Capítulo 37

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Câmeras de segurança do circuito interno não eram suficientes para inibir o casal que trocava amassos dentro do elevador, que subia com a mesma velocidade que a temperatura dentro dele. Os funcionários da recepção se deliciavam assistindo pelos monitores.

O percurso até o 16° andar foi longo e deliciosamente quente. Fernando apertava as costas de Maraisa com uma das mãos, enquanto a outra segurava a coxa dela, que saía pela fenda e se enroscava ao redor da cintura dele. O rosto de Maraisa tinha manchas de batom espalhadas por todos os cantos, nas bochechas, no pescoço e no queixo. O elevador parou e Fernando arrastou Maraisa pra fora dele. A porta do quarto dele era a primeira, em frente o elevador. Ele deu quatro passos na transversal e jogou Maraisa de costas na porta, deixando-a entre ele e a porta, enquanto tateava os bolsos a procura do cartão magnético que destrancava a fechadura.

Por sorte, no primeiro bolso do blazer ele encontrou o que procurava. Maraisa entrou primeiro, puxando-o pela gravata. Com o calcanhar, ele chutou para que a porta se fechasse. Maraisa o empurrou na cama. Fernando ficou deitado, apoiado nos cotovelos olhando pra ela com a cara de safado mais intensa que ele conseguia fazer. Maraisa sorriu mordendo na boca, olhando pra ele. 

No chão em frente a cama, ela parou em uma pose sensual, com a coxa pra fora da fenda. Fernando observava cada movimento dela, inebriado. Ela abriu lentamente o próprio zíper, nas costas. Quando ele estava completamente aberto, ela desceu as mangas longas do vestido olhando no fundo dos olhos do Fernando. Ele ofegava, excitado. Ela deslizou o vestido até a barriga. Estava sem sutiã, o que fez com que Fernando mordesse na boca ao olhar pros seios despidos dela. 

Maraisa virou de costas pra ele. Sacudiu a cabeça, fazendo com que o cabelo dela cascateasse por suas costas nuas. Ficou com o vestido parecendo uma saia, cobrindo-a apenas do quadril pra baixo. Lentamente, ela empurrava com os dedos o vestido pra baixo, até que ele caiu embolado ao redor dos pés dela. Ela usava uma calcinha vermelha fio dental. Fernando passou a mão pela cabeça e sorriu, enlouquecido de tesão ao olhar pra calcinha minúscula que ela usava. Maraisa se virou de frente pra ele e caminhou até a cama.

Engatinhou em cima dele e se abaixou até quase encostar o rosto nele. Puxou com força o laço da gravata e a arrancou. Desabotoou três botões da camisa de Fernando. Ele apenas assistia, completamente entregue a ela. Maraisa desceu a cabeça até o pescoço dele. Abriu a camisa e passou a língua, desde a clavícula até o queixo dele. Ela pôde sentir na língua o gosto do perfume dele. Sorriu pra Fernando, maliciosamente. Ele deu um impulso e rolou pra cima dela na cama. Segurou com força nos cabelos dela e puxou pra trás, dando um tranco na cabeça dela. Mordeu com força o queixo, o lábio inferior dela. Maraisa se arrepiava e pulsava de excitação. Ele desceu a cabeça, beijando os seios dela.

- Ai, que saudade! Que saudade... - ele sussurrava.

Desceu mais um pouco e salpicou beijos na barriga dela, como se soubesse que o filho deles estava lá dentro. Maraisa observou muda e comovida aquela cena. Fernando se ajoelhou na cama e arrancou a própria camisa por completo.

Desafivelou o cinto e puxou a calça pela barra, arrancando-a junto com a cueca. Maraisa respirou fundo e estremeceu. Por alguns momentos naqueles dois meses que se passaram, ela achou que nunca mais teria aquela visão novamente. Puxou Fernando pela nuca e beijou-o. Ela acariciou a bunda e as costas dele com os pés. Fernando puxou a calcinha dela e a jogou pra longe. Maraisa fechou os olhos e sentiu-o penetrando-a. Gemeu fortemente e se contorceu com os braços abertos, cravando as unhas nas fronhas dos travesseiros. O corpo dela colava no dele com o excesso de suor. Felicidade ainda não era a palavra que definia o que ela estava sentindo naquele momento.


***


O sol invadia a janela, mesmo com a cortina parcialmente fechada. O quarto parecia ter sido invadido por um tornado, tamanha a bagunça. No chão, um vestido vermelho se encontrava caído. Ao lado dele, uma camisa e uma calça social, um blazer e o que parecia ser uma gravata borboleta desfeita. Perto da janela, uma calcinha vermelha tão pequena que parecia um trapinho de renda. Nos pés da cama, um edredom arrastava as pontas no chão. E em cima dela, dois corpos emaranhados, completamente nus e adormecidos, cobertos por um lençol branco.

A Aposta - Adapt. MacóOnde histórias criam vida. Descubra agora