Capítulo 11 - A verdade

145 16 1
                                    

Ares Roveretta...

Eu estava no meu escritório na empresa sede se Florença. Não tinha a obrigação de ficar na agência de Frederico, eu era apenas um acionista qualquer, ficava apenas por dentro do que acontecia com as ações, mas não me metia no que acontecia diariamente.

Eu precisava trabalhar, tirar Alisson, da minha cabeça era excencial para o meu crescimento. Não podia passar o resto da minha vida sofrendo por alguém quem me trocou por lixo.

Comecei a assinar os contratos que já estavam bastante atrasados e fui colocando na pilha ao lado. Minha secretária revisou tudo antes de passar para mim, e já adiantou bastante o meu lado.

Escuto três batidas na porta, e ergo o olhar, pedindo para a pessoa entrar.

- Sandra, algum problema?_Claro que eu só espero problemas na minha vida.

- Tem um garoto querendo falar com o senhor, ele disse que o nome dele é Abner Delyon!

"Abner Delyon?"

O sobrinho da Alisson. O que ele veio fazer aqui?

- Pode deixá-lo entrar!

Sandra acente e se vai.

Um minuto depois o pirralho entra na minha sala com o olhar firme em mim.

Pelo visto as coisas de criança é séria.

- Pode sair Sandra!

Sandra sai, me deixando sozinho com o pirralho.

- Sente-se!_Mando e ele ajeita  o seu blazer.

- Prefiro ficar de pé!

Pondero na minha cadeira e cruzo as mãos em cima da mesa.

- Então moleque, o que veio fazer aqui? Não devia estar na escola a essa hora?

O garoto riu em deboche e me encarou.

- É talvez eu aja como um moleque, mas ao menos estou agindo de acordo com a minha idade, e você com quase 40, que age igualmente a mim, moleque!_Bato na mesa com raiva e me levanto furioso.

Com quem esse pirralho acha que está falando?

Ele pensa que sou o pai dele para me desaforar assim?

- Qual é o número do seu pai vou ligar para ele e mostrar como que se educa um filho!

O moleque me olha com uma pitada de raiva no olhar e senta na cadeira que a minutos antes, eu havia mandado ele sentar.

Abner, cruza as pernas e me encara com um suspiro exasperado.

- Não vim aqui ofender você, até porquê meu objetivo não é esse!_Ele diz e olha para o chão.

- Então qual é o teu objetivo?

- Falar o porquê minha tia deixou você!

Aquelas palavras penetraram o meu ouvido como um alerta.

Então tem um motivo para Alisson, ter me deixado.

- Como vou saber que você não está inventando tudo isso?

- Não vai saber, mas você conhece a minha tia, ela vive de cara amarrada, não tem amigos, fora que todo mundo precisa desabafar, então ela faz isso comigo, posso até dizer que sou o melhor amigo dela!

Procuro algum resquício de mentira no olhar do garoto, e quando não encontro, acabo cedendo.

Me sento de volta na minha cadeira, e o encaro, esperando ele começar a falar...

- Eu tinha sete anos quando o meu pai se meteu com um pessoal barra pesada, ele ficou devendo muito dinheiro para essas pessoas, um dinheiro muito alto mesmo, um certo dia essas pessoas invadiram nossa casa atrás do meu pai, mas só encontram, meu avô, minha tia e eu, meu pai havia fugido, eu era bem pequeno mas lembro claramente de tudo. Meu avô teve um derrame grave naquele dia, e foi parar no hospital, ele ficou no hospital por muito tempo, mas morreu a um ano!

"No mesmo período que Alisson, tirou férias da casa de minha avó".

- Tia Alisson, teve que cuidar sozinha de mim, e como meu pai fugiu, a dívida dele foi para ela, ela trabalhou duro durante sete anos para pagar essa dívida, tivemos que viver com pouco para poder quitar!

- E o que isso tem aver com a sua tia me largar, eu poderia ter ajudado se ela me pedisse ajuda!

- Quando você se envolvel com a minha tia, uma pessoa descobriu e usou a situação com meu pai contra ela!

"Como assim?"

- Quem foi?_Tremi ao esperar por sua resposta.

- Sua avó!

"Não".

- Ela ameaçou a tia Alisson, a entregar o meu pai, e ainda disse que faria a minha vida ser lastimável se ela não se afastasse de você!

Não possi acreditar que isso é verdade.

Minha avó nunca faria isso.

- E o Chagas, eu vi ele na sua casa no dia que te conheci!

- Aquele pateta mauricinho  foi mandado pela sua avó, minha tia chutou a bunda dele depois que você saiu!

Então foi por isso que Alisson, não fez alarde ao ver ele, ela não o reconheceu.

- Minha avó demitiu a sua tia?

- Não, ela se demitiu, disse que não faria mais parte dos capricho daquela velha mal amada!_O garoto xinga a minha avó, e eu o encaro em negação.

Se minha avó realmente tiver dedo nessa história, irei fazer o inferno naquela mansão.

- Irei mandar meu motorista deixá-lo na escola!

Abner, levanta da cadeira e me encara com tédio.

- Não tenho aula hoje, fui suspenso!

" E ele fala nessa tranquilidade".

- Já contei tudo que você tinha que saber, agora se machucar a minha tia, não irei deixar barato para você!

Abner, sai do meu escritório e eu ligo para o motorista ir deixá-lo.

Legados
Livro II

Um Brinde a Sua Covardia{Legados - Livro II}Onde histórias criam vida. Descubra agora