Capítulo 2

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Fernando tinha certeza de que precisava de óculos. Não, precisava fazer uma cirurgia nos olhos. Melhor, PRECISAVA DE OLHOS MAIS JOVENS. AQUILO NÃO PODIA SER REAL!
Quando a porta da redação se abriu, viu seu amigo Jeferson virar-se e ficar de queixo caído.
- Não pode ser ela...
- Ela? Ela quem? – Perguntou Fernando.
- Ahn...acho melhor você ver com os seus próprios olhos.
Fernando suspirou e virou-se . A cena que ele tinha visto inicialmente pensou que não era real mas, era.
Sua arqui-inimiga, a pessoa que julgava como a que mais odiava, estava linda e deslumbrante, desfilando pela redação. Bom, pelo menos era essa a sensação. Não podia ser ela. Estava linda demais.
- E pensar que ela é a pessoa que mais odeia nessa vida. – Falou Jeferson. – Ei, Fernando! Feche a boca e pare de babar. – Brincou ele.
Fernando se recompôs e olhou novamente para a morena.
Seus cabelos castanhos e ondulados. Ela usava mais maquiagem e roupas mais alegres e...Fernando tinha que admitir, sexys. Ela virou-se e seus olhares se encontraram. Ela olhou para ele com uma certa desconfiança. Ele apenas continuou com seu olhar impassível. Não queria admitir que ela estava tão...diferente. Afinal, todo mundo sabia da rixa que os dois tinham.
Ela passou por ele e foi até a sua mesa, onde se sentou. Fernando fez o mesmo. Precisava se ocupar. Afinal, a imagem de Maraisa totalmente exuberante mexia com o corpo e com a mente dele.
Maraisa não tirava os olhos de seu computador. Claro que estava feliz com o resultado de sua mudança. Afinal, todos estavam elogiando de várias formas. Mas, ela realmente achou que ele iria pelos menos dizer que estava bonita. Mesmo eles sendo inimigos. Mas, ele ficou com uma expressão totalmente indecifrável cujo Maraisa não conseguia penetrar de jeito nenhum. Aquilo ligeiramente à decepcionou. Mas, logo se recompôs, pois sabia muito bem que era de se esperar que receberia essa reação. Como diz aquele velho ditado: "A esperança é a última que morre".
- Maraisa? Tudo bem? – Perguntou Larissa sentando-se na mesa ao lado da sua.
- Sim, está sim. – Mentiu a morena. – Eu só estava pensando aqui em algumas coisas.
- E essas coisas tem a ver com o senhor chato ali? – Ela indicou com a cabeça a mesa de Fernando.
- O que? O Fernando? Claro que não! Hahaha, porque eu pensaria nele? Ele não passa de um cérebro de ervilha.
- Eu vou pegar um café. Você quer? – Perguntou Maraisa para Larissa.
- Não, obrigada.
Maraisa levantou-se e foi até uma pequena salinha e serviu-se de café. Ela viu algumas bolachas dentro do recipiente. E foi ai que tinha percebido que não havia tomado café da manhã ainda. Então pegou algumas bolachas, sentou-se na mesa e ficou tomando seu café . A porta se abriu e passou uma pessoa que fez Maraisa revirar os olhos e dizer:
-Será que você só inventa de vir aqui quando eu estou?
- Será que você pode parar de reclamar por, nem que seja, cinco minutos? – Retrucou Fernando pegando uma xícara e o bule da cafeteira.
- Desprezível você. – Comentou ela antes de tomar mais um gole de café.
Fernando apenas soltou um suspiro e sentou-se na mesa ficando de frente para ela. Ela apenas levantou a sobrancelha, mas não comentou nada. Ficaram em silêncio por breves minutos antes de Fernando comentar:
- Tem alguma coisa de diferente em você... – Ele estava apenas querendo irritar a colega.
- Está tirando uma com a minha cara, né? – Perguntou ela irritada enquanto se levantava e colocava a xícara na pia e lavava.
- Não, é sério. Você está...diferente.
- Você só pode estar de ironia. – Disse ela cada vez mais irritada com aquilo.
Ela queria sair logo dali antes que não pudesse mais responder pelos seus atos.
- Será que é o cabelo? – Perguntou ele divertido com a irritação dela.
- Ah! Vá se ferra, Mocó!! – Falou ela antes de tentar seguir para fora da sala.
Porém, ela tropeçou em um tapete mal colocado e quase caiu no chão se não fosse por Fernando. Ele a segurou nos braços instintivamente.
Maraisa estava meia curvada, o que possibilitou ver que ela usava um sutiã branco dentro da blusa e que tinha um abdômen bem definido. Ele engoliu seco.
Ela se recompôs logo e o olhou totalmente desconcertada. Logo depois, falou irritada:
- Foi culpa sua!
- O QUE?! Minha culpa?! – Respondeu Fernando
- Sim! Se não fosse por você, eu não me irritaria, veria o tapete mal colocado e não tropeçaria.
- Olha...
- Eu não quero saber, não quero nem mais ouvir sua voz!! - Disse ela saindo o mais depressa dali.
- Meu Deus! Que mulher complicada! – Falou ele para si mesmo.
Porém, muito linda, Isso ele teria que admitir.

A Aposta - Adapt. MacóOnde histórias criam vida. Descubra agora