Capítulo 13

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Desde a manhã de sol e piscina, se passou um dia resumido a muito trabalho.

Já era sábado e o horário avançava as sete da noite.
Com uma taça de vinho ao lado do notebook, Fernando custava a se concentrar. Tentou beber um pouco para relaxar, mas foi em vão.

Com a TV ligada, ouvia um noticiário local, mas sem prestar muita atenção. Esfregava os olhos e a cabeça, entediado. Alternava o olhar entre a janela do quarto e a tela do computador.
Girou a cabeça e olhou para a televisão. Notou que no telejornal, repórteres anunciavam a agenda noturna da cidade fim de semana. O chamou atenção um pub irlandês que teria rodadas de irish car bomb e a música de fundo que ilustrava a programação do local era The Strokes, sua banda favorita da adolescência.

Levantou-se da cama em um salto e correu para o banho.
Rapidamente, se arrumou. Ajeitou os cabelos com os dedos, borrifou o perfume e foi surpreendido com uma repentina ideia. Como sempre, agiu no ímpeto para que não tivesse tempo de se arrepender.

Sentada na cama, Maraisa devorava amendoins japoneses enquanto aguardava que as unhas recém esmaltadas secassem por completo, com os dedos esticados. Ouviu duas batidinhas na porta e levantou-se da cama, surpresa. Olhou para si mesma, avaliou se estava em condições de atender a porta com aqueles trajes e então caminhou descalça até a porta.
Se esforçou para que o giro na maçaneta da porta não estragasse sua unha. Se sentiu paralisada com a visão que teve em seguida.

- Fernando? - ela arregalou os olhos,
tentando entender o que o levou até ali.

Ele estava maravilhoso e muito cheiroso, ela pôde sentir. Abriu um discreto sorriso a ela, cumprimentando-a. Estava com os olhos brilhando, parecia empolgado.

- Oi. Aceita um convite?

- Convite? Depende...

- Quer sair? - ela estremeceu por
dentro.

- Sair? Com você? Agora?

- Não, não. Sozinha. - Fernando revirou os olhos. - Claro que é comigo, se estou convidando é porque é comigo, porra. E sim, é agora.

Ela respirou fundo, com raiva da ironia dele, mas preferiu ignorar.

- Sair pra onde? - questionou, curiosa.

- Para um barzinho irlandês que vi
falando no noticiário. Parece ser bem legal.
Olhei no mapa e não estamos longe do centro da cidade, cerca de quinze minutos de carro.
Sair de casa é tudo que eu preciso em um sábado à noite. Estou entrando em parafuso aqui dentro, preciso ver gente, ver luzes de poste, ver carros na rua. E quero que você vá comigo.

- Porque?

- Ai, lá vem você...Porque sim, cara.
Porque eu não vou sentar e beber sozinho numa mesa de bar, que decadência. A não ser que você prefira que eu convide a cozinheira.

Maraisa olhou ao redor tentando raciocinar, confusa.

- Fernando, eu não sei se quero ir.

- Você tem quinze minutos para se arrumar e me encontrar lá embaixo. - Ele disse, puxando a porta do quarto dela, fechando completamente na cara dela.

Maraisa girou a maçaneta e a abriu novamente e já viu Fernando descendo o primeiro degrau da escada.

- FERNANDO! Quem disse que eu vou?
Vai esperar sentado! - e bateu a porta.

- Já perdeu um minuto! - ele gritou, sem que ela o visse mais.

Bufou e se encostou na porta, indignada com a prepotência dele de concluir que ela iria antes mesmo que ouvisse sua resposta, mas se pegou pensando quais roupas de sair havia levado na mala.
"Nem você mesma sabe o que quer, Maraisa.", pensou com raiva. Foi até a janela.

A Aposta - Adapt. MacóOnde histórias criam vida. Descubra agora