Finalmente apresentados

128 12 2
                                    

-O que você fez, seu imbecil? - Beatrice perguntou olhando para JC, de joelhos, com o tronco inclinado, a boca ensanguentada, os cabelos e roupas molhadas, enquanto tinha as mãos amarradas e dois homens ao seu lado, com as mãos sujas de sangue de espancá-la.

-Você está tendo o que merece. Por que não se levanta? Cadê aquela Beatrice "a badass" que parecia antes? Não consegue, né? Tá aí no chão, como um monte de merda que deveria assumir que é.

Beatrice gargalhou debochando de JC com as poucas forças que tinha em seu corpo, deitando no chão. Seu abdômen doía a cada risada, mas ela não controlou o riso ao ouvir as palavras patéticas saídas da boca de JC.

-Vocês precisaram me dopar, me espancar desacordada e você ainda se acha o fodão? Por favor, seu fraco, não me obrigue a rir de você. - Beatrice continuava rindo.

-Sabia que eu não me importo? - JC se aproximou de Beatrice e se abaixou perto da asiática. -Não me importo se você estava desacordada, não me importo se está amarrada. O que me importa de verdade, é ver você sofrendo, com dor. - o homem levantou e deu um chute na barriga de Beatrice, que cuspiu ainda mais sangue.

-Além de fraco, você é covarde! - Beatrice disse com dificuldade.

-Sabe o que vai acontecer de agora em diante? - O homem dizia enquanto acendia um cigarro - Você vai morrer, eu vou ficar com a Ava e em breve ela não vai sequer lembrar que você existiu.

-E quem vai me matar? Você? - A mulher continuava deitada ao chão, com o rosto dentro da poça de sangue que saia de sua boca e rosto - Mas você vai vir sozinho ou vai pedir ajuda desses outros dois inúteis aqui do seu lado?

-Também não me importo! - o homem soltou a fumaça pra cima, após uma tragada no cigarro - O que me importa é ver o seu fim, morrendo do jeito que matou o meu tio.

-Seu tio era um assassino, um abusador, um lixo de ser humano igual a você e ao tio da Ava, que com certeza está por trás disso. Você acha mesmo que ele está fazendo isso tudo pra ver você sendo feliz ao lado dela? Não é possível que você seja tão idiota. Ele vai matar ela assim que não precisar mais de você.

-Você me subestima demais, Beatrice.

-Todo mundo te subestima. Você é um completo imbecil. E por falar em subestimar, como vocês nos encontraram? Estou curiosa pra saber.

-A Ava me ama. Por mais que você não acredite, ou não queira acreditar, ela sente algo muito forte por mim.

-Claro! Ela sente coisas fortes até por cães de rua. Com você não seria diferente. - Por mais fraca e machucada que estivesse, Beatrice continuava provocando JC.

-Mas, foi para o cão de rua aqui que ela ligou ontem pra saber como estava, depois da sua amiguinha tentar me explodir.

-Aí o senhor inteligente resolveu trair ela? Muito inteligente da sua parte mesmo.

-Não foi bem isso. Eu a resgatei do convívio de uma assassina.

-E trouxe ela pra o convívio de um homem que quer matá-la? Você é de fato muito patético. - Beatrice tentava descobrir se Ava estava naquele mesmo lugar.

-Não se preocupe. Ao contrário de você, ela está em um quarto arejado, com roupas limpas e em excelente estado. Eu mesmo me certifiquei de trocar a roupa dela, e sinceramente, que corpo lindo ela tem. Pena que você nunca mais vai poder tocá-lo.

Beatrice tirou forças de onde não tinha e se pôs de pé em poucos instantes, gritando para JC:

-Você não ouse abusar dela, seu bosta desgraçado! Se você encostar nela eu mato você com as minhas próprias mãos. Eu juro que te mato! - O ódio de Beatrice pelas palavras e atitude suja de JC era tão grande que a fazia esquecer da falta de forças e dores de seu corpo.

-Eu não fiz nada. Se acalme.

-Você é um saco de lixo, igual ao seu tio. Seu nojento asqueroso.

O celular do JC toca. Do outro lado da linha, uma voz o avisa que Ava acordou e está aflita no quarto, sem saber onde está ou o que está acontecendo.

-Parece que minha futura esposa acordou. Até daqui a pouco. - JC apagou o cigarro e deu tchau para Beatrice. - Se ela tentar alguma coisa, podem acabar com ela. - Deixou a ordem antes de sair.

No quarto dentro da casa onde estavam sendo mantidas, Ava estava preocupada com o que estava acontecendo. Sabia que não deveria ser algo relacionado aos planos de Beatrice ou de seu pai, já que nenhum dos dois havia aparecido para conversar com ela, sem contar que não haveria necessidade de tirá-la dopada de onde estava.

-Oi, Ava. - JC a cumprimentou ao abrir a porta.

-JC? - Por mais que para muitos não fosse surpresa alguma que JC estivesse envolvido naquilo, para Ava, que acreditava fielmente na bondade de seu amigo, ver ele ali era algo que ela não esperava.

-Eu ajudei a resgatar você. - Disse o homem com sorriso no rosto.

-Como assim, me resgatar? Eu não estava sequestrada. Agora eu me sinto sequestrada. - a testa de Ava estava franzida, demonstrando toda sua perplexidade e desconforto com aquela situação. - Eu quero ver a Beatrice. Cadê a Beatrice?

-Olha, primeiro você precisa se acalmar. Tira essa expressão de desconforto do rosto. Vamos conversar um pouco, vamos comemorar que você está livre daquela assassina.

-Você está se escutando? - Ava continuava sem acreditar nas palavras de JC.

-Eu sei que você foi levada para aquela casa no meio do nada contra a sua vontade. Você não acha que isso foi um sequestro?

-E agora eu vim pra cá por vontade própria? Por acaso você não fez a mesma coisa?

A conversa dos dois foi interrompida pela entrada sem autorização de um homem de estatura baixa e corpo avantajado.

-Olá, bom dia! Fui informado que você acordou e vim lhe cumprimentar.

-Quem é você? - Ava perguntou com a sobrancelha erguida.

-Não me reconhece? Claro que não. Que pergunta a minha. Como poderia me reconhecer se nunca fomos apresentados!? - O homem se aproximou ainda mais de Ava e estendeu a mão. - É um prazer conhecê-la. Me chamo Duretti. Sou seu tio.

Ava arregalou os olhos, assustada com o que estava vendo a sua frente. Não esperava que aquilo fosse acontecer, muito menos imaginou que aquele homem a sua frente, era na verdade o homem de quem ela fugia há tanto tempo e que era aliado de JC.

Avatrice - Assassina De Aluguel Onde histórias criam vida. Descubra agora