escravos do amor

capítulo 37

Ricardo está muito concentrado nos papéis e na tela do computador na sua frente.

Sabia o quão complicado seria assumir essa tarefa. Mas como sempre está a disposição do amigo, não poderia deixá-lo na mão.

E a coisa é mais grave do que pensou!

" Esse cara está infiltrado aqui há muito tempo… como o Jonas não se deu conta disso? Muita ingenuidade da parte dele! O Nicolas vai ter muito trabalho… e como vai! "

Pensa com a sobrancelha arqueada E uma expressão nada boa no rosto.

Cibele, a secretaria do homem, vem com uma xícara de café que ele previamente tinha pedido.

— Obrigado… estava mesmo precisando disso.(fala para a moça que sorri solicita).

— Posso ajudá-lo com mais algo?

- Pode sim. Preciso que providencie uma reunião o mais breve possível.

Ela parece um tanto curiosa.

— Posso perguntar uma coisa?

— Claro. Do que se trata?

— Eu percebi que ultimamente a empresa está bem movimentada...está a acontecer algo?

- Ah não. Nada de importante. É que o Nicolas gosta de tudo nos devidos lugares. Por aqui estava uma bagunça...mas estou a providenciar para que tudo torne a ficar nos eixos.

— Ah…

— Não precisa se preocupar com isso.(por um instante ele percebe um ar de decepção na garota) tem algo te incomodando?

— Não… é que, sabe… os corredores… as pessoas falam. Preocupadas com o futuro emprego. Enfim.

— Garanto que ninguém sairá prejudicado. Por isso mesmo estou aqui. Trabalhando como um escravo nos tempos da inquisição!(sorri simpático) não deve se sentir ameaçada… tudo bem?

— Não me sinto… apenas penso que está a exagerar um pouco. Nunca descansa?

— O suficiente.

— O sr. Richmam tem o mesmo ritmo de trabalho… como ele aguenta?

Ricardo sorri.

— Somos obcecados pela perfeição. Então...Mas, claro que encontro sempre  uma horinha para um pouco de diversão (agora o olhar dele fica explícito, causando uma sensação perigosa ao ambiente) por enquanto Cibele, é só isso. Obrigado.

Não são preciso mais palavras. Ela entendeu o recado.

— Se precisar, estarei na minha sala.

— Te aviso.

A moça sai e Ricardo fica pensativo.

" Impressão minha, ou ela estava a querer algo?"

Pega o celular e liga para Nick.

Não demora muito o amigo atende.

- Ricardo...tudo bem?

— Aí depende do que exatamente quer saber.

— Sério? Vai deixar-me curioso?

— Posso dizer-te… problema é pouco! Se prepare… está bem interessante.

— Ah ajudou-me um bocado! Sabe o jeito que fico quando vem com esse jogo de palavras comigo...vai direto ao assunto!( um tanto alterado)

— Ah esse seu génio! Difícil lidar com um escorpiano… bom, o fato é: não posso falar com você por telefone. Podemos nos encontrar?

— Só me dizer onde.

— Naquele bar que você conhece… estou a ir pra lá agora mesmo.

— Está bem. Nos falamos lá então. Até mais!

Nicolas desliga o telefone com um olhar preocupado.

E não passa desapercebido por Lívia.

— Aconteceu algo?

— O Ricardo quer falar comigo.

— E pelo que parece… deve ser preocupante.

— É sim.

— Posso ajudar de alguma forma?

— Amor… sério. Não quero que se preocupe com isso.

— Preciso estar a parte das coisas da empresa, afinal… sou herdeira daquilo tudo.

Ele respira fundo.

Livia não perde a razão. Só não tem ideia que o seu património não está disponível apenas para ela nesse momento. E tem alguém  querendo o seu nicho nessa herança… de preferência, querendo praticamente tudo.

- olha só, preciso dar uma saída. se me conhece o bastante, sabe que estou preocupado. E se não resolver isso o mais breve possível…

— Nicolas, eu entendo o seu empenho. Mas preciso saber que se trata. Não me trate como uma garota boba...da mesma forma que te conheço… sabe que não se livrará de mim. Então, revele detalhes comigo.

Ele aproxima-se dela e faz um carinho breve no seu rosto.

— Sabe porque lhe amo tanto?( sorriso) por que me desafia. Sabe como me deixar completamente nas suas mãos...(a beija suavemente) porque tinha que ter esse poder todo sobre mim? sra. Richmam?(olhar sedutor)

- Se tenho… então diga-me exatamente o que está a acontecer e… nem tente seduzir-me com esse seu sorriso lindo.

— Tudo bem. Eu prometo-te contar tudo. Mas agora, é serio: tenho que encontrar o Ricardo. Na volta deixo-te a par de tudo… prometo.

- Jura?

— Sim. Eu prometo. ( agora o seu beijo é quente e cheio de paixão)

Ele sabe mesmo como dobra-la.
E se não fosse por seu amigo o esperando… com certeza não ficaria apenas no beijo.
Se afasta dela devagarinho e faz um carinho nos seus cabelos.

— Vou tentar voltar o mais rápido possível.

- Nick… deixe eu ir com você…

— Amor… já falei, conto-te tudo depois.

— Estou aflita.

— Eu sei o meu anjo( beijo na testa) já não prometi dizer-te tudo? Confia em mim.

Ela dá de ombros e faz um biquinho.

— Não faz assim comigo… sabe que desse jeito não consigo sair de perto de você...(ele abraçando-a suavemente)

— Está bem. ficarei-te esperando ansiosa por notícias.

— Lívia...eu te amo.

Ela abraça-se a ele.

— Também amo você.

Depois de um beijo suave, ele sai.

Durante o trajeto, o único pensamento dele agora é: tentar a todo custo resolver esse problema sem deixar nada o deter. Mesmo que para isso corra um grande risco.

Não sabe com quem está a lidar.E a sua desconfiança o leva a crer que será perigoso o caminho que vai ter que tomar para não deixar mais estragos do que já foram feitos.

Ricardo está no balcão do bar degustando a sua bebida quando o vê.

— Nicolas. Demorou!

— Vim o mais breve possível. A Lívia questionou-me… agora tenho que abrir a situação com ela também.

— Sei… olha, descobri uma coisa. E vai afetar a sua esposa em cheio.

— Como assim?

Ricardo entrega uns papéis a ele que começa a ler. De fato é uma coisa muito séria.

— Eu não acredito nisso!

— É amigo… se estava complicado… agora ficou insustentável.

— Vai ser… um baque para ela...

— Vai. E agora? Como agirmos Nicolas?

de fato, ele não tem a mínima ideia.