Capítulo 16 | GRANT

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Na minha cabeça, Melanie ainda é sinônimo de encrenca. Mas também parece ser a melhor coisa que já aconteceu nos últimos meses. Minha política de transar apenas uma vez com a mesma pessoa obviamente havia morrido. Enquanto isso, minha perspectiva de nunca mais ter um relacionamento de novo nadava de braçadas para não morrer afogada no delicioso oceano que é essa mulher.

Eu sorrio ao pensar nela, porra, Grant, que porra!

― Você apaixonado por mim.

Pisei no freio com força, o carro parando de repente enquanto as palavras dela ecoavam na minha mente. Virei-me para olhá-la, ainda tentando processar o que ela havia dito. Melanie apenas sorriu, despreocupada, enquanto batucava no ar, como se tivesse baquetas invisíveis nas mãos, alheia ao turbilhão que causava em mim.

― Você está aí sorrindo como um bobalhão, isso só pode ser amor... por mim.

― Por você? ― finjo um riso, tentando esconder o que realmente sentia. Como se fosse algo tão impossível assim. A quem diabos eu estava enganando?

Meus olhos retornaram novamente para ela, e o sorriso provocador dela apenas reforçou o efeito que Melanie tinha sobre mim. Eu poderia continuar fingindo, mas talvez ela já saiba a verdade melhor do que eu.

― Acho que você está certa ― respondi, tentando soar despreocupado, mas o riso dela me pegou de surpresa, leve e contagiante. Por um segundo, tudo o que eu queria era puxá-la para perto e beijá-la ali mesmo.

Será que ela está certa? Será que eu realmente estou apaixonado por ela?

O silêncio se instalou no carro depois disso, deixando apenas o ronco suave do motor ao entrar na cidade. Virei na primeira esquina, guiando em direção ao parque Rover, onde o vento soprava suave entre as árvores.

― Porra, Capitão, você acabou de foder comigo ― disse ela, com aquele tom de provocação que só ela tinha.

Sorri, sentindo o peso das palavras enquanto estacionava o carro. Sem dizer nada, saí e caminhei até o lado dela, abrindo a porta com um gesto calculado.

― Baby, eu ainda nem comecei ― murmurei, me inclinando um pouco, o suficiente para que ela sentisse a tensão no ar.

Ela ergueu o olhar para mim, desafiadora como sempre. Senti o coração acelerar, mas mantive o controle. A tarde estava apenas começando, e nós dois sabíamos que esse jogo estava longe de terminar.

― Você é cheia de surpresas, sabia? ― digo, olhando diretamente em seus olhos.

Ela colocou seus braços em volta do meu pescoço, subindo na ponta dos pés para alcançar meus lábios. O beijo foi suave, firme, sem pressa, como se ela soubesse exatamente o que estava fazendo. Meu coração disparou, mas eu a mantive ali, no momento, deixando tudo acontecer.

― Você também, Xerife ― ela sussurrou, com aquele sorriso travesso que sempre me derrubava. ― Agora, vamos, mostre-me o que é tão bonito em Abilene.

― Vamos ― responder, pegando sua mão enquanto caminhávamos lado a lado.

O parque Rover era lindo, como se tivesse saído de um cartão-postal. Árvores antigas se erguiam em torno de um vasto gramado verde, suas copas balançando suavemente ao ritmo da brisa quente do Texas. O lugar estava cheio de vida: famílias faziam piqueniques sob a sombra das árvores, crianças corriam e brincavam, suas risadas ecoando pelo ar, enquanto cachorros brincalhões corriam livremente, perseguindo bolas e frisbees que seus donos jogavam ao longe.

No centro do parque, havia um lago cristalino que refletia o céu claro e sem nuvens. O som suave da água batendo nas margens criava um ambiente sereno, e várias famílias estavam reunidas ao redor, jogando migalhas de pão para os peixes que nadavam preguiçosamente logo abaixo da superfície.

Eu parei em um carrinho de vendas e comprei um saquinho de migalhas para os peixes, depois caminhei ao lado de Melanie até um banco sob a sombra acolhedora de uma grande árvore.

Joguei algumas migalhas na água, e imediatamente, os peixes subiram à superfície, agitados, disputando os pedacinhos de pão. Sem dizer nada, estendi o saquinho para ela. Melanie o pegou comum sorriso pequeno, quase tímido, e lançou algumas migalhas também.

O silêncio entre nós era confortável, mas carregado. Não era um silêncio vazio, mas um daqueles momentos em que as palavras pareciam desnecessárias. Eu a observei de soslaio, a forma como seu rosto suavizava quando ela se concentrava no lago, os dedos delicados jogando migalhas com cuidado. O barulho distante das crianças brincando e os latidos ocasionais dos cães são tão distantes, como se o mundo tivesse dado uma pausa para nós dois.

Ela finalmente quebrou o silêncio, olhando para mim com aqueles olhos que enxergavam mais do que eu estava disposto a mostrar.

― Gosto daqui ― ela disse, a voz suave, quase como um pensamento em voz alta.

― Eu gosto também.

Quase uma hora depois, levei Melanie para um restaurante que eu conhecia muito bem, um daqueles lugares simples e aconchegantes, com mesas de madeira rústica e um aroma irresistível de churrasco texano no ar. Eles servem o melhor peito defumado que eu já tinha comido, acompanhado de costela suína ao molho barbecue, batata frita crocante, e o clássico feijão texano, temperado com pimenta e especiarias.

― Esse lugar é incrível ― disse Melanie, olhando ao redor, com o sorriso curioso de quem estava experimentando algo novo.

― Espere até provar a comida ― eu disse, sorrindo de volta enquanto nos sentávamos em uma das mesas perto da janela.

O garçom chegou rápido com o nosso pedido, e a mesa logo estava cheia de pratos generosos, todos exalando um cheiro que fazia qualquer um salivar. Coloquei um pedaço de peito no prato de Melanie e observei enquanto ela levava o garfo à boca.

Seus olhos se arregalaram por um breve momento, e ela suspirou. ― Meu Deus, Grant... isso é perfeito!

Porra, mulher, você quem é a porra da perfeição.

Amores Texanos 01 - Grant & MelanieOnde histórias criam vida. Descubra agora