Capítulo 11|MELANIE

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Quando Grant me levou para o Budget pouco antes do nascer do sol, eu não sabia o que dizer. Após me despedir dele, entrei no quarto do motel e me joguei na cama, deixando-me levar pelas lembranças da noite anterior. Cada toque, cada beijo, cada suspiro ainda estava fresco em minha mente, fazendo meu coração acelerar só de pensar.

Eu tomei outro banho, desta vez bem frio. E solitário. Meu corpo estava repleto das suas marcas. O que me faz pensar: as marcas não deveriam ser proibidas quando se tem sexo de uma noite só?

Como diabos eu vou esquecer isso?

Nós concordamos em "uma noite e nada além", só que, no calor da tarde em Coleman, enquanto eu saboreava um delicioso sorvete de chocolate na sorveteria, Grant entrou na sorveteria e quem derreteu fui eu.

Ele tirou o chapéu, colocando-o na mesa mais próxima à porta e em seguida puxou uma cadeira para que uma criança que aparentava uns seis anos se sentasse. Meu corpo vibrou quando meus olhos alcançaram suas costas largas e a bunda redonda e firme que esteve sob minhas mãos na madrugada anterior.

Observei-os fazer seu pedido e ouvi um pouco da sua conversa baixa, algo sobre gigantes e monstros tentando invadir o território dos Marshall. Grant, óbvio, estava derretido pelo menino. Afilhado? Sobrinho? Filho?

Mantive tanto minha atenção nos dois que eu só voltei para o meu sorvete quando uma bola semiderretida caiu no meio dos meus peitos.

― Merda!

E então, eu percebi tarde demais que tinha falado muito alto. Eu me encolhi, tentando não ser notada. Eu podia sentir o calor nas minhas bochechas enquanto me encolhia, desejando desesperadamente que o chão se abrisse e me engolisse inteira.

Tento limpar a sujeira da melhor forma possível, torcendo para que Grant não olhe em minha direção. Mas, era tarde demais. Quando levantei os meus olhos para me certificar de que ele não estava me olhando, caí na armadilha do seu olhar. Havia uma mistura de surpresa e diversão brilhando em seus olhos. Respirei fundo tentando recuperar minha dignidade, ainda me sentindo exposta e envergonhada, não só para o Xerife como para todas as pessoas na sorveteria.

Porra, Melanie!

― A senhorita precisa de ajuda? ― levantei os olhos da minha camiseta manchada para o dono da voz infantil. Seus olhos azuis eram o reflexo dos olhos do Xerife.

Assenti com um sorriso constrangido, verdadeiramente agradecida e encantada com a oferta. O menino se aproximou com um guardanapo em mãos, entregando-o a mim.

― Obrigada, é muito gentil da sua parte ― murmurei, sentindo-me um pouco menos embaraçada com sua presença.

Passei o guardanapo pela parte de cima dos meus seios, limpando o que fosse possível, apesar de sentir a textura pegajosa já escorrendo pela minha barriga.

― Não é nada demais, os cavalheiros devem proteger as princesas indefesas.

Eu ri, mas meu riso se transformou em sorriso diante da pureza do menino. Infelizmente, há muito tempo eu deixei de ser a "princesa indefesa".

― Hum, então você é um cavalheiro dos bons. ― Ele sorriu, um pouco tímido. ― Obrigada novamente.

Ele sorriu visivelmente orgulhoso e voltou para a sua mesa. Grant o recebeu com um grande sorriso esticou o braço para colocar a mão no seu ombro.

― Parece que você salvou o dia, amigão.

A forma com Grant o olhou com orgulho e admiração deixou evidente o quando ele se importava com o menino, provavelmente seu filho, e aquilo despertou uma ternura dentro de mim que eu não estava preparada para sentir.

Amores Texanos 01 - Grant & MelanieOnde histórias criam vida. Descubra agora