Abrindo os olhos

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-Professor, nós conseguimos...
Estava sentada na maca dele.
-Eu sei que não consegue me ouvir, mas eu não vou desistir de você, assim como você nunca desistiu de mim... - passei meus dedos por seu cabelo- Eu não posso nem imaginar como você viveu esse tempo todo, se esgueirando ente a luz e a escuridão. Sozinho... Tão sozinho... Mas você não está mais só! Tanta gente lutou por você hoje... Você tem a admiração de todos nós.
Ouvi alguém pigarreando atrás te mim. Me virei para ver quem era.
-Harry... O que faz aqui?
-Vim ver você.
-Está tudo bem?
-Está sim...
Ele se aproximou de mim para olhar Snape.
-Você acha que quando ele acordar, ele vai querer me ouvir?
-Por que não ouviria, Harry?
-Eu não sei, ele é o Snape... E agora que eu sei de tudo ou pelo menos grande parte da história, talvez ele não se sinta mais a vontade com a minha presença.
-De qualquer forma, eu acho que você deveria tentar pelo menos uma vez. Até porque provavelmente ele nunca se sentiu confortável com a sua presença, mesmo...Sinto muito...
-Você tem razão.Aurora?
Ele tossiu.
-Fala.
-No dia em que derrotamos Voldemort e que nós trouxemos Snape para cá, Minerva te fez uma pergunta, mas você nunca a respondeu.
-Não respondi porque você nos interrompeu
dizendo que precisava falar comigo.
-Eu sei. Eu fiz de propósito. Pensei que na hora você não quisesse responder.
-O que exatamente você quer saber, Harry?
-Você o ama?
Abaixei a cabeça e respirei fundo. O olhei nos olhos.
-Sim, Harry. Eu amo o Snape! Mas ele ama a sua mãe e foi por ela que ele sacrificou a vida inteira. Foi por ela que ele te protegeu. Sua mãe sempre será o único amor dele...
-E se isso que você pensa não for verdade?
-Nós dois sabemos que é...
Ele me deu um abraço.
-Seja lá o que acontecer, Aurora, estarei sempre com você!

-Obrigada Harry... Você é o irmão que eu nunca
tive.
-Você é minha irmã, sempre foi! Assim como
Mione.
-Quando Sirius morreu, Eu fiquei muito triste por você. Eu estava chorando e Snape tentava saber se eu estava machucada... Enfim, eu disse a ele que estava triste por você já que Sirius era sua única família... Snape disse que NÓS éramos a sua família e que você sempre nos teria. Ele estava certo!
-Estava sim! -Ele me sorriu- Aurora... Você vai ficar
bem?
-Sim... Obrigada, Harry!

——-

Dois meses haviam se passado. Quase todos os enterros e homenagens às vítimas haviam sido executados.
Os pacientes que estavam na enfermaria de Hogwarts já haviam se curado, uma vez que quase todos que estavam lá, tiveram ferimentos leves. Quase todos, menos um.
Havia apenas um paciente. E ele estava em coma.
Aurora agora só cuidava do único paciente que lá estava. Tinha mais tempo para descansar. Mesmo assim ela não o fazia longe da enfermaria.
Aurora agora só cuidava do único paciente que lá estava. Tinha mais tempo para descansar. Mesmo assim ela não o fazia longe da enfermaria.
Aurora continuava cuidando de Snape.
Depois dele ser inocentado, os médicos de St
Mungus acharam que ele poderia continuar na escola, assim que o examinaram.
A aluna passava os dias se dedicando a ele.
Continuava lavando e penteando seu cabelo e fazendo sua barba. Fazia todas as poções que ele precisava e trocava seus curativos diariamente.

...

Seus olhos se abriram. Ele fitou o teto. Onde estava? O que tinha acontecido? Se sentia estranho. Não estava com dor, mas seu corpo estava diferente.
Respirou fundo.
Seus olhos se moveram e ele pode ter uma visão um pouco maior de onde estava. Enfermaria. O que tinham feito com ele?
"Lupin? O que ele fez?"
Cenas de Lupin o atacando quando estudava em Hogwarts passaram por sua cabeça, misturado com lembranças dele mesmo pulando na frente de seus alunos os defendendo do mesmo.
"Potter?" Cenas de James e de Harry se misturavam em sua mente.
Ele sentiu algo em sua mão. Seus olhos se abaixaram, ele pode ver seu corpo mais magro agora, junto de alguns curativos.
Arrastou seu olhar até o movimento ao seu lado.
Viu a ruiva segurando sua mão. Ela parecia distraída. Era bonita e delicada. Tão linda...
Tentou falar algo, mas nada saiu.
Ele apertou a mão da menina.
Em um pulo, ela levantou entrando ainda mais no seu campo de visão.
-Professor! -Seu sorriso era magnífico e seus olhos estavam marejados.
A palavra "professor" fez sua cabeça girar, imagens de poções passaram pela sua cabeça. Finnigan explodindo uma poção em sua aula, Hermione levantando a mão...
-Professor? Está sentindo alguma dor?
Ele abriu a boca para falar, mas novamente nenhum som saiu.
-Agua?
Ele assentiu lentamente.
Ela levantou sua nuca e aproximou o copo de água
a sua boca.
Snape tomou, sentindo o líquido raspar em sua garganta.
-Obrigado...- sua voz não passava de um sussurro.
-Está com dor?
Ele a olhou por um longo tempo.
-Quem é você?

———

-Madame Pomfrey! Madame Pomfrey!
-O que foi?
-Ele acordou, mas...
-Mas?
-Ele não se lembra de mim!
-Calma... Vá chamar Minerva e Potter enquanto eu dou uma olhada nele.
Felizmente os dois estavam na sala da diretora.

———-

Corriam agora pelos corredores até a enfermaria.
Minerva se sentia uma adolescente correndo.
Chegando lá, viram Madame Pomfrey explicando a
Snape tudo o que havia acontecido.
Os olhos do professor se demoraram em Harry.
-Está tudo bem- Falou Madame Pomfrey- Ele só
acordou um pouco confuso.
-Severus, está se sentindo bem?
-Estou Minerva-Seu tom era baixo e seco.
-Professor, posso falar com o senhor?- Perguntou Harry.
Ele assentiu seriamente. Nos retiramos.

...

Severus ouviu de Madame Pomfrey brevemente o que havia acontecido. Como Potter derrotou Voldemort e como Aurora o havia salvo.
As mulheres se retiraram e ele estava sozinho com
Potter. Os olhos de Lily o fitavam.
Não era a primeira vez que afirmava para si mesmo que Harry era muito diferente do pai. E mais uma vez ele pode perceber a diferença.
-Senhor...
-Potter eu não preciso da sua compaixão...
-O senhor é o homem mais corajoso que eu já conheci. - Falou com firmeza. Severus estava chocado, não esperava isso.- Muito obrigado por tudo o que fez por mim e por meus amigos... Eu espero que um dia você me perdoe pelo meu mau julgamento. -Disse simples e diretamente. Seu tom era sério e verdadeiro.
-Eu não tenho nada o que perdoar, Potter- Ele falou com a voz embargada.- Agora, você não pode dizer o mesmo.
-Professor- Potter sentou ao seu lado- Eu te perdoou, por tudo. -Uma lágrima escorreu pelo rosto do professor.- Você está pronto para se perdoar?
-Eu nunca vou me perdoar!
-Mas deveria...
Harry se aproximou inseguro e o abraçou, sendo abraçado de volta. Se soltaram um tempo depois.
-Eu estarei aqui para o que precisar, senhor.
-Não é necessário, Potter.
-É sim! É sim, Snape. Estarei sempre aqui
se
precisar.
O professor abaixou a cabeça e o aluno se retirou.
Uma vez sozinho, Severus sucumbiu as lágrimas, cobrindo o rosto com as mãos.

—-

Estava na sala de Minerva.
-Você pode se acalmar? E por Merlim, sente-se.
-Não da! Ele se lembra de mim? Ou não?
-Minha querida, você vai ter que esperar.
-Harry!
Gritei quando ele entrou na sala. Minerva deu um pulo de susto na sua cadeira.
-Como foi? Como ele está? Ele se lembra de você?
O que ele falou?
Harry levantou uma mão.
-Ele se lembra de tudo. Foi só uma confusão momentânea.- Soltei o ar dos meus pulmões.- Ele parece bem. Madame Pomfrey contou que ele foi inocentado, então acredito que ele esteja aliviado. Ele parecia meio balançado, é melhor vocês irem vê-lo.
-É melhor irmos para a enfermaria. Aurora, eu vou falar com Severus primeiro e depois você fala.
-Sim, senhora.
Minerva estava com ele, separando-nos pelas cortinas verde água.
Eles haviam feito um feitiço para não ouvirmos o que falavam lá dentro.
-Maldito feitiço!
-Calma, Aurora. Respira!
Balançava minhas pernas para tentar me acalmar.
-Por que está demorando tanto? Por Merlim...

——-

Minerva havia se desculpado, tanto por atacá-lo no salão comunal quanto por não perceber a negligência que ele sofria em casa e principalmente por não protegê-lo dos marotos. Por não ter sido uma mentora melhor.
Ele havia perdoado a mais velha.
-A culpa não foi sua...
-Mas eu poderia ter sido melhor.
-Você foi a melhor que pode ser.
-Eu sinto muito por você ter que matar Dumbledore.
-Eu também...
A mais velha se retirou. Ele respirou fundo, se preparando para o que estava por vir.

——-

-Aurora, pode ir...
Respirei fundo. Por um momento senti medo e paralisei. Harry deu um empurrãozinho nas minhas costas e eu segui em frente.
Abri a cortina e encontrei seus olhos negros. O feitiço já havia sido cortado, mas eu não me importava.
Não seria segredo o que iríamos conversar.
-O senhor lembra de mim?
-Pensei que Madame Pomfrey e Potter tivessem explicado que foi uma confusão momentânea.-Falou secamente.
-Eles disseram, mas...
-Então qual foi a parte que você não entendeu?
-Professor?
-Aurora, Eu te chamei aqui pra dizer que quero você fora da minha vida imediatamente.

A melhor aluna de Severus SnapeOnde histórias criam vida. Descubra agora