Severus havia perdido o sono por várias e várias noites seguidas.
Estava cansado, mas alarmado.
Ele demorou a se apresentar ao Lorde das Trevas e fora severamente punido.
Mesmo depois de dias, ele sentia dores e fraqueza, subitamente sentia alguns tremores que normalmente passavam em minutos.
Estava novamente entre Dumbledore e Voldemort, fazendo o bruxo das trevas pensar que era leal a ele e relatar tudo o que acontecia ao diretor de Hogwarts.
Manipulava a própria mente para o Lorde ver apenas o que ele poderia ver.
A Ordem da Phoenix havia se juntado novamente, e além de tudo ele teria que fazer parte daquilo também.
Dumbledore havia convocado uma reunião e
Severus deveria comparecer.
Chegando ao 12 Grimmauld Place, Severus viu o
Prédio se abrir e dar espaço visível a casa dos Black.
Sentiu uma náusea por não ter dormido e nem se alimentado direito, também porque estando lá, estaria na companhia de Sirius e Remo. Sentiu-se mais uma vez sozinho e perdido, fez a raiva se enaltecer, escondendo de si mesmo os primeiros sentimentos.
A porta da mansão se abriu e ele pode ver o comprido corredor. A mansão era escura e imponente, com papel de parede e móveis pretos rústicos. Assim que colocou o pé na residência, ouviu, vindo da sala principal a sua esquerda, uma melodia.
Entrou na grande sala e viu uma menina ruiva, sentada de costas para ele, tocando piano. Era Aurora.
Ela não percebera sua presença.
Tocava Nocturne op. 9 No. 2 de Chopin.
Pela primeira vez em um bom tempo, Snape se sentiu mais tranquilo.
Ele se certificou que não tinha mais ninguém na sala, então encostou seu corpo cansado e dolorido em uma das grandes paredes, cruzou os braços e fechou os olhos para admirar a bela música que saia do piano preto fosco.—————————-
Quando acabei de tocar, me virei e encontrei o professor Snape de olhos fechados, encostado na parede.
Ele parecia mais pálido e muito cansado. Seus braços cruzados mostravam seus músculos tensos.
Me levantei e encostei levemente em seu braço.
-Professor...
Ele rapidamente se alinhou, desencostando o braço de minha mão e ajeitando os cabelos.
-Olá, Andrews. Você toca muito bem.
Ele abaixou o rosto e vi sua expressão ficar séria e suas sobrancelhas se juntarem. Ele tencionou a mandíbula e fechou os punhos.
Coloquei minha mão em seu ombro.
-Tá tudo bem?- Perguntei em um sussurro. Fosse lá o que estivesse acontecendo, o conhecia muito bem para saber que ele não queria que ninguém mais soubesse.
-E.. só...
Sua respiração ficou mais forte.
-Quer que eu faça alguma coisa?
-Uma dor... nas costelas...
Ele soltou o ar como se a dor estivesse passado.
-Está tudo bem, menina.
-Senta aqui!
Eu o ofereci minha mão e ele elegantemente a ignorou e sentou na poltrona que eu havia apontado.
Sentei na mesinha de centro para ficar de frente para ele.
-Há quanto tempo não dorme?
-Não é da sua conta, Andrews- Ele queria mostrar desprezo, mas seu tom de voz o traiu.
-Há quanto tempo, senhor?
-Quatro dias...
-Por Merlin, Snape.
Ele me olhou sério ainda com dor.
-*Professor* Snape, me desculpe.
Ele balançou a mão como se aquilo não fosse grande coisa. Jogou sua cabeça para trás e relaxou o corpo.
-Por que está sentindo dores? Quem fez isso?
-Andrews... Agora não...
Soltei lentamente o ar do pulmão em protesto e pude ver sua sobrancelha levantar com os olhos agora fechados.
-Eu não sei se o senhor sabe- Falei sarcasticamente- Mas, existem poções para dormir. Se quiser, eu posso lhe ensinar como preparar algumas.
-Está brincando com o perigo, Andrews.
Eu soltei uma gargalhada que ecoou pela sala.
-Não sabia que o seboso conseguia fazer alguém
rir - A voz de Sirius se lançou atrás de nós.
O olhei com surpresa. Como ele poderia falar assim com alguém? Ele era sempre tão educado comigo e com meus amigos.
No mesmo instante, Snape se levantou com postura, escondendo toda a dor e o cansaço que havia acabado de me transparecer. Como ele conseguia disfarçar? Quais outros sentimentos que ele conseguia ocultar dos outros? Vários, eu tinha certeza disso.
-É uma pena que você não tenha conseguido ganhar um doce beijo do Dementador naquela noite, eu daria tudo para assistir um cena tão satisfatória como aquela.
O momento estava ficando tenso. Muito tenso.
-Alguém quer um chá?
Pergunta besta, eu não sabia o que fazer. Foi a primeira coisa que me veio à cabeça. Senti meu rosto corar.
Sirius me olhou com um sorriso arteiro enquanto
Snape continuava sério e imóvel.
Caminhei até o animago. Dei duas batidas em seu ombro e o encarei de perto.
-Você não trata ele assim enquanto eu estiver por perto...Almofadinhas. -Falei o mais doce e sutil que consegui, com os olhos cheio de raiva.
Sua expressão congelou por me ver irritada pela primeira vez.
Dei uma última olhada para o professor que tinha um leve brilho nos olhos e subi para o quarto onde Mione e Ronny estavam.
Harry chegou. Ele, Hermione e Ronny junto com os gêmeos foram até a escada, usando uma orelha mágica para ouvir a conversa. O gato a comeu e eles estavam reclamando. Pedi passagem e passei por eles.
-Me sigam!
Fui em direção a porta da sala de jantar onde eles estavam tendo a reunião.
-Aurora, o que está fazendo?- Perguntou Harry
sem receber nenhuma resposta.
Dei três toques na porta e abri, meus amigos com expressões perdidas atrás de mim.
-Eu não quero ser desagradável, mas se ninguém aqui percebeu, Harry e nós, seus amigos, estamos relacionados com essa história até o pescoço. Se houver uma guerra, vocês podem ter certeza que estaremos na linha de frente. Agora, vocês vão querer nos integrar do assunto para a nossa própria proteção, ou vão preferir que fiquemos às cegas novamente?
Todos estavam em silêncio. Sirius tinha um sorriso no rosto e foi o primeiro a se pronunciar.
-A garota tem razão.
-Vocês são só crianças...
-Eu sei, senhora Weasley, mas nesse caso, não temos muita escolha.
Nos sentamos para jantar e ouvir o que eles tinham a nos dizer. Snape se retirou do cômodo. Ninguém pareceu se importar.
Fui atrás dele e o chamei quando ele estava prestes a abrir a porta da casa para ir embora.
-Não vai ficar?
-Não!
-Por quê?
-Porque eu tenho coisas melhores para fazer.
-Vai tomar a poção para o sono? Deveria tomar uma para dor também...
Ele respirou fundo, se virou e caminhou até mim.
-Nunca mais me defenda na frente dos outros, você não sabe o que eu fiz e do que eu fui capaz. Não coloque a mão no fogo por um completo estranho.
-Você não é um completo estranho.
-Sou sim, Andrews. Eu sou um completo estranho para você e para todos nessa casa.
-Não me inclua no julgamento deles. Eu sei que você não é tudo o que se esforça para parecer ser.
-Então você está completamente errada, Andrews.
Eu sou muito pior do que isso.
Ele se virou e saiu da casa.————————-
Umbridge começou a lecionar em Hogwarts. As coisas estavam saindo de controle.
Harry havia sido torturado, sua mão estava em carne-viva e ele acabara de discutir com Ronny e Mione por quererem que ele contasse a Dumbledore.
Harry estava com raiva, confuso e com medo, eu sabia disso.
Ele havia subido para seu dormitório e eu o segui.
-Harry?
-O que foi agora?
-Nada - Disse me aproximando lentamente dele-
Eu só queria saber se você está bem.
-Tá tudo ótimo, Aurora. Pode voltar para a sala comunal.
Eu me aproximei mais e coloquei minha mão em sua bochecha.
-Estou aqui Harry - Falei em um sussurro- Estamos juntos nessa, você não está sozinho. Vai ficar tudo bem, meu querido. Nós amamos você.
Eu o abracei e pude sentir sua respiração se suavizar.
Dei um beijo em sua bochecha e ele sorriu para
mim.
Assenti em forma de encorajamento e saí.
Bati rapidamente na porta de Snape e já entrei falando:
-Umbridge é uma velha sádica, maluca, mal amada e idiota. Ela está torturando os alunos em forma de punição e ela nem sequer nos da aula, aquilo é uma lavagem cerebral do ministério, sem contar que ela está interferindo na escola inteira. E aquela risadinha, por Merlin que mulher horrorosa! O Lorde Das Trevas vai retornar e ela nem sequer nos deixa aprender a como nos defender, e também faz questão de desmentir o Harry para todos e na frente de todos. Ela é louca, irresponsável, ridícula e nada nada nada profissional. Ela deveria estar presa!
Respirei pela primeira vez me sentindo meio sonsa.
-Acabou? - Perguntou Snape de sua cadeira.
-Acho que sim...
-Já que ela não ensina, alguém poderia ensinar os alunos... Secretamente.
-Como quem?
-Quem você acha que seria mais qualificado? Não poderia ser nenhum professor e obviamente ninguém de fora da escola.
Um brilho passou pelos meus olhos.
-Obrigada, obrigada! Você é um gênio!
Estava saindo da sala quando ele me chamou
-Andrews, nós nunca tivemos essa conversa, a ideia foi toda sua e... Não beba nada que essa mulher oferecer e pelas barbas de Merlin, não faça nada de errado na aula dela.
-Sim, senhor!——————
Montamos a Armada de Dumbledore.
Conseguimos tirar Umbridge da escola com a ajuda dos Centauros.
Harry teve uma visão erronia.Fomos desarmados no Ministério pelos comensais da morte até que os membros da Ordem da Phoenix apareceu. Bellatrix matou o primo, Sirius. Dumbledore e Harry lutaram contra Voldemort e o ministério finalmente reconheceu que o bruxo havia voltado.
Naquela noite, retornamos a Hogwarts....
-Andrews! -Snape foi até mim assim que cheguei na sala comunal da Sonserina. Ele me olhava como se quisesse me analisar- Precisa ver Madame Pomfrey?
-Não, professor-Falei com o tom cansado- Estou apenas com uns arranhões, mas... - Comecei a chorar.-Sirius está morto!
-Eu sei! - ele colocou uma mão no meu ombro.
-Ele era a única família do Harry.
-Potter tem vocês, vocês são a família dele... Olha pra mim!
Enxuguei as lágrimas e encontrei preocupados.
seus olhos
-Preciso saber se está machucada. Se está com alguma dor.
-Não, senhor.
Ele acariciou meu ombro.
-Você vai ficar bem?
-Nós sempre ficamos, não é?!
-Sim, menina. Nós sempre ficamos...
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A melhor aluna de Severus Snape
FanfictionEm Setembro de 1991, assim como o trio de ouro, Aurora Andrews também começa a estudar em Hogwarts. Apaixonada por poções, ela se torna uma das melhores alunas de Severus Snape, fazendo a vida do professor e o caos que ela se encontra, um pouquinho...