Capítulo 18 | GRANT

135 35 4
                                    

Duas semanas se passaram desde que Melanie veio morar comigo. Nossa dinâmica estava ótima. Meus turnos na Delegacia mudaram um pouco nesses dias, eu começava antes das cinco da manhã e fazia 12 horas ininterruptas de trabalho, retornando para casa no final da tarde. Melanie começava no seu trabalho pouco depois, eu a levava e buscava por volta da uma da madrugada.

Esse tempo juntos me fez descobrir mais sobre ela, sobre suas qualidades, seus pequenos defeitos, seus sonhos para o futuro, mas ela nunca mais tocou em nada referente ao seu passado.

Claro que eu não poderia deixar de sentir que isso ainda estava entre nós. Ela parecia confiar em mim. E eu, bem, eu não pensava mais em ter nada assim com alguém já faz muito tempo.

― Tem certeza de que você quer que eu conheça a sua mãe?

― Ela já sabe que estamos morando juntos ― respondo-a, olhando bem para o seu corpo coberto por um vestido branco de alças que ia até o meio das coxas. ― Você está bonita.

― Nossa, Grant! ― revirou os olhos, pegando a bolsa sobre a mesa ao lado do sofá. Eu pego sua mão e a puxo para mim. ― Como vai explicar para a sua mãe que está morando com alguém que conhece a menos de um mês?

― Ela não questiona minhas decisões há muito tempo e, se ela gostar de você, isso não vai importar, acredito. ― Ela faz bico e eu o beijo. ― Relaxa, não tem como ela não gostar de você.

― Não sei não.

― Você já conquistou a Jess. ― Ela sorri. Melanie, Jess e as meninas do Spook se tornaram muito próximas na última semana. E, claro, eu estava feliz por Melanie ter alguém para conversar e se divertir.

Não queria que ela sentisse que eu sou sua única saída. Mas, queria que ela sentisse que eu quero protegê-la.

― E o Jake.

― Ele não conta ― diz ela, em meio a uma risada. ― Eu o comprei com sorvete.

Eu a acompanho numa risada e depois para fora de casa. Meu carro está na frente, eu o destravo e abro a porta para ela. Infelizmente, ainda não deixamos de chamar a atenção das pessoas, ainda soltam alguns comentários sobre nós.

Fodam-se elas.

No caminho até a casa da minha mãe, Melanie ficou em silêncio por alguns minutos, olhando pela janela como se estivesse imersa em seus próprios pensamentos. Era um silêncio carregado, daqueles que você sabe que logo será quebrado por uma dúvida ou uma insegurança. E eu estava certo.

― O que a sua mãe vai pensar de mim? ― Ela perguntou, de repente, me lançando um olhar rápido. ― Quero dizer, a mulher já deve estar achando que eu sou maluca por me mudar para a casa do filho dela tão rápido.

Sorri, tentando aliviar a tensão. ― Ela vai gostar de você. A minha mãe é prática, ela sabe reconhecer quando alguém faz bem para um de nós. E você, Melanie, faz.

Ela revirou os olhos, mas um sorriso tímido surgiu. ― Tá, mas e se ela não gostar? E se ela achar que estamos indo rápido demais?

Eu mantive meus olhos na estrada, mas minha mão procurou a dela, apertando-a suavemente. Melanie suspirou e voltou a olhar pela janela.

― Isso é meio surreal, sabe? Tudo aconteceu tão rápido. Eu não conheço ninguém além de você e das meninas, e agora estou indo conhecer a sua mãe.

Eu ri baixinho. ― E, claro, o Jake, que você comprou com sorvete.

Ela riu, relaxando um pouco. ― Não vamos contar isso a ele.

Quando finalmente chegamos à casa, estaciono o carro na entrada da garagem e olho para Melanie. ― Pronta?

Ela respirou fundo e assentiu. ― Pronta.

Amores Texanos 01 - Grant & MelanieOnde histórias criam vida. Descubra agora