CAPÍTULO 06 | GRANT

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Oiiiie, depois de passar as últimas semanas meio dodói, estamos de volta, guys!

Porra, apenas um olhar na direção dela e algo dentro de mim se acende instantaneamente. É como se meu corpo inteiro estivesse reagindo a sua presença.

Como se eu fosse a gasolina e ela, o fogo.

Quando estou perto dela, é como se cada parte de mim ficasse em alerta e uma eletricidade pulsasse através das minhas veias. Perto dela, qualquer atração que eu sentir por outras garotas parece mínima.

E, parando pra pensar nisso... caralho, é possível que minhas intenções em descobrir quem ela é realmente sejam muito mais do que para manter minha cidade em segurança?

E se eu realmente quiser transar com ela?

Olhei para ela nas últimas noites, incapacitado de disfarçar a atração. Nem mesmo Jéssica havia deixado passar. Então, além de não conseguir negar para mim mesmo, eu ainda havia deixado a minha irmã perceber.

Depois de levar Jess para a minha casa, eu comecei a fazer minha ronda. Não era realmente uma surpresa que minha irmã houvesse voltado para casa, afinal, há alguns meses ela terminou a faculdade de Medicina e nunca negou que sua vontade era, após quase uma década longe, trabalhar em Coleman.

Dar um pouco de atenção para ela nos últimos dois dias me distraiu de algumas coisas, mas, eu não conseguia deixar de pensar que em breve teria o relatório sobre Melanie em minhas mãos.

― Xerife Marshall na linha.

― Chefe, o senhor está próximo ao Budget? ― Na verdade, minha rota não incluía o hotel, mas pensar naquele lugar me fazia pensar nela. Puta que me pariu. ― Temos uma denúncia de perturbação.

Girei o volante, entrando na primeira via que dava acesso à avenida principal.

― Estou indo, por favor, envie uma viatura auxiliar.

― Sim, Chefe. ― Shawn desligou e eu aumentei a velocidade. O Budget Motel é um desses lugares que recebem visitantes à cidade, mas que também recebem pessoas que estão passando. Pessoas de qualquer tipo. Das melhores às piores e mais perigosas.

Ao sair da viatura em frente ao motel, eu segui para dentro, por segurança, já abrindo o coldre e permanecendo com a mão na minha arma. Eu não costumava sacá-la com frequência e raramente precisava fazer isso.

― Que bom que você veio, Xerife, me acompanhe.

Eu segui a recepcionista até a parte de trás da recepção, onde havia um amplo jardim cercado por uma construção de dois pisos.

― É no segundo andar ― disse, apontando. ― Há um homem louco aterrorizando os nossos hóspedes. Tentei fazê-lo sair, mas, não consegui.

Eu apenas assenti. Caminhei rapidamente para as escadas e as subi dois degraus por vez, antes mesmo de alcançar o último degrau, eu ouvi a voz masculina. "Porque você não morre?"

Aumentei o passo, passando através das portas fechadas até me deparar com a última do corredor completamente escancarada. Como Xerife, eu vi coisas ruins ao longo dos anos, mas quando percebi quem estava sendo atacada, meu sangue ferveu imediatamente.

Sustentando todo o peso de um homem grande, Melanie estava sobre a cama lutando com o que parecia ser suas últimas forças, enquanto ele estava com as mãos em volta da sua garganta, apertando-a.

Sem me preocupar se o machucaria, eu envolvo meus braços em volta do seu corpo e o arranco de cima dela, jogando-o contra a parede mais próxima. Leva menos de um minuto para que ele me ataque e estejamos rolando pelo cômodo. Eu tenho técnica e ele tem fúria. Por experiência própria, eu sei que a fúria pode deixar as pessoas imbatíveis, então, eu sei que não preciso apenas nocauteá-lo, mas sim deixá-lo sem possibilidade de reagir.

Eu rolo o meu corpo sobre o dele e o abraço com as minhas pernas, em seguida eu concentro minha força no braço em volta da sua garganta. Suas forças parecem estar diminuindo, por isso eu o pressiono até que não consiga respirar. Suas mãos tentam libertá-lo do aperto, mas logo ele desmaia.

Empurro seu corpo para longe, me levantando. Vou até a cama para verificar Melanie. Ela ainda não consegue respirar normalmente, mas não é isso que está deixando-a completamente imóvel.

Porra, essa garota parece estar em completo pânico.

― Melanie.

Seu olhar está parado, ela está completamente imóvel, sentada sobre a cama desfeita.

― Melanie ― chamo novamente. ― Melanie. ― Não obtenho qualquer reação dela. Seus olhos estão vermelhos e pele completamente pálida. Eu me abaixo a sua frente e, contrariando meus instintos mais fortes, eu pego sua mão. ― Melanie.

Seus olhos finalmente alcançam os meus, ela pisca parecendo tentar entender o que aconteceu ali. Então, bruscamente ela se afasta-se, caindo em si.

― O que...

― Xerife, vim o mais rápido que... ― antes que Shawn terminasse, eu recebi seu olhar julgador e me levantei. Melanie se encolheu na cama. ― Droga, é o Andy? ― perguntou, indo até o sujeito que já recupera seus sentidos. ― Vacilou hein, Andy?

Shawn pega as algemas e passa pelos braços dele, então o ajuda a ficar de pé e o leva para fora enquanto lê seus direitos.

― Sinto muito por isso.

― Deve ser minha culpa também ― disse, quase tão baixo que eu mal ouvi. Eu faço careta. Como isso poderia ser sua culpa?! ― Histórico ruim.

― O Andy é alcóolatra, tem esses surtos às vezes, não é culpa de ninguém. Você está bem? ― perguntei, sabendo que a resposta seria "sim" e que seria uma mentira. ― Eu posso te levar ao hospital, se for o caso.

― Não! ― Percebendo minha surpresa com a negativa tão veemente, ela pigarreou, colocando a mão na garganta avermelhada. ― Quer dizer, não preciso ir ao hospital.

― Você tem certeza? Isso parece ruim ― digo, apontando para o seu pescoço.

― Eu não gosto de hospitais. ― Hum... Ela não aceitou ir à delegacia naquele dia, agora se recusa a ir ao hospital. Estou certo, algo está errado com Melanie.

― Entendo. Minha irmã é médica, ela pode dar uma olhada nisso se você permitir ― digo, pronto para receber outro não. Mas, Melanie parece pensar bem sobre isso e, com certeza, não é sobre sua saúde.

Eu consigo identificar que, apesar de aquilo parecer realmente dolorido, ela só vai dizer "sim" porque mais uma negativa me faria suspeitar ainda mais dela. Então, quando ela assente, eu pego o meu celular e ligo imediatamente para Jess.

Depois de receber uma resposta positiva da minha irmã, eu aviso Melanie que estou descendo, vou até o meu carro e pego a maleta de ferramentas, então, subo novamente pronto para consertar sua porta.

Posso ouvir a água correndo no banheiro enquanto coloco a porta no lugar, reposicionando as dobradiças. Eu me perguntei se precisava estar fazendo isso, mas... é Coleman. As pessoas aqui são solidárias umas com as outras.

Eu faria isso por qualquer pessoa.

― Essa não é a menina do Spook? ― Jess pergunta, me pegando de surpresa enquanto junto as ferramentas. Eu me viro e olho para o lugar em que ela está olhando. Onde "a menina do Spook" está, de toalha e com os cabelos molhados. ― Aquela de quem você não para de falar?

Porra, Jéssica, não fode!

Eita, meio que a irmãzinha entregou o boy de bandeja! 

Amores Texanos 01 - Grant & MelanieOnde histórias criam vida. Descubra agora