-Ava, filha, você está bem? - Suzane perguntou assim que abraçou Ava quando entrou naquele cômodo.
-Eu tô bem. Não se preocupe. A Beatrice não está. Eles a machucaram muito. Ela... Nem sei se ela aguentou.
Os olhos de Suzane se encheram de lágrimas ao ouvir as palavras de Ava ditas com tanto desespero.
-O que você fez com ela? - Suzane perguntou, virando na direção de Duretti.
-Ela precisava se acalmar. Uma pessoa violenta e agressiva como aquela, não deve conviver com sua adorável filha dessa forma tão próxima. Agora vamos ao que de fato interessa. Vincent! Eu quero ele aqui, agora.
-Por que você simplesmente não faz logo o que quer fazer e acaba com isso de uma vez? Você quer me matar? Me mata logo. O Vincent passou a vida inteira longe de mim. Você acha mesmo que ele vai se importar se eu morrer?
-Valente! Admirável essa sua valentia, porém, não serve de nada. - Duretti debochou.
-Eu quero ver a Beatrice. - Suzane disse de imediato, assim que os outros dois fizeram silêncio.
-Não sabia que você se importava tanto com alguém que você mal conhece. - Duretti questionou.
-Ela cuidou da minha filha esse tempo todo. É o mínimo que posso fazer.
-É, mas você não vai se aproximar dela não. Ninguém vai. Ela vai permanecer naquela sala fétida em que se encontra, dentro do próprio vômito e do próprio sangue. Quero ver se ela se regenera. - Duretti parecia uma pessoa sádica, quando o assunto era o sofrimento de Beatrice. Além do sadismo, era como se ele quisesse testar todos os limites do corpo da asiática, como se ela tivesse alguma espécie de poder e fosse um animal de laboratório.
Suzane o encarava com ódio, se ele não estivesse tão maravilhado com o desejo incontrolável de testar Beatrice, perceberia na fisionomia da mulher a sua frente, toda fúria que ela se esforçava para conter.
-Eu vou entrar aí e vou quebrar esse cara! - Suzane ouviu Lilith dizer pelo ponto.
-Tudo bem. Tudo tem sua hora certa de acontecer. - Suzane disse a Duretti, na intenção de conter Lilith.
-Vou deixar vocês duas a sós. Tenho certeza que tem muito a conversar. - Duretti deixou "mãe e filha" no quarto e saiu. O quarto possuía câmera de segurança com áudio, o que impossibilitou as duas de conversarem sobre qualquer assunto verdadeiro.
Na sala onde estava Beatrice, Duretti ficou abismado ao perceber que a mulher estava sentada em uma cadeira, com postura ereta, ao contrário de como estava horas atrás.
-Espetacular, Beatrice. - Duretti aplaudia enquanto se aproximava. -Você nem parece uma pessoa comum. Outros no seu lugar ainda estariam pelo chão.
-Imagina só quando eu arrancar a sua cabeça. Aí sim você vai dizer que eu não pareço uma pessoa comum. Aliás, você não vai dizer, porque não vai dar tempo.
Enquanto Suzane e Ava conversavam no quarto e Duretti e Lilith conversavam no cômodo em que ela estava sendo mantida, Lilith andava pelas tubulações da mansão, com um mapa detalhado que a levava diretamente até a sala onde Beatrice estava. Em poucos minutos, com as lentes de detecção por calor, Lilith sabia exatamente onde Beatrice se encontrava.
-Só que você nunca vai sair daí. Vai passar o resto da sua vida presa por essas correntes e amarrada feito bicho.
-Eu não preciso sair daqui pra acabar com você. Basta que se aproxime mais um pouco. Está com medo, não é? Eu prometo que vou fazer você morrer rápido. Vai ser quase indolor.
-Eu quero evitar possíveis problemas. -Duretti levantou e saiu do cômodo mais uma vez, deixando Beatrice sob a supervisão dos dois homens.
Cerca de cinco minutos depois, Lilith estava na saída de ar daquele cômodo, localizada acima da cabeça de Beatrice. Ela só precisava olhar para cima.
Lilith podia ouvir os dois homens conversando em outra língua, em polonês, para ser mais exato, sem saber que Beatrice entendia cada palavra que era dita por eles, no intuito de compartilharem o medo que sentiam de estar ali, depois de saber várias histórias sobre Beatrice.
A maneira encontrada pela irmã escondida no telhado, foi jogar uma pequena bolinha de papel, feita com um pedaço da folha em que desenhou o mapa.
Assim que a bolinha caiu no colo de Beatrice, a asiática olhou para cima, vendo a imagem de Lilith com um sorriso no rosto ao ver que ela estava bem.
-Podejdź bliżej, żeby to sprawdzić (Cheguei mais perto para conferir). - Beatrice disse em polonês, quando um dos homens disse que ela era sim capaz de matar alguém estando ainda amarrada daquela forma.
-Maldita! - Então não importa o idioma, você conhece todos? - o homem respondeu furioso.
-Se afaste. Eu mesmo vou calar a boca dessa desgraçada. - Disse o outro homem, indo para cima de Beatrice com um cacetete nas mãos.
Beatrice levantou da cadeira depressa e com os dedos livres, segurou a cadeira e a jogou contra o corpo do homem. O outro ficou sem acreditar no que estava vendo, mas juntou coragem e foi para cima de Beatrice enquanto seu colega levantava do tombo pelo atrito da cadeira.
Beatrice levantou a perna, deixando seu pé esticado, na altura do pescoço do outro homem, que parou seus movimentos de imediato com a visão de Beatrice a sua frente.
Em poucos segundos, Lilith desceu pela saída de ar, e acertou um golpe na traquéia do homem de pé, o deixando sem respirar.
Quando o primeiro homem conseguiu firmar os pés no chão, foi derrubado por um tiro silencioso, dado por Lilith.
-Você está bem? - Perguntou quando se virou para Beatrice.
-Estou ótima. Melhor agora que você está aqui. E a Suzane?
-Está com a Ava. O Duretti acha que ela é a Jilian.
-Como assim? Ele é burro ou o quê? - Beatrice perguntou, desacreditada.
-Se ele não é burro, está se fazendo de louco, mas chegou a dizer que se surpreendeu com a beleza da Suzane e que nunca tinha visto uma foto da Jilian. O fato é que por mais impossível que pareça ser, ele é um acéfalo.
Lilith soltou a corrente que prendia o pé de Beatrice e retirou os diversos nós que tinham sido dados nas cordas que prendiam suas mãos.
-Nossa! Você ia passar uns três dias pra conseguir se soltar disso aqui.
-Eles capricharam. - Beatrice limpou o sangue do rosto, em seguida pegou as armas que Lilith tinha levado para ela, além das armas dos dois imbecis mortos no chão.
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Avatrice - Assassina De Aluguel
FanfictionBeatrice foi contratada para matar Ava, a filha de um perigoso mafioso americano. Ela só não imaginava que pela primeira vez, falharia em sua missão. Foto da capa: Gracie Mendoza