Amores Texanos 01 - Grant & Melanie

CAPÍTULO 24|GRANT

― Melanie, você está grávida.

As palavras de Jessica pairaram no ar como uma bomba prestes a explodir. Por um momento, tudo ao meu redor pareceu desacelerar. A única coisa que consegui ouvir com clareza foi a palavra grávida.

Meus olhos foram automaticamente para Melanie. Ela estava estática, o rosto pálido, como se as palavras de Jessica não tivessem realmente atingido ela ainda. Seus olhos estavam arregalados, fixos em algum ponto distante.

— Isso não é possível, você precisa refazer os exames — Melanie disse, a voz carregada de pânico. — Estou usando contraceptivo.

— Qual? — Jessica perguntou, mantendo a calma. Eu ouvi a resposta de Melanie, "DIU", mas mal registrei o que elas estavam discutindo. Estava mais focado em mantê-la calma. Vi minha irmã franzir a testa, olhando de nós dois para Melanie.

— Nenhum contraceptivo é totalmente infalível — explicou Jessica, a voz profissional e tranquilizadora. — Mesmo um com mais de noventa e nove por cento de eficácia. É raro, mas acontece.

— E, claro, tinha que acontecer logo comigo, né? — Melanie murmurou, amarga.

Ela parecia ressentida, mas eu entendia. O olhar que ela me deu carregava anos de dor, de segredos não ditos e cicatrizes invisíveis. Uma criança... uma complicação no meio de todo o caos que estávamos vivendo... Não era fácil. Eu sabia que ela estava tentando se proteger, assim como sempre fez.

— Vou deixar vocês conversarem — Jessica disse suavemente, lançando um último olhar para mim e depois para Melanie. — Qualquer coisa, me chamem.

Melanie assentiu, e logo estávamos sozinhos novamente. O silêncio que seguiu foi pesado, carregado com tudo o que não estávamos dizendo. Eu a observava, vendo a luta interna em seus olhos, enquanto ela mexia nervosamente na coberta.

— Desculpe.

— O quê? — perguntei, me aproximando dela, preocupado.

Seus olhos estavam marejados, a expressão envergonhada.

— Eu garanti pra você que estava tudo bem, que a gente podia... — A voz dela falhou por um instante, e ela respirou fundo, tentando manter o controle. — E agora, com tudo o que está acontecendo...

— Melanie — interrompi, pegando seu queixo suavemente e erguendo seu rosto para que nossos olhares se encontrassem. — Você não tem nada que se desculpar. Nada disso é culpa sua.

Ela tentou desviar o olhar, mas mantive firme, querendo que ela visse a verdade nos meus olhos.

— Aconteceu. E a gente vai lidar com isso, juntos.

Por um instante, achei que ela fosse desmoronar, mas ela respirou fundo de novo, piscando rapidamente para afastar as lágrimas.

— Eu não sei o que fazer, Grant. Eu... Eu não estava preparada pra isso.

— Ei, você não precisa saber agora — falei, sentando-me ao lado dela na cama para abraçá-la. — A gente tem tempo. Vamos descobrir isso juntos. Eu te prometo.

Ela não disse nada durante o caminho para casa, apenas olhou para fora da janela, seus pensamentos provavelmente tão tumultuados quanto os meus. Eu também estava processando tudo, mas naquele momento, meu foco era ela. O resto poderia esperar.

Quando chegamos em casa, eu a ajudei a sair do carro e a levei até o quarto. Ela parecia esgotada, e não demorou muito até que estivesse deitada na cama, com os olhos pesados de sono.

— Fica aqui um pouco? — ela pediu, a voz fraca, quase um sussurro.

— Claro que fico — respondi, sem hesitar.