Lanchonete

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Ao se encontrarem, Beatrice tornou a perguntar como as coisas estavam.

Suzana foi breve na informação e tratou de tranquilizar Beatrice para que fosse embora o mais rápido possível. Beatrice entregou um envelope com fotos de Joaquim e Jillian.

-Você não deveria se colocar em risco por causa dessa garota. Eu sabia que você era burra, mas não esperava que fosse tanto. - Lillith provocou.

Tão logo as palavras de Lillith entraram nos ouvidos de Beatrice, seu corpo se virou contra Lillith e suas mãos alcançaram o pescoço da irmã.

-Eu acho melhor você ter cuidado na forma como fala e no jeito como trata a Ava. - Beatrice disse enquanto apertava forte o pescoço da irmã. - Você está aqui pra garantir a segurança dela e não pra dar palpite.

-Parece que você gosta muito de segurar as pessoas pelo pescoço. -Ava disse, fazendo com que Beatrice perdesse as forças do corpo e soltasse Lillith de imediato. -Então, por que você mesma não faz a minha segurança? - Perguntou Ava, quando Beatrice virou e lhe encarou os olhos.

-Você não deveria estar aqui fora. - Foram as palavras ditas por Beatrice quando a razão lhe chamou a atenção.

-É sério que você vai me tratar dessa forma depois de tudo? - Ava estava com os braços abertos e o corpo um pouco inclinado, sem acreditar que aquilo de fato estava acontecendo.

-Lillith, leva ela de volta pra dentro da casa. - A ordem de Beatrice foi seca e prontamente atendida por Lillith que segurou no braço branco de Ava, deixando neles as marcas de seus dedos depois que Ava deu um salavanco e se soltou.

-Não acredito que você vai fazer cena de novo. - A paciência de Lillith estava por um fio.

-Calma, Lillith. - Beatrice pediu.

-Na boa, você vai acabar tendo que ficar tomando de conta dela mesmo, porque a minha paciência está chegando ao fim e você não vai gostar se isso acontecer.

-Então que bom que você já sabe que eu não vou gostar. - Beatrice gritou com a irmã e parceira que estava ali.

-Vocês parecem duas irmãs, brigando desse jeito. - Ava disse, sendo seguida por olhares das três mulheres. -Eu não acredito. É sério? Irmãs? - Ava estava incrédula com aquilo tudo.

-O que mais? Vão chamar ela pra passar uma temporada com a gente? - Lillith detestava aquela proximidade de Ava com a vida de Beatrice. Ela sabia tudo que poderia acontecer por causa disso.

-Bom, eu levo. - Suzana olhou para Ava e apontou para o caminho de volta que ela deveria fazer para retornar ao interior da casa.

-Nem fodendo! -Ava se expressou sem pedir desculpas. -Eu não saio daqui enquanto ela não falar comigo.

-Você deve ter fodido ela direitinho pra esse apego todo. -Lillith disse olhando para Beatrice e depois se virou para Ava. - O problema, lindinha, é que ela faz isso com todas.

Ava não segurou suas emoções e reagiu de maneira inesperada, socando rosto de Lillith que devolveu o bofete na mesma hora. Suzana segurou Ava, enquanto Beatrice jogou seu corpo em cima do Lillith, lhe impedindo de bater em Ava novamente.

-Você realmente não tem condições de fazer isso. -Beatrice concluiu após aquela cena. -Entra nesse carro e sai daqui, pelo menos por enquanto. Anda! Vai dar uma volta. Eu não quero ver você nem tão cedo. -Os olhos de Beatrice exprimiam muito bem a raiva que ela sentia naquele momento.

Lillith abriu a porta do carro com força, sentou no banco do motorista e deu partida no veículo, arrancando dali rapidamente.

-Suzana, fica de olho, eu vou entrar com ela. - Beatrice pediu com os olhos complacentes, deu as costas, segurou no braço de Ava e foi em direção a casa.

-Você não pode se deixar levar pelas emoções, Beatrice. É perigoso pra ela. - Suzana disse depois de alguns passos dados pelas duas, fazendo com que Beatrice parasse, respirasse fundo e continuasse a andar.

Lillith saiu com o carro de Beatrice e a alguns km dali, notou que estava sendo seguida.

Acelerou o carro por alguns quarteirões, até conseguir despistar quem lhe seguia. Estacionou o carro em um lugar não tão escondido, assegurando que quem estivesse atrás do carro, o localizasse.

Minutos depois, viu quando um homem de estatura mediana e cabelos escuros se aproximou do veículo, colocando ali em baixo, um pequeno aparelho. Supôs que se tratava de uma bomba e acompanhou o percurso do homem até a lanchonete ali em frente.

O homem que agora ela conseguia ver o rosto, sentou a mesa e pediu um suco de limão. Estava sentado, vendo o carro de longe.

Lillith entrou na lanchonete, com um jornal nas mãos, o jogou na lixeira que estava cheia, logo na entrada e sentou na frente do homem.

-Olá! - Disse ao sentar.

-Quem diabos é você? - Era JC, que quase se engasgou com o suco.

Enquanto os dois se encaravam naqueles segundos, as pessoas de dentro da lanchonete começaram a perceber fumaça sair de dentro da lixeira, o que causou certo alvoroço entre os presentes, que começaram a desocupar o lugar às pressas.

JC ameaçou levantar, mas teve o punho segurado por Lillith.

-Calma. Você esqueceu uma coisa em baixo do meu carro. - Lillith virou a palma da mão de JC pra cima, e colocou a bomba em sua mão. Faltavam apenas dois minutos para a detonação.

As pessoas que ainda estavam próximas, começaram a gritar sobre a bomba, fazendo com que a correria fosse ainda maior. Lillith andou rápido até a porta de saída, enquanto JC entrou às pressas para a cozinha e jogou a bomba dentro de um freezer, puxando da tomada e correndo dali o mais rápido possível.

De dentro do carro, Lillith ouviu quando a bomba foi detonada, e viu os destroços da explosão.

Com tranquilidade, Lillith deu partida no carro e saiu do lugar com o HD das imagens das câmeras de segurança do estabelecimento, para que não fosse possível ver quem eram as pessoas ligadas aquela explosão. Apesar de não ter morrido, JC percebeu que Beatrice tinha mais aliados do que ele poderia imaginar.

Avatrice - Assassina De Aluguel Onde histórias criam vida. Descubra agora