Capítulo 25

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Olá amoressss, passando apenas para avisar que nem tudo são flores numa relação, né? Então segurem a emoção e boa leitura. 

***

A manhã na redação estava trivial, como todos os dias, não fosse por um detalhe: Silvia estava de volta. Ela se reuniu com toda a equipe, agradeceu a compreensão de todos durante sua ausência. Anunciou que seriam seus últimos 15 dias no comando da redação e que, em breve, saberiam quem seria o substituto. Todos a abraçaram e desejaram um bom retorno a ela.

Em sua mesa, Maraisa trabalhava concentrada quando viu Larissa saindo da sala de Silvia e lançando um olhar estranho a ela.Maraisa sentiu um frio na barriga, mas ignorou e retomou com seu trabalho. 

No fim do expediente, Maraisa organizava sua mesa enquanto todos saíam. Olhou para os lados e viu que Fernando já tinha descido. Pegou sua bolsa no encosto da cadeira, atravessou o corredor e parou na frente do elevador. Esperava ansiosa, quando ouviu a voz de Silvia.

- Maraisa.

Ela olhou para o lado e viu a porta da sala de Silvia aberta. Caminhou até lá, tentando entender o que estava acontecendo. A redação estava completamente vazia e já com as luzes apagadas. Entrou na sala de Silvia devagar.

Sorriu pra ela, que estava sentada em sua mesa.

- Pois não?

- Senta aqui, querida.

Maraisa imediatamente obedeceu. Começou a perceber um clima estranho. Silvia levantou da mesa e começou a andar pela sala. Maraisa engoliu seco.

- Recebi uma denúncia hoje, por parte de um membro da equipe. Seria uma grande bobagem que não me diria respeito, não fossem as circunstâncias em que isso pode ter acontecido... -Maraisa sentiu seu coração parar. -"Larissa!", pensou. Silvia prosseguiu. - Você sabe que eu nunca, jamais interferi na relação dos meus funcionários, não sabe? - Maraisa fez que sim com a cabeça. - Eu sei muito bem que muitos de vocês mantém uma amizade fora do ambiente de trabalho e isso é ótimo, influencia no rendimento de vocês... Já aconteceram casos de envolvimentos amorosos também... Que pra mim também nunca foi problema. Eu só não admito que isso extrapole os limites da ética e do profissionalismo. -Maraisa ouvia muda, com o coração loucamente disparado. - Eu te pergunto, o que você tem a me dizer, Maraisa? - Silvia questionou, mas de forma tranquila e não acusatória.

Maraisa pensou bem. Estava confusa.

- Por enquanto nada, eu não estou entendendo onde você quer chegar, Silvia, desculpe. - Ela foi firme, mas delicada.

- Então vamos direto ao ponto. Corra os olhos rapidamente por esse artigo. Eu vou aguardar. 

Silvia estendeu uma pasta, entregando-a a ela e sentou-se na cadeira. Maraisa fitou a capa. Sentiu-se empalidecendo quando leu o título. "Avesso do avesso, por Fernando Mocó." Folheou rapidamente, tentando fixar os olhos em frases-chave para o seu entendimento. 

Compreendeu o conteúdo. Sentiu as lágrimas brotarem em seus olhos, mas reprimiu uma a uma. Ficou ofegante, mas disfarçou. Teve medo que seu coração saísse pela sua boca. Com as mãos e a boca trêmulas, folhava página por página, dando uma rápida olhada. Não podia ser verdade. Não podia acreditar no que estava vendo. Fernando usou a história do romance dos dois em seu artigo.

Claro que não usou seus respectivos nomes e nem a casa da serra. Mas cada fala, cada momento, cada beijo e cada transa. Ele não escreveu em formato de literatura, era tudo metafórico, era uma análise profunda. Mas eram eles. Era ela. Era o coração e as lembranças dela arreganhados em folhas de papel. "Avesso do avesso, meu Deus! A minha frase!". 

A Aposta - Adapt. MacóOnde histórias criam vida. Descubra agora