Beatrice foi contratada para matar Ava, a filha de um perigoso mafioso americano. Ela só não imaginava que pela primeira vez, falharia em sua missão.
Foto da capa: Gracie Mendoza
Enquanto Beatrice almoçava em Lisboa, Ava tomava café da manhã na cidade do México.
Enquanto tomava seu café da manhã, Ava viu o status do whatsapp de Beatrice que já estava trabalhando desde cedo.
Ava não queria parecer grudenta, mas Beatrice era a única pessoa com quem ela podia manter contato enquanto estava escondida. Se falasse com alguma outra amiga, as chances de ser encontrada eram maiores.
Seu maior desejo era poder pelo menos fazer uma chamada de vídeo para sua mãe com o intuito de ver Joaquim. Como não podia, sempre que tinha como, falava com Beatrice, seu único contato naquele telefone, fora o de seu pai.
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Ava enviou a mensagem respondendo ao status de Beatrice, mas não obteve resposta por todo o dia. Entendeu que Beatrice estava ocupada demais para lhe responder, afinal, ela era uma profissional e estava em um grande empreendimento. Nada poderia dar errado.
Quando a noite caiu e Ava continuou sem resposta, seu peito foi tomado por certa preocupação. Não era comum que aquilo acontecesse, mas talvez Beatrice só estivesse cansada da amiga solitária e decidiu não lhe dar bola. No fundo, Ava torcia pra que fosse isso e Beatrice estivesse bem.
A garota terminou de organizar alguns materiais que tinha comprado e que eram necessários para o dia a dia na floricultura.
Também tinha aproveitado o período da tarde para ir ao supermercado. Apesar da sua mãe ter pensado em quase tudo para a adaptação de Ava na nova casa, os alimentos comprados eram em sua maioria enlatados, comprados como se Ava estivesse indo para guerra ou um apocalipse zumbi estivesse prestes a acontecer.
Ava gostava de alimentos frescos, então, foi ao supermercado comprar comida de verdade e aproveitou também para passar na feira local, próxima a floricultura, onde conheceu um casal de idosos muito gentis que se dispuseram a ajudá-la a escolher os melhores vegetais da banca.
Apesar de gostar de comida saudável, Ava nunca tinha precisado fazer as próprias compras. Essa era mais uma coisa que ela precisaria aprender a fazer dali em diante, além de não fazer a mínima ideia de como cozinhar aqueles alimentos.
Sua tarde tinha sido cheia. Tinha passado o resto do período vendo vídeos de culinária no YouTube e se aventurando no fogão. Imaginava que tudo aquilo poderia ser mais divertido se estivesse com seu filho.
Por mais que tentasse fazer de conta que estava tudo bem, Ava estava dilacerada por dentro. A ausência do filho a consumia. O único momento em que se sentia um pouco melhor, era quando conversava com Beatrice e quando ocupava sua mente no curso. Quanto mais sozinha ficava, mais seus pensamentos eram levados ao fato de estar sozinha naquele lugar, enquanto Joaquim aprendia coisas novas, longe dela.
