, seu irmão se meteu com coisas erradas? Ou é porquê ela tem a pele de um povo que foi escravizado?

Vovó fica calada.

- O QUE É VOVÓ?

Mais uma vez, ela ficou calada.

- Torça para Alisson, me aceitar de volta, se não você perdeu um neto!

Dou as costas para minha avó e saio do escritório dela batendo a porta.

Não sei se fui duro, mas ao menos fiz o que meu coração mandou.

Eu queria fazê-la entender que amo Alisson, independente de tudo. E se for para escolher alguém, que seja eu...

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