Reliquias da morte 3

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A escola estava irreconhecível. Era uma das imagens mais tristes que eu já tinha visto. Não tinha luz, não tinha risos, não tinha vida.
Todos os alunos estavam machucados de alguma forma, todos tinham cortes, arranhões e partes do corpo inchado.
Ninguém andava livremente, todos se locomoviam em marcha e em fila.
Snape estava lá como diretor, junto com os irmãos
Carrow.
Professora McGonagall tinha a expressão triste e assustada. Ela tentava mostrar o contrário, mas era muito transparente.
Eu até então era a única aluna sem nenhum machucado.
Entrei no salão comunal. Snape me viu. O olhei com os olhos cheios de lágrimas. O que estava acontecendo naquele lugar?
Snape logo desviou o olhar e percebi sua respiração falhar. Ele estava preocupado.

———

Assim que Snape viu sua aluna em Hogwarts, alterou a mente dos irmãos Carrows para que pensasse que a menina estava lá desde o primeiro dia de aula.

———

O professor deveria estar fazendo o que podia para proteger os alunos, não era?
Não demorou muito para eu perceber que quando conseguia, ele mandava os alunos para a floresta proibida para protegê-los da tortura dos irmãos comensais.
Uma vez no salão comunal, fui até Ginna.
Segurei seu braço e falei perto de sua orelha.
-Preciso de uma roupa da escola, antes que percebam que eu não estava aqui desde o primeiro dia e concluam que eu estava com Harry.
Ela sussurrou a senha para ter acesso a torre da
Grifinoria.
Entrei na torre e fui até o dormitório da Weasley.
Coloquei o primeiro sweater preto e calças pretas que vi na frente. Peguei o cachecol de sua casa e com um feitiço o transformei em verde e branco.
Corri e me juntei aos outros. Me camuflando o máximo que conseguia.
Na primeira oportunidade, me juntei a Ginna novamente e a abracei.
-Me encontre na entrada da torre as 11.
Ela assentiu e nos afastamos.
Naquela noite, encontrei a também ruiva no local combinado.
-Ginna... Como você está?
-Bem... Harry, como ele esta?
-Bem, minha querida. Ele vai ficar bem!
-o que você tem em mente?
-É perigoso... Preciso saber se você vai mesmo querer fazer parte disso?
-Claro, Aurora. Diga o que eu tenho que fazer...
-Dumbledore deixou o livro de poções do Snape para mim, nele continha alguns ingredientes misturados que eu nunca tinha visto juntos, aquilo me fez pensar em juntar alguns outros de efeito analgésico. Se minha experiência der certo, eu posso amenizar os efeitos do Cruciatus e Imperius, mas para isso eu vou precisar de um laboratório.
-Podemos usar a sala precisa!
-Acho que é perigoso de mais.
-Já sei, Neville achou uma passagem da sala precisa que da no segundo andar do Cabeça de Javali.
-A sala precisa consegue nos disponibilizar utensílios para fazer um laboratório improvisado?
-lalvez.
-Vamos para o sétimo andar!
Naquela noite, entramos na Sala Precisa,
atravessamos o túnel e saímos atrás do quadro de Ariana
Dumbledore.
Vi pela primeira vez uma cópia mais nova do ex
diretor de Hogwarts.
-Senhor Dumbledore, essa é Aurora Andrews. É a única de confiança da Sonserina. -Ginna fez as apresentações.
-É um prazer conhecê-lo, senhor Dumbledore.
-O prazer é todo meu, meu irmão confiava muito em seus pais e em você também.
-É muito bom saber disso, senhor.
-O que posso fazer por vocês, meninas?
-Eu preciso de um laboratório, eu posso usar a sua
sala?
-Ela fará poções para ajudar os alunos...
-Potter também?
-Potter também?
-Sim, eles vão precisar de algumas poções e eu farei para eles.
-Como irá entregar as poções?
-Eu tenho um jeito, mas vocês vão precisar confiar em mim um pouco mais.
-Escreva nesse pedaço de pergaminho tudo o que precisar, eu comprarei discretamente e você conseguirá fazer suas poções.
-Obrigada, senhor! Amanhã estarei aqui no mesmo horário.
-Aurora, como vamos dar a poção aos alunos? Se eles souberem, podem nos denunciar em alguma sessão de tortura.
-Exatamente, só que eles não saberão que estão tomando as poções. Nós teremos que invadir a enfermaria e dar a eles sem que percebam. Ou trocar os vidros de madame Pomfrey ou colocar em suas bebidas disfarçadamente. Quanto menos pessoas souberem, mais seguro será nosso plano.
-E se descobrirem?
-Teremos que ser forte!
Na noite seguinte estava no Cabeça de Javali, minha experiência havia dado certo. Dei um gritinho de felicidade.
Recebi de Hermione um pedido de poção para fome. Fiz em menos de uma hora e pude ver o líquido sendo consumido pelo frasco que estava com eles.
Passei a noite fazendo poções analgésicas com efeitos de minimizar as dores provenientes das maldições Crucius e Imperius.
Nas semanas seguintes, Ginna e eu
nos
revezávamos, uma hora alegando que estávamos sentindo dores, indo para a enfermaria e alterando as poções de Madame Pomfrey, outra hora alterando os sucos de abóbora ainda na cozinha.
Havíamos quase sido pegas por três vezes, mas nos saímos bem.
McGonagall estava nos ajudando a distrair Pomfrey, afinal quanto menos pessoas soubessem, mais seguro seria.
Três semanas haviam se passado, os comensais estavam pegando mais pesado, provavelmente porque percebiam que os alunos não estavam sofrendo tanto no pós maldição.
Eu não dormia há dias, passara noites e mais noites preparando poções para a escola e para Hermione.
Era a quinta noite que não dormia mais do que duas horas durante a noite, estava a caminho do sétimo andar. Não percebi que alguém estava me seguindo.
Quando cheguei a frente da Sala Precisa, a porta não se mostrou. Senti um aperto no peito, sabia o que aquilo queria dizer. Eu não estava sozinha.
-Acordada tão tarde, Sonserina?
Alecto Carrow aparecera do meu lado.
-Eu... Eu... Eu ouvi alguém dizer que tinha um sangue-ruim que ficava andando pelo castelo. Decidi investigar.
-Você acha que eu sou quem, ein garota? Você é amiga do Potter que eu sei. Está ajudando ele?
-Não!
Vamos fazer uma visita ao meu irmão, ele vai adorar te conhecer melhor.
Ela me levou até a sala que era de Dumbledore.
Chegando lá pude ver Amycus Carrow sentado na mesa do diretor.
-Por que veio pra cá?
-Snape teve que sair. Essa sala é bem mais legal que a minha.
-Olha quem eu achei andando pelo castelo.
Ela me empurrou pelo braço e eu caí de joelhos no chão.
-É a amiga do Potter... Ouvi dizer que do quarteto, é a melhor em poções.
-Snape vai adorar se divertir com ela.
-Com certeza. Mas Snape não está aqui. Nós estamos...
Sentia meu corpo tremer de ódio. Lágrimas rolavam pelo meu rosto sem ao menos eu perceber.
-É melhor deixarmos a parte mais divertida para
Snape, as antes vamos prepará-la para ele.

———-

Severus havia voltado de uma reunião com o Lorde Das Trevas. Estava exausto.
Assim que chegou na porta de sua nova sala, viu os irmãos Carrows saírem dela.
-O que faziam lá?
-Ah temos uma surpresinha pra você. Acho que vai gostar.
-Boa noite, diretor.
Os comensais desaparecem atrás dele e o professor pode ouvir os próprios batimentos cardíacos.
Ele correu escada acima e quando chegou em sua sala, pode ver Aurora caída no chão, seus olhos quase sem vida o fitavam.

A melhor aluna de Severus SnapeOnde histórias criam vida. Descubra agora