Reliquias da morte 2

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Entramos em um beco. Troquei meu vestido, cardigã e saltos por uma calça preta apertada, botas quentes de couro, um sweater e um sobretudo branco de manga bufante. Eu era a única do quarteto que estava de branco.
-Você tem que ser a do contra, Aurora- Harry falou tentando descontrair após perceber meu olhar, as analisando.
Hermione havia pego minhas roupas e posto em sua bolsa que tinha um feitiço de extensão, fez o mesmo com ela e os meninos.
Fomos a um café trouxa praticamente vazio, se não fosse pela garçonete mau humorada.
-Um cappuccino, por favor!
-O mesmo que ela.
-Eu também.
-O mesmo que os três.
A garçonete desapareceu pouco antes de dois homens com roupas trouxas entrarem no estabelecimento.
Estava em extremo estado de alerta. Assim que os dois se apoiaram no balcão, encostei meu braço levemente no de Potter que olhava para o mesmo lugar que eu.
Nos abaixamos momentos antes de atacados pelos dois estranhos.
sermos
Feitiços lançados de um lado ao outro, deixavam o lugar em pedaços.
Os derrotamos.
A garçonete apareceu novamente e parecia
chocada.
-Vá embora- Hermione disse a ela, mas a garçonete não saia do lugar.
-Saia daqui!- Falei com rispidez e a vi sair pelas portas dos fundos.
-Apague as luzes, Ronny. Tranquem a porta- Foi a vez de Harry falar.
Eu e Hermione fechamos as cortinas e eu virei a placa de "aberto", mostrando para quem estivesse do lado de fora a palavra "fechado".
-Esse é Dolohov, ele estava na torre na noite que
Snape matou Dumbledore.
Ouvir o nome do professor me fez sentir uma dor no peito, como ele estaria? Estaria a salvo? Ele era inocente, não era?! Ele me salvara no voo para a casa dos Weasleys. Eu não contara a ninguém, não sabia o que fazer, Harry estava cego de raiva, nunca acreditaria em mim.
Ronny estava com raiva, queria matá-los.
-Você os mata e saberão que estamos aqui-avisou
Harry. -É melhor apagar a memória deles.
-Hermione é melhor em feitiços- eu disse pegando a mão de Ronny e o afastando de Dolohov, o comensal que estava caído no chão.
Minha amiga se aproximou e lançou o feitiço.
-Obliviate!
Aparatamos em frente a mansão dos Blacks.
Dobby apareceu com Kreacher e o ladrão que estava com uma das Horcruxs de Voldemort, enquanto eu tentava ensinar Ronny a tocar piano.
-Master Weasley, é tão bom revê-lo.- Dobby cumprimentou Ronny assim que entramos no cômodo e se virou para mim- Senhorita Andrews, que honra!
-Olá senhor, é muito bom revê-lo.
-Senhor..-Dobby
repetiu pensativo enquanto
recebia um sorriso meu.

...

-Aurora precisaremos de uma poção Polissuco, vamos entrar no ministério desfardados e pegar a real horcruxs. Você tem algum em seu estoque pessoal?
Aparatei com Ronny na frente da minha casa.
-Ai! -Ele tropeçou
-Silêncio, Ron!
Nos abaixamos e corremos até o fundo da casa, onde minha avó tinha uma horta, agora já ressecada pelo inverno e falta de cuidado.
Ouvimos vozes de dentro da casa. Fechei os olhos, uma raiva me consumiu.
Ronny segurou minha mão e acenou em direção a janela acima de nós.
Assenti e entramos sorrateiramente pela janela do meu quarto.
Comensais estavam na sala. Pude ouvir a voz de
Snape. Meu coração deu um pulo.
Ronny estava com a bolsa de Hermione. Arrastei o tapete que estava no centro do cômodo e pudemos ver um alçapão.
-Não tem ninguém na casa- Ouvimos Snape falar da sala de tv.
Sussurrei a senha:
-Alice amava Arthur, Arthur amava Alice.
O alçapão se abriu rangendo, fazendo um barulho alto para uma casa vazia.
-Ouviram isso?- Um comensal falou.
-Desça lá, é o meu laboratório secreto. Todas as poções tem nome e um encantamento para os vidros não quebrarem. Pegue o máximo de poção que conseguir, não esqueça da Polissuco. Eu fico aqui!-
Sussurrei
-Mas é muito perigoso!-Ron sussurrou de volta.
-Vai logo, eu preciso ter certeza de que ninguém descobrirá a entrada.
Ele desceu e eu fechei a pequena e porta cobri o alçapão com o tapete.
-Vamos dar uma olhada... - O mesmo comensal disse e eu suei frio. Subi na tampa do alçapão, se eu morresse, eu cairia encima da entrada e eles nunca descobririam Ronny.
Estava em posição de ataque, varinha em punho.
-Não precisa-Agora era a voz de Snape- Deixa que eu mesmo vejo, não confio em você!
-Ora Snape, seu...
-Calado! Nós dois sabemos em quem o Lorde confia mais aqui.
Silêncio.
Ouvia minha própria respiração.
Comecei a ouvir passos conhecidos vindo em minha direção. Não sabia o que esperar.
Escutei o destrancar da porta e vi a maçaneta virar lentamente.
Vi Snape, ele estava na porta do meu quarto, iluminado pela luz da lua que vinha da minha janela.
Abaixei minha varinha.
Ele olhou profundamente para mim, seus olhos percorreram por todo o meu corpo.
"Está
¡ machucada?" Sua voz ecoou em minha
mente.
Balancei a cabeça em negação.
-Não tem ninguém aqui, era apenas um rato.-
Snape falou com um tom de voz mais alto que o normal.
Respirei fundo e fechei os olhos para me controlar.
Quando abri, Snape não estava mais lá, a porta estava encostada e ouvi os comensais saírem da casa.
Ronny tentou abrir a pequena porta embaixo dos meu pés. Me mexi pela primeira vez, tirei o tapete e o ajudei a subir. Fechamos o alçapão e Ronny o cobriu com o tapete.
Abri meu criado-mudo e peguei uma caixa e coloquei no bolso.
-O que aconteceu aqui? Ouvi vozes!
-Eu conto assim que chegarmos na mansão.
Voltamos para a mansão dos Black e encontramos
Harry e Hermione na mesa conversando com Dobby.
-Como foi?- Hermione estava aliviada em nos ver.
-Tinha comensais na casa da Aurora.
-Eles os viram? - Perguntou Harry preocupado.
-Não...-Começou Ronny mas o interrompi.
-Sim!
-o que? -Os três falaram juntos
-Eu preciso contar algo a vocês... Mas...
-Mas?- interrompeu Harry
-Mas vocês vão achar que eu estou louca.
Harry fez um gesto para que eu continuasse.
-Quando tomamos a poção Polissuco e voamos para a casa de Ron, eu me separei de George e Lupin.
-Sim, você nos contou que teve que voar mais rápido para desaparecer da vista dos comensais.
-Na verdade eu menti.
Pude ver a expressão de chocados dos três. Dobby gentilmente se retirou.
-Eu não disse porque achei que vocês não acreditariam, mas o fato é que aconteceu de novo...
-Não estamos entendendo, Aurora- Disse Ronny.
-Naquela noite, Snape me conduziu para que eu pudesse me salvar e ainda pulou na minha frente e me defendeu de um outro comensal. Ele salvou George mas cortou a orelha dele sem querer.
-Então foi ele!-Ronny disse irritado.
-Se não fosse por Snape, George estaria morto e essa noite...-Respirei fundo- Os comensais nos ouviram quando abri o alçapão que da passagem ao meu laboratório. Um deles queria ir até o meu quarto checar, mas Snape disse que o faria. Ele me viu! E ainda disse que não tinha ninguém. Ele salvou minha vida duas vezes!
Eles pareciam atordoados.
Harry foi o único a se pronunciar.
-Isso só quer dizer uma coisa, que ele se importa com pelo menos uma pessoa nessa vida, você! Ele salvou George porque ele estava perto de você, deve ter sido para te salvar também... -Harry tinha um olhar de raiva surgindo- Quando ele te viu hoje, Ron estava junto?
Neguei com a cabeça.
-Exatamente! Ele achou que era só você...
-Eu não acho que seja isso, Harry...
-Mas é isso, Aurora!- Harry falou um pouco alto-Ele matou Dumbledore, o único homem que confiava nele! Eu vi! Eu vi, Aurora!
Meus olhos se encheram de lágrimas. Estava exausta e com medo. Havíamos escapado da morte muitas vezes nos últimos dias.
-Desculpa...- Harry falou e se retirou, seguido por
Ronny.
Hermione se levantou e me abraçou.
Na manhã seguinte aparatamos apressadamente e fomos até perto do Ministério.
"Sequestramos" três dos funcionários e finalizei a poção com os cabelos deles.
-Eu preciso ir!- Falei.
-Como?-Hermione perguntou.
-Voldemort tomou conta de Hogwarts, vocês podem imaginar o que os comensais farão com os alunos. Eu preciso estar lá!
-Mas...-Ronny tentou falar.
Levantei a mão para continuar a falar.
-Descobri porque Dumbledore me deu o livro de Snape. Dentro dele tinha uma nota do diretor dizendo
"independente do que aconteça, sempre se lembre da genialidade da pessoa que possuiu esse caderno uma vez". Ele queria que eu lembrasse de tudo o que o Snape fez contra os inimigos. Uma das anotações do professor, mostra alguns ingredientes especiais e se meu experimento der certo, eu vou conseguir amenizar os efeitos de feitiços como Cruciatus e Imperius. Eu preciso ter certeza que nossos colegas ficarão bem.
Harry veio até mim e me abraçou, seguido por Ron e Hermione.
-Antes de ir, eu preciso que fique com isso-entreguei a Hermione a caixa que havia pego na noite anterior no meu criado-mudo.
Ela a abriu e dentro pode ver um frasco de vidro para poções.
-Esse mais do que todos os outros frascos tem feitiço de proteção... Meu avô trabalhava no ministério, ele ganhou do ministro da época quando se aposentou, foi o primeiro presente que ele me deu.
-O que é isso, Aurora?- Perguntou Hermione docemente.
-Não é muito conhecido por bruxos, por ninguém na verdade, é o único par que existe, eu tenho a cópia do frasco- mostrei a eles um saquinho que estava dentro do meu outro bolso.- tudo o que tem em um, terá no outro.
Escreva em um pedaço de pergaminho a poção que precisará, coloque dentro do frasco e eu também terei o mesmo pedaço de pergaminho, farei a poção que precisar, qualquer uma, colocarei no frasco e você também a terá.
Hermione me abraçou mais uma vez.
-Prometam que ficarão a salvo!
Eles acenaram. Uma lágrima rolou pela minha bochecha.
-Tome cuidado, Aurora. Seu plano será muito, muito perigoso. Se você for pega, será torturada e morta.
Sorri e parti.
Em seguida, aparatei na frente dos portões de Hogwarts.

A melhor aluna de Severus SnapeOnde histórias criam vida. Descubra agora