Depois do beijo 2

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Aquela era a pior manhã de trabalho de todas.
Eu não queria estar ali, queria estar com ele, em seus braços, lugar onde eu não saíra até ter que ir trabalhar.
Olhava aquele monte de poções a minha frente e só pensava em como é bom tê-lo em meus braços, sentir seu toque, seu cheiro, seus beijos.
Imagens da tarde/noite passada se repetiam na minha cabeça.
O jeito conquistador que ele me olhara assim que afirmei que ele não precisava ter vergonha de suas cicatrizes. O brilho em seus olhos quando eu disse que o amava.
Lembrava de como ele tirara minha blusa com desejo enquanto eu abria botão por botão de sua camisa.
Ele massageava meus seios quando eu me afastei e pude ver seu peito por completo. Pude ver um pouco de desespero em seu olhar e percebi que eu era a única que conseguia realmente ver o que ele sentia.
O jeito que ele jogou a cabeça para trás e seus cabelos deslizaram na mesma direção, enquanto eu beijava cada uma das cicatrizes.
Naquela hora, ele soltou o ar como se o mesmo estivesse o sufocando e pude ver seu sorriso e seu corpo relaxado, finalmente acreditando no fato de que eu o amava. Ele tirou minha calça e fez um caminho com a boca até meus pés, me deixando completamente arrepiada.
Tirei sua calça percebendo o quanto ele já ansiava e necessitava daquilo.
Todas as partes de seu corpo rígidas, esperando desesperadamente por alívio.
O jeito como ele me olhou, lindo e profundamente antes de me fazer sua mulher. O jeito que apertava em nós o lençol as minhas costas. Como nossos corpos se encaixavam um ao outro, como se nossa vida inteira fosse apenas uma preparação para aquele momento.
"Eu te amo" ele sussurrava na minha orelha como um mantra quase o tempo todo enquanto eu me saboreava em seu prazer e paixão.
O jeito que passava sua mão por todo o meu corpo como se quisesse absorver o toque.
O jeito que fechava os olhos enquanto eu arranhava suas costas, uma resposta às suas iniciativas.
O fato de não desviar em nenhum momento seus olhos dos meus, como se estivéssemos mergulhando juntos naquele oceano profundo que víamos um no outro.
Ah... Seu sorriso. O mais genuíno que eu já vira.
Uma mistura de alívio e felicidade que até ele mesmo testemunhava em si pela primeira vez. Quando nós dois chegamos ao nível mais alto de, não só prazer como se fosse algo banal, mas amor e felicidade, nossos espíritos encontraram juntos, uma paz que eu nem sabia que existia.
Olhando para ele e vendo meu próprio reflexo em seus olhos, enquanto nossas respirações tentavam voltar ao normal, começamos a rir e a chorar.
Emocionados. Eu era dele e ele era meu e nada mudaria isso.
De volta ao meu laboratório, o barulho de poções borbulhando, pela primeira vez em minha vida, parecia sem graça. E corriqueiramente percebia que sorria sem nem perceber.

——-

Severo havia voltado para a escola naquela manhã, depois de ter a melhor noite de sua vida.
Ela o salvou e ele não se referia a poção que o havia praticamente trazido de volta do mundo dos mortos.
Seu coração não se aguentava de tanta felicidade.
Ela o havia salvo de si mesmo e agora, ele poderia ser um homem diferente.

——-

-Senhorita Andrews?
-Olá, Amanda! Já disse que pode me chamar de
Aurora...
-Sim... Aurora... É que chegou isso pra você.
Ela saiu da frente da porta 7, dando passagem a um buquê imenso de rosas escondendo quase o corpo inteiro de um homem com vestes negras que o segurava.
Dei um gritinho de felicidade.
Amanda se retirou e fui em direção as rosas.
-Surpresa.
Ouvi uma voz insegura de Severus por trás das rosas.
As peguei e as abracei.
-Severus... São lindas!
-Não como você.- Falou em seu tom ríspido normal de professor e depois me deu um sorriso zombeteiro.
-Eu te amo!- Falamos ao mesmo tempo e rimos.
Nos beijamos.
-Eu sempre achei que o amor deixava as pessoas idiotas, sempre esnobei os que tinham esse sentimento.
Mas a verdade é que eu nunca consegui sentir isso, até hoje e eu estou amando me sentir um completo idiota.
-Ninguém é idiota por se apaixonar, meu amor.
-Bem, agora eu sei disso... Você não vai ler o cartão?
-Claro!
-Leia em voz alta!
-De mim, Severus Snape, para a...-Lagrimas escorreram pelo meu rosto e ele sorriu.- mulher da minha vida.

A melhor aluna de Severus SnapeOnde histórias criam vida. Descubra agora