Depois de três pessoas que chamo de filhas me torrarem a paciência para poder escrever algo com esse enredo, eu finalmente cedi e escrevi 🤡
1. Já deixo claro que não concordo com o que será retratado na história! É um enredo até bem comum, que estou trazendo para cá, então: *tulla luana voice* sem militância aqui também.
2. Espero que gostem da história, que comentem e interajam com o capítulo, é muito importante para mim.
3. Enfim, boa leitura e esperem pelos memes no twitter porque vai vir a qualquer momento.
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Havia um quê a mais em imergir em cenários fictícios quando seu mundo estava prestes a colapsar. Confortávelmente inseguro e totalmente energizado com adrenalina pulsante, se aventurar no desconhecido, em algo a margem, era tentador! Verônica nunca de fato cruzara a linha tênue que lhe levasse para uma situação definitivamente comprometedora, fora os momentos de rebeldia juvenil que a faziam rir quando a memória se fazia doce após duas ou três taças de vinho. Uma vida pacata, feliz e muito bem emoldurada em cada parte de sua casa bem localizada. Estava perfeitamente feliz.
O relógio de moldura preta ao alto da parede principal do departamento de polícia marcava exatamente seis e cinquenta e oito da tarde. Fora das paredes de cor opaca e pouco chamativa, São Paulo ganhava cores a mais em meio ao deslocar insano de todo tipo de gente indo, voltando ou simplesmente paradas, esperando. Em frente a tela luminosa que lhe comia os sentidos básicos, Verônica Torres se mostrava extremamente imersa em seu próprio trabalho. As palavras naquele ponto do dia começavam a se embaralhar, dançando sob os olhos amendoados que tentavam em vão focar em seus significados. Nada profundo ou muito inovador, só precisava finalizar aquela declaração antes das oito da noite.
As demandas da semana se acumulavam em meio a espera por trabalhos mais dinâmicos, porém Anita se assegurara muito bem de tornar o que era burocrático e chato algo ainda pior, duas vezes mais monótono. Sem idas a campo ou mesmo acompanhamento em missões, apenas a montanha de papéis cheios de informações a sua frente. Bufar, reclamar ou mesmo maldizer sua superiora não mudaria o fato, mas amenizava minimamente seu ódio crescente em vista da situação que se instalava aos poucos. Verônica sabia bem onde Anita Berlinger queria chegar com tudo aquilo.
Desde os primeiros meses trabalhando atrás de uma das mesas do departamento de homicídios e de proteção à pessoas Verônica encarara a dificuldade de se conectar, ainda que de forma superficial, com sua chefe. Anita sempre se mostrara alguém cuja vida pessoal permanecia fora das dependências de seu trabalho, algo que se fazia completamente entendível visto seu cargo, porém, sua postura tornava difícil estabelecer o mínimo de contato quando nada era sabido de sua vida. Nem mesmo o básico.
Verônica assumira no lugar de Paola, sem saber o passado que a mulher deixara para trás. O motivo da saída havia sido citado em algum momento no iniciar de sua função, mas não de forma a capturar a atenção completa da mulher. Em seus primeiros meses sua felicidade se mostrava de maneira esfusiante, algo que irritava a delegada titular profundamente. O sorriso matinal, ou mesmo o preparar do café com um pouco mais de entusiasmo deixava Anita com os nervos a flor da pele e com o mínimo de gentileza em seu tratamento. A loira era ríspida, inflexível e autoritária. Uma mistura bombástica que se assentava bem quando mesclada a sua presença imponente, de tirar o fôlego de qualquer pessoa que ousasse lhe encarar por muito tempo.
A rotina no DHPP se mantinha nos trilhos graças ao meticuloso controle dos cargos mais altos, se orgulhavam da forma que tocavam as coisas ali dentro e fariam de tudo para manter o que tanto demoraram para conquistar. Sorrisos amarelos para a mídia, comportamento exemplar dentro e fora do prédio e vidas particulares guardadas abaixa de sete chaves bem trancadas. O retrato do grupo perfeito. A engrenagem que mantinha o sistema polícia a funcionar muito bem ali. Verônica, quando sozinha, fazia careta só de pensar em ter que se tolher de todas aquelas formas, por tal, agradecia seu emprego como escrivã.
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Under a secret | veronita fanfic
FanfictionQuantos segredos São Paulo era capaz de guardar sob suas luzes coloridas e prédios bem apessoados? O casamento de Verônica e Paulo sempre fora sinônimo de harmônia para quem quer que tivesse o prazer de cruzar o caminho dos dois, uma paixão avassal...