Na minha cabeça, Melanie ainda é sinônimo de encrenca. Mas também parece ser a melhor coisa que já aconteceu nos últimos meses. Minha política de transar apenas uma vez com a mesma pessoa obviamente havia morrido. Enquanto isso, minha perspectiva de nunca mais ter um relacionamento de novo nadava de braçadas para não morrer afogada no delicioso oceano que é essa mulher.
Eu sorrio ao pensar nela, porra, Grant, que porra!
― Você tá apaixonado por mim.
Pisei no freio com força, o carro parando de repente enquanto as palavras dela ecoavam na minha mente. Virei-me para olhá-la, ainda tentando processar o que ela havia dito. Melanie apenas sorriu, despreocupada, enquanto batucava no ar, como se tivesse baquetas invisíveis nas mãos, alheia ao turbilhão que causava em mim.
― Você está aí sorrindo como um bobalhão, isso só pode ser amor... por mim.
― Por você? ― finjo um riso, tentando esconder o que realmente sentia. Como se fosse algo tão impossível assim. A quem diabos eu estava enganando?
Meus olhos retornaram novamente para ela, e o sorriso provocador dela apenas reforçou o efeito que Melanie tinha sobre mim. Eu poderia continuar fingindo, mas talvez ela já saiba a verdade melhor do que eu.
― Acho que você está certa ― respondi, tentando soar despreocupado, mas o riso dela me pegou de surpresa, leve e contagiante. Por um segundo, tudo o que eu queria era puxá-la para perto e beijá-la ali mesmo.
Será que ela está certa? Será que eu realmente estou apaixonado por ela?
O silêncio se instalou no carro depois disso, deixando apenas o ronco suave do motor ao entrar na cidade. Virei na primeira esquina, guiando em direção ao parque Rover, onde o vento soprava suave entre as árvores.
― Porra, Capitão, você acabou de foder comigo ― disse ela, com aquele tom de provocação que só ela tinha.
Sorri, sentindo o peso das palavras enquanto estacionava o carro. Sem dizer nada, saí e caminhei até o lado dela, abrindo a porta com um gesto calculado.
― Baby, eu ainda nem comecei ― murmurei, me inclinando um pouco, o suficiente para que ela sentisse a tensão no ar.
Ela ergueu o olhar para mim, desafiadora como sempre. Senti o coração acelerar, mas mantive o controle. A tarde estava apenas começando, e nós dois sabíamos que esse jogo estava longe de terminar.
― Você é cheia de surpresas, sabia? ― digo, olhando diretamente em seus olhos.
Ela colocou seus braços em volta do meu pescoço, subindo na ponta dos pés para alcançar meus lábios. O beijo foi suave, firme, sem pressa, como se ela soubesse exatamente o que estava fazendo. Meu coração disparou, mas eu a mantive ali, no momento, deixando tudo acontecer.
― Você também, Xerife ― ela sussurrou, com aquele sorriso travesso que sempre me derrubava. ― Agora, vamos, mostre-me o que é tão bonito em Abilene.
― Vamos ― responder, pegando sua mão enquanto caminhávamos lado a lado.
O parque Rover era lindo, como se tivesse saído de um cartão-postal. Árvores antigas se erguiam em torno de um vasto gramado verde, suas copas balançando suavemente ao ritmo da brisa quente do Texas. O lugar estava cheio de vida: famílias faziam piqueniques sob a sombra das árvores, crianças corriam e brincavam, suas risadas ecoando pelo ar, enquanto cachorros brincalhões corriam livremente, perseguindo bolas e frisbees que seus donos jogavam ao longe.
No centro do parque, havia um lago cristalino que refletia o céu claro e sem nuvens. O som suave da água batendo nas margens criava um ambiente sereno, e várias famílias estavam reunidas ao redor, jogando migalhas de pão para os peixes que nadavam preguiçosamente logo abaixo da superfície.
Eu parei em um carrinho de vendas e comprei um saquinho de migalhas para os peixes, depois caminhei ao lado de Melanie até um banco sob a sombra acolhedora de uma grande árvore.
Joguei algumas migalhas na água, e imediatamente, os peixes subiram à superfície, agitados, disputando os pedacinhos de pão. Sem dizer nada, estendi o saquinho para ela. Melanie o pegou comum sorriso pequeno, quase tímido, e lançou algumas migalhas também.
O silêncio entre nós era confortável, mas carregado. Não era um silêncio vazio, mas um daqueles momentos em que as palavras pareciam desnecessárias. Eu a observei de soslaio, a forma como seu rosto suavizava quando ela se concentrava no lago, os dedos delicados jogando migalhas com cuidado. O barulho distante das crianças brincando e os latidos ocasionais dos cães são tão distantes, como se o mundo tivesse dado uma pausa para nós dois.
Ela finalmente quebrou o silêncio, olhando para mim com aqueles olhos que enxergavam mais do que eu estava disposto a mostrar.
― Gosto daqui ― ela disse, a voz suave, quase como um pensamento em voz alta.
― Eu gosto também.
Quase uma hora depois, levei Melanie para um restaurante que eu conhecia muito bem, um daqueles lugares simples e aconchegantes, com mesas de madeira rústica e um aroma irresistível de churrasco texano no ar. Eles servem o melhor peito defumado que eu já tinha comido, acompanhado de costela suína ao molho barbecue, batata frita crocante, e o clássico feijão texano, temperado com pimenta e especiarias.
― Esse lugar é incrível ― disse Melanie, olhando ao redor, com o sorriso curioso de quem estava experimentando algo novo.
― Espere até provar a comida ― eu disse, sorrindo de volta enquanto nos sentávamos em uma das mesas perto da janela.
O garçom chegou rápido com o nosso pedido, e a mesa logo estava cheia de pratos generosos, todos exalando um cheiro que fazia qualquer um salivar. Coloquei um pedaço de peito no prato de Melanie e observei enquanto ela levava o garfo à boca.
Seus olhos se arregalaram por um breve momento, e ela suspirou. ― Meu Deus, Grant... isso é perfeito!
Porra, mulher, você quem é a porra da perfeição.
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Amores Texanos 01 - Grant & Melanie
Roman d'amourGrant Marshall sempre consegue aquilo que deseja. Ele nunca passa mais de uma noite com uma mulher. Sedutor. Irresistível. Um pedaço de mau caminho que levaria qualquer uma do céu ao inferno. Quem poderia resistir?! Melanie Carter não é qualquer mu...