-Como ela está? - Beatrice perguntou assim que a pessoa do outro lado da linha atendeu.
-Esta bem. Perguntando por você o tempo todo. - Era a Voz de Suzana que Beatrice ouvia.
-O JC está atrás dela. O Vincent não é o maior exemplo de inteligência, então pode ser perigoso.
-Por isso eu fui contra você entregar o endereço pra ele. Se cair nas mãos do Duretti, as coisas vão piorar e muito.
-Ele precisa saber onde ela está, Suzana. Se algo acontecer, ele precisa saber pra onde ir.
-Eu sei, Beatrice, mas não tem nada que a gente possa fazer pra evitar que mais cedo ou mais tarde essa moça acabe por se dar mal.
-Como assim? Nossa função é garantir que isso não aconteça, Suzana.
-Não foi inteligente colocar a Lillith pra tomar de conta dessa garota, se o objetivo é mantê-la sã e salva.
-Nao acredito que a Lillith já aprontou.
-Graças a Deus eu estava aqui pra impedir a Lillith de quebrar essa garota. Era melhor que fosse a Dora. Pense bem. É melhor fazer a troca.
-Eu vou falar com a Lillith. Ela é inegavelmente melhor que a Dora pra proteger a Ava, mas ela tem que ter ciência de que não pode machucá-la.
-Boa sorte! - Suzana desligou o celular.
Com o celular nas mãos, Beatrice pensava em tudo que tinha acontecido, na visita de JC, na ligação com Suzana. Ava precisava estar segura.
...
No esconderijo, Ava estava sentada em sua cama, com os joelhos encostados em seu peito. Em sua cabeça as imagens do filho Joaquim, misturadas com a figura de Beatrice e tudo que tinha sonhado para quando aquele pesadelo chegasse ao fim.
-O que houve? - Suzana perguntou ao entrar no quarto e se deparar com Ava naquela posição, com lágrimas descendo de seus olhos.
-Eu só queria que tudo isso acabasse. Eu só queria meu filho de volta. Queria que tudo que descobri sobre a Beatrice fosse mentira... ou queria nunca tê-la conhecido.
-Eu adoraria que essa última parte fosse real. Que você nunca tivesse cruzado o caminho dela.
-Você de fato me odeia, não é? - Ava perguntou enquanto secava as lágrimas que desciam por seu rosto.
-Eu odeio o que você fez da vida da Beatrice. É diferente.
-Falando assim, parece que você até sente algo pela Beatrice e não que a trata como uma máquina de matar.
-Não se engane, criatura. Meus negócios eram muito mais lucrativos, antes de você. Aliás, você é um negócio que até hoje está pendente e me causou uma imensa má fama.
-Eu? Como assim? - Ava estava confusa com aquelas palavras.
-Ah! A Beatrice não te contou essa parte? - Suzana realmente acreditou que Ava já soubesse como Beatrice a conheceu. - Vou deixar pra ela te contar.
-Já que começou, termina.
-Ah, é. Do jeito que as coisas vão, acho muito difícil de vocês se verem novamente.
Ava fez cara de desapontamento ao ouvir as palavras de Suzana.
-Você era um trabalho da Beatrice. Seu tio nos contratou pra dar cabo da sua vida, mas a Beatrice não conseguiu. Sabe essa história de amor a primeira vista? Antes eu não acreditava. Mas agora eu vejo que é real e que fode muito com a vida da pessoa. Coitada!
As palavras de Suzana impactaram Ava de tal forma, que foi impossível sair qualquer palavra de sua boca.
-Não é possível. Ela nunca faria isso.
-Pior que você tem razão. Ela nunca faria isso. Por isso nós estamos aqui hoje. Porque ela falhou. Pela primeira, Beatrice falhou.
-Você deve me odiar muito por isso.
-Talvez não. - Suzana deixou escapar.
-Você precisa vir aqui fora. - Lillith chamou Suzana, interrompendo a conversa das duas.
-O que houve? - Ava pergunta preocupada.
-Nada que te interesse. - Lillith responde.
As duas saíram do quarto enquanto Ava ficou lá, agora deitada, com os joelhos encostados ao peito, pensando em tudo que lhe foi dito.
Na sala da casa antiga que era usada como esconderijo, Suzana e Lillith aguardavam por Beatrice que estaria chegando ali em alguns minutos e já tinha avisado por SMS, por isso Lillith havia chamado Suzana no quarto.
-Ela não tinha nada que vir aqui. - Lillith reclama com Suzana.
-Eu sei. Quando liguei pra ela depois da mensagem ela garantiu que não irá entrar na casa. Ela só vai trazer uma foto do garoto e da mãe dela.
-Você acredita? Acha mesmo que isso vai dar certo? Elas sentem o cheiro uma da outra as léguas de distância. - Lillith falava com tom agressivo.
-Você tem que aprender a deixar a raiva de lado as vezes, Lillith. Não pode responder dessa forma. Por mais que seja doloroso pra você ver a Beatrice em perigo, você tem que agir com a razão e deixar a emoção de lado.
-Você diz isso porque não é da sua irmã que estamos falando. Por mais que a gente se odeie as vezes, não queremos ver a outra se machucar, muito menos morrer. Menos ainda por causa de uma garota mimada feito essa.
-Vocês duas vao acabar brigando por causa dessa garota. Escute o que estou dizendo e comece a ignorar ela. Vai ser melhor pra vocês duas.
A conversa entre as responsáveis pela segurança de Ava foi interrompida pelo barulho de um carro que parou ali há alguns metros de distância. Os ouvidos de Ava jamais seriam capazes de detectar aquele barulho, o que não podia ser dito sobre os ouvidos de Suzana e Lillith.
-Ela chegou. - Lillith disse.
-Vamos! - Chamou Suzana.
Apesar de não ser capaz de ouvir o barulho do carro há tantos metros, Ava foi capaz de ouvir com facilidade as palavras de Lillith e deduziu que se tratava de Beatrice.
Enquanto as duas saíam em direção ao carro, Ava às olhava pela janela, quando viu ao longe, as curvas do corpo de Beatrice sairem por trás de um arbusto.
-É ela. - Ava disse com um sorriso no rosto e saiu em direção ao lado de fora da casa, fazendo o mesmo caminho que as outras duas mulheres.
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Avatrice - Assassina De Aluguel
Fiksi PenggemarBeatrice foi contratada para matar Ava, a filha de um perigoso mafioso americano. Ela só não imaginava que pela primeira vez, falharia em sua missão. Foto da capa: Gracie Mendoza