-Ava, eu quero que você entenda que tudo que eu fiz foi pra proteger você. - Beatrice não tinha tudo oportunidade de se explicar como gostaria.
-Por quê? - Ava perguntou encostada a geladeira da cozinha.
-Pra proteger você. - Beatrice se apressou em repetir.
-Não. Eu quero saber porquê você quer tanto me proteger.
Beatrice ficou confusa com a indagação de Ava. O que parecia uma pergunta simples, com uma simples resposta, não foi de todo compreendido pela asiática.
-Por que você quer me proteger? - Ava tornou a perguntar.
-Porque você está em perigo. O seu tio, o JC...
-Vou reformular a pergunta. Por que você se importa?
Beatrice respirou com força, percebendo que deveria responder com o coração, mesmo que a razão também lhe dissesse o mesmo.
-Porque eu amo você. Mesmo que você me odeie, mesmo que você ache que eu sou a pior pessoa do mundo, e talvez eu seja mesmo, eu continuo amando você e querendo te proteger. Mesmo que você não acredite, minha vida não tem sentido sem você e eu seria capaz de qualquer coisa pra te ver bem e segura.
-Eu poderia acreditar no seu amor, mas quem ama não pratica tanta maldade. Como pode no seu coração existir todo esse amor por mim, e tanta capacidade de matar ao mesmo tempo? Não é possível! - Por mais que Ava quisesse se jogar nos braços de Beatrice, sua consciência dizia ao contrário. Não poderia! - Não é possível que a minha Beatrice seja a mesma que assassinou o tio do JC.
-Mas é. É a mesma pessoa. Eu matei o tio do JC. Eu matei o estuprador que estava solto no bairro, logo que cheguei a cidade. Eu matei a freira que maltratava crianças naquele dia que nos encontramos... Eu matei inúmeras pessoas, mas somente depois de conhecer você eu quis saber o porquê de matar todas elas.
-E isso faz alguma diferença? - Ava perguntou, balançando a cabeça negativamente. - Então antes você matava indiscriminadamente? Só ia lá e matava?
-Por dinheiro. Era o meu trabalho. Eu ia lá e matava.
-Meu Deus! Que tipo de emprego é esse? - Ava esfregava o rosto, tentando compreender aquelas palavras, sabendo que não era possível.
-Foi assim que eu aprendi, Ava. Foi assim que eu cresci. Mas enfim... Isso não importa. Não é o momento pra isso. - Beatrice esticou a mão na direção de Ava, lhe entregando as fotos de Joaquim e Jillian. - São as fotos do seu filho e da sua mãe. Ele cresceu bastante nos últimos meses.
Ava pegou o envelope imediatamente. Abriu aquele pacote como se sua vida dependesse daquilo. Seus olhos não contiveram as lágrimas de emoção ao ver o filho depois de tanto tempo sem notícias atualizadas. O coração de Beatrice ficava partido. Era como se ela pudesse sentir a tristeza do coração da mulher que amava.
-Você vai vê-los em breve. Eu prometo! - Beatrice tentou amenizar a dor sentida por Ava.
-Você vai matar o JC? - Ava perguntou, secando as lágrimas que insistiam em descer por seu rosto.
-Deveria! - Foi a voz de Lilith que Ava ouviu.
-O que é isso? Um episódio da caverna do dragão? Não vou conseguir sair desse pesadelo nunca? - Ava não queria mais ouvir a voz de Lilith, muito menos vê-la.
-Se continuar do jeito que vai, não é de mim que você vai se livrar e sim dessa cabeça oca que teima em proteger você, quando você não está bem aí pra ela. - Lilith falou, encarando Ava.
-O que houve? Por que já voltou? - Beatrice achou estranho o retorno tão rápido de Lilith.
-Encontrei seu amigo JC na lanchonete na cidade vizinha. - Lilith respondeu sem arrodeios.
-Você despistou ele? - Beatrice perguntou ansiosa.
-O que você acha? - Lilith perguntou como se a resposta fosse óbvia demais.
-Como? - Ava perguntou preocupada.
-Coloquei uma bomba na mão dele. - Lilith respondeu colocando os pés cruzados sobre a mesa.
-Você o quê? - Ava levantou rápido, perguntando de forma agressiva, indo pra cima de Lilith que não se moveu.
-É. Uma bomba. A bomba que ele colocou debaixo do carro da Beatrice, em frente a lanchonete. Sim, seu amado poderia ter matado essa idiota que faz de tudo pra te proteger. Mas você não se importa, né? Pra você, tudo que importa é ter certeza que ele está bem, enquanto essa daí pode se ferrar a vontade. - Lilith dizia aquelas palavras sem arrependimento ou medo algum. Era exatamente naquilo que ela acreditava.
-Isso não é verdade. Eu amo a Beatrice e ela sabe disso. - Ava falava de forma desesperada.
-Nem você acredita nisso. - Lilith disse ao fincar os pés no chão.
-Já chega! Vocês duas, parem. - Beatrice gritou na cozinha da casa. - Lilith, você pode nos dar licença?
-Não, Beatrice. Eu não posso dar licença pra vocês duas. Você vai embora agora. Vai cuidar disso de uma vez por todas ou eu juro que não vou mais te ajudar nessa. Você vai ficar sozinha se teimar em cuidar do coraçãozinho da sua amada. Porra! Vai lá, mata ele de uma vez e se livra desse problema. Volta pra os Estados Unidos, mata o tio dela e devolve ela pra vidinha que ela tinha antes. Volta a ser quem você é de uma.vez. Eu não aguento mais esse lenga lenga dos infernos. - Lilith estava de fato chateada.
-A Lilith tem razão! - Foi a vez de Suzane se manifestar. -Eu ouvi uma parte dessa conversa e a Lilith está certa. Eu não quero perder você, Beatrice. Não cuidei de vocês duas até hoje, pra agora você colocar tudo a perder por um rabo de saia.
-Eu não estou fazendo desse jeito por causa dela. - Beatrice precisou se defender daquela enxurrada de ataques.
-Ah, não? - Lilith indagou ironicamente.
-Não! Eu estou fazendo isso por mim. Eu sei que posso ser uma pessoa melhor.
-Me poupe, Beatrice. Vai se foder. - Lilith não acreditava nas palavras de sua irmã.
...
Gente, eu sinceramente não sinto ânimo de terminar essa fic, muito menos de fazer outras... Sério mesmo. Só queria elas de volta 🥺😭😭😭
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Avatrice - Assassina De Aluguel
Fiksi PenggemarBeatrice foi contratada para matar Ava, a filha de um perigoso mafioso americano. Ela só não imaginava que pela primeira vez, falharia em sua missão. Foto da capa: Gracie Mendoza