Luvas descartáveis

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Dois dias se passaram e o horário do evento chegou. Beatrice tinha passado os dois dias anteriores internalizando que por mais que quisesse viver uma realidade diferente, fazer o serviço que lhe tinha sido mandado era essencial. Irmã Francis não podia continuar matando jovens indefesos naquele orfanato.

Se havia alguém que poderia vingar e proteger aquelas crianças, essa pessoa era Beatrice.

Ela estava decidida que faria aquilo e que olharia nos olhos da freira, para que ela soubesse exatamente porque estava morrendo.

Faltava apenas o último capítulo do livro que recebeu em sua porta dias atrás, mas Beatrice não tinha mais tempo para terminar de ler. Levantou das almofadas de sua varanda, onde passava a maior parte do tempo lendo e foi para o banheiro, tomar um banho com incenso acesso no banheiro, arrumou os cabelos, vestiu sua roupa e saiu.

Na recepção, Carol estava sentada, lendo um livro de George Orwell, quando sua atenção se voltou para Beatrice.

-Uau! - Carol não percebeu que estava deslumbrada por Beatrice vestida naquela roupa vermelha, com cabelos presos e a boca na cor de sua roupa. - Você está...

Beatrice ficou sem graça e suas bochechas quase acompanharam a cor predominante em seu corpo naquele momento. - Obrigada! - Beatrice agradeceu para que Carol conseguisse reagir.

-Linda! Você está linda! - Carol conseguiu progredir em sua fala.

-Obrigada, mais uma vez. - Beatrice seguiu, passou pela porta e em poucos segundos estava longe da visão de Carol. Finalmente respirou como deveria.

Um táxi estava a espera da arquiteta que rápido, entrou no veículo. Quando chegou a porta do orfanato, onde o evento iria acontecer, Beatrice desceu do carro e notou que o clima era um tanto quanto diferente daquele dia em que visitou o lugar. Haviam mais cores e até flores no ambiente.

-Talvez minhas observações tenham surtido algum efeito

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-Talvez minhas observações tenham surtido algum efeito. - Beatrice disse em voz alta, sendo ouvida apenas por si própria.

Beatrice andou pelo jardim, onde as pessoas estavam sendo recepcionadas, conversou com as pessoas que ali estavam e fez sua doação ao orfanato. Não viu irmã Francis ou qualquer vestígio de crianças ali.

Cerca de uma hora e meia depois, Beatrice tinha entrado dentro do orfanato, sem ser vista por qualquer pessoa, usando luvas descartáveis pretas. Com cuidado, procurava o lugar onde seu alvo estivesse.

Minutos depois, Beatrice encontrou irmã Francis em um corredor, gritando com uma criança. Ao notar a presença de Beatrice, a freira ordenou que a criança voltasse para o quarto.

-Crianças! - A freira resmungou como se não tivesse feito nada demais.

-É, crianças. Precisa de muito amor para trabalhar com elas. Algumas podem ser muito difíceis. - Beatrice disse, seguindo Francis até a sala onde entraram.

Avatrice - Assassina De Aluguel Onde histórias criam vida. Descubra agora