Acabou

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Beatrice usou um pequeno espelho para conferir a quantidade de homens no corredor.

-Seis. Três de cada lado. Você pega a esquerda e eu pego a direita.

-Vamos nessa! - Lilith concordou, ansiosa por aquilo. Fazia muito tempo que as duas não trabalhavam juntas, o que era uma das coisas favoritas de Lilith.

Os homens não tiveram a mínima chance quando as duas saíram do cômodo e começaram a atirar.

Duretti se assustou ao ouvir os tiros e tratou de sair do seu quarto, sendo acompanhado por Adriel, seu fiel cão de guarda, para lhe proteger.

-Chefe, é melhor você ir para a sala secreta.

-Eu não irei para lugar algum. Junte o máximo de homens possível. Nós vamos acabar com ela. A Ava, pegue a Ava.

-Ela não está sozinha, chefe. São duas. Elas mataram os seis que estavam no corredor.

-Merda! Como a outra entrou aqui? Não tinha ninguém vendo as câmeras pra agir antes?

-Ela estava amarrada. Tinham dois homens com ela... 

-Não importa! Eu mandei redobrar a segurança. Agora deu nisso.

Enquanto discutiam, Duretti e Adriel ouviam mais tiros vindos de outros lugares da casa. Ava estava assustada, com medo de tudo que poderia estar acontecendo, enquanto Suzane aguardava a hora que Duretti entraria por aquela porta.

-Calma, Ava. Não se preocupa. A Beatrice e a Lilith darão de conta.

-Como você consegue? Parece que você as ama, mas não sente medo por elas?

-Claro que sinto. Eu sempre sinto, mas preciso confiar que elas irão fazer tudo que eu ensinei.

-Eu nunca conseguiria ensinar essas coisas ao meu filho. Nunca faria nada para colocá-lo em risco.

-Você fez outras coisas que colocaram seu filho em risco. A diferença aqui é somente uma: elas duas sabem se proteger, seu filho não.

JC estava em outro cômodo, preso, sozinho, ouvindo o barulho dos tiros, sem fazer ideia do que estava acontecendo.

-Abre a porta! - Era a voz de Lilith ecoando dentro do cômodo de JC.

De costas para a porta, o homem a abriu, quando de repente, JC viu o corpo do homem, sem vida, ser arremessado para dentro do quarto com a força do tiro dado por Lilith.

-Parece que nos encontramos novamente, pequeno gafanhoto. - Lilith tinha um sorriso maléfico no rosto.

-Eu estou desarmado. - JC disse, tentando fazer com que Beatrice se comparecesse. - Você não vai matar um homem desarmado, vai? Você não é tão covarde.

-Claro que não. Eu jamais faria isso. - Lilith deu as costas para JC, que suspirou com força pelo alívio que estava sentindo.

-Ah! Já ia esquecendo. Eu não me importo que você esteja desarmado. - Lilith virou na direção de JC e lhe deu dois tiros no peito. - Lixo!

Beatrice chegou na sala em seguida, vendo JC morto ao chão.

-O que você fez? - perguntou incrédula.

-O que você já deveria ter feito. Anda, vamos.

As duas sairam em direção ao quarto de Ava. Lilith queria chegar ao lugar antes de Duretti, para que fosse mais fácil finalizar a missão.

-Quem é você? - Duretti perguntou a Suzane assim que abriu a porta, mostrando a ela uma foto de Jilian e Ava que tinha nas mãos.

-Eu sou seu pior pesadelo. - Suzane disse ao socar o rosto de Duretti.

Em seguida, Adriel entrou na sala, apontando a arma na direção de Suzane.

Por trás dele, apareceu a imagem de Beatrice, seguida de Lilith. Ao ver Suzane desarmada, com uma arma apontada para sua cabeça, Beatrice não pensou duas vezes e desferiu um disparo na cabeça de Adriel.

-Nao! - Duretti gritou, agarrando Ava pelo pescoço, colocando uma faca em sua jugular. - Eu vou acabar com isso de uma vez por todas.

-Eu prometi que ia te matar de forma rápida, mas se você não afastar essa faca, minha promessa será quebrada.

-Você destruiu tudo! Você acabou com todos os meus homens.

-Solta ela. - Beatrice não tinha outra questão, apenas a segurança de Ava.

Duretti apertou a faca no pescoço de Ava, fazendo com que o sangue escorresse.

-Não faz isso, cara. É melhor pra você.

Em poucos segundos, Ava caiu ao chão com o tiro na perna dado por Lilith, fazendo com que o corpo de Duretti ficasse livre e a mostra para ser alvejado por Beatrice, que descarregou sua arma no tórax do homem. Finalmente tinha acabado.

Suzane fez um torniquete na perna de Ava, afim de parar o sangramento e garantir que conseguiriam chegar ao hospital mais próximo.

-Ela vai ficar bem. - Lilith disse ao fechar a porta do carro e dar partida, depois que deixaram Ava na frente do hospital, para receber atendimento.

Em poucos tempo a notícia sobre o sequestro de Ava, seu estado de saúde e tudo que tinha acontecido naquele lugar, estava em todos os jornais mexicanos e americanos, principalmente.

Em casa, depois de limpa, Beatrice queria ir ao hospital para onde Ava já tinha sido transferida, conferir pessoalmente o estado de saúde da mulher por quem era perdidamente apaixonada.

-Como você vai explicar esse rosto fodido para as pessoas? Beatrice, teu olho está roxo. Você está desfigurada. Não pode ir. Liga para a mãe dela. - Lilith tentava trazer Beatrice a razão. - Ela vai ficar bem. Foi só um tiro na perna.

-Ela não é forte como nós, Lilith. Ela é frágil e...

-E nada. Você não vai. Pelo contrário. Você vai sumir. Vai desaparecer. Se você voltar pra vida dela, vai ser muito perigoso. Não faz isso.

-Aqui. Pega isso. Seu vôo sai em cinco dias. É o tempo desses machucados sararem. Eu quero você fora daqui e longe dessa garota. Eu não estou te dando uma opção de ir ou não, eu estou dizendo que ir é sua única opção.

No fundo, Beatrice sabia que não poderia mais ver Ava. Que Ava, provavelmente, também não iria mais querer vê-la. Na verdade, essa era a única certeza que tinha.

....

Teremos apenas mais um capítulo. O capítulo final dessa história, que pode não ser um final feliz. Provavelmente não será.

Avatrice - Assassina De Aluguel Onde histórias criam vida. Descubra agora