CAPÍTULO 8: AMIGOS OU RIVAIS?💫

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Quando acordei, senti um ar quente no meu pescoço. Era bom, quando abri os olhos... Edward estava dormindo do meu lado e com o rosto a dois centímetros de mim. Eu me levantei num espanto assombroso. Porém ele dormia, dormia como uma criança... Fiquei sentado observando ele dormir. O que me passava pela cabeça, era como eu podia estar ali deitado na mesma cama de hospital com ele, quando a um mês atrás nos odiávamos profundamente.
Ele suspirava como se estivesse realmente exausto. Me levantei devagar e o cobri com o cobertor... Me sentei na poltrona e fiquei olhando pela janela pensativo. O que será que o Cris deve estar fazendo. Fiquei realmente chateado pela reação dele, eu queria muito contar sobre o G, mas eu não podia.  Queria muito saber porque eu me preocupava tanto com o que ele estava sentindo... Será porque eu já tinha feito ele sofrer de mais? Ou porque eu estava... Não eu não podia... Estar sentindo algo. Cris e eu somos amigos desde os 5 anos, eu não iria confundir as coisas desse jeito. O que quer que eu estivesse sentindo tinha de acabar, por ele e por mim.
Enquanto pensava no que fazer, ouvi um som vindo da porta;
--Oi.
--Levy, oi.
--Espera, esse não é seu quarto?
--É sim, ele estava meio mal e eu deixei ele dormir aqui comigo.
--Ah sim. São amigos né?
--Na verdade não... Pra falar a verdade nos odiávamos a um mês atrás.
--E de ódio passou-se a isso?(risada)
--Isso o que?
--Espurr, vocês são praticamente amigos agora... Olha só.
--Não entendi, o que uma coisa tem haver com a outra?
--Ele está deitado na sua cama, os dois dormiram juntos, sem contar o fato que você salvou ele de morrer nas patas daquela cobra... Que inimigo faria isso?
--Eu nunca o vi como um inimigo, só não gostava dele por ele sempre estar implicando comigo e meus amigos.
--Falando nisso, como foi ontem a visita deles? Imagino que te fez bem vê-los.
--Até que sim, mas teria sido melhor se o Cristian não tivesse ficado bravo comigo.
--Porque ele ficou bravo?
--Eu recebi uma ligação de um amigo, mas ele não reagiu muito bem.
--Talvez seja meio que um ciúme então, amigos sentem isso um pelo outro.
--É, pode ser mesmo... Mas o que te traz aqui hoje em pleno sábado?
--Vim te ver antes de você ir embora.
--Ah, que bom... Mas eu sou vou a tarde, podia ter vindo depois sem problema nenhum, está bem cedo.
--Bom, é que na verdade eu também estava ansioso.
--Pra que ?
--Te ver de novo.
Congelado... Foi assim que eu fiquei;
--Como assim? Nos vimos ontem.
--Sim, mas ainda assim fiquei esperando ansiosamente.
--Porque?
--Bom, agora que você vai receber alta... Provavelmente não vou mais te ver.
--Ah Levy, porque não? Eu estar saindo daqui não significa que vamos deixar de nos falar.
--Vai querer manter contato?
--Claro. Tenho uma divida eterna com você. Se você não tivesse aparecido, eu e Edward teríamos virado papa de cobra.
--Posso te pedir um favor?
--Óbvio, qual é?
--Não quero que me veja mais apenas como o filho do doutor Gandia... E sim como um amigo.
--Não precisava nem pedir.(risada)
Enquanto conversávamos e ríamos, Edward começou a despertar;
--Bom dia.
--Que que eu tô fazendo aqui? (Edward)
--O que você acha? Você dormiu aqui.
--Que? Impossível. (Edward)
--E por qual outro motivo você estaria na minha cama Edward?
Ele olhou em volta , se levantou e começou a se lembrar do que conversamos noite passada. Ele ia dizer algo, mas ele reparou que eu não estava sozinho lá;
--Er... Depois agente conversa. (Edward)
--Não vai sair sem dar um oi pro nosso anjo da guarda vai?
--Como é? (Edward)
--Esse é o Levy, o garoto que nos achou e nos trouxe de volta quando fomos atacados.
--Ah, desculpa eu, não sabia... Oi cara, de boa? Valeu pela ajuda. (Edward)
--Por nada Edward, fico feliz que esteja melhor.
--Que agradecimento mais seco em... Vai pro seu quarto besta.
--Agradece melhor então... E eu tô indo porque eu quero, não porque você tá mandando. (Edward)
Depois disso ele simplesmente saiu do quarto;
--Está vendo? Agem como dois irmãos criancinhas.
--Não fala mais isso.(risada)
Me levantei e fui arrumar a cama bagunçada, porém me virei e vi que ele também havia se levantado;
--E suas irmãs?
--Estão bem, gostaram muito de você.
--Que bom, também gostei delas.
--Bom, vou indo já... Só queria mesmo te ver antes de você ir. Posso te dar um abraço?
--Claro.
Ele era mais alto que eu obviamente, então me senti abraçando um adulto;
--Escuta, porque não vem mais tarde e vai comigo e o Edward até em casa?
--Tá me convidando pra ir na sua casa?
--Pois é. Assim você conhece o João.
--Quem é João?
--É como se fosse um irmão mais velho pra mim, moro com ele já que saí da casa da minha mãe.
--Porque saiu da casa da sua mãe?
--Longa história... Depois eu te conto.
--Bom... Eu não tenho curso hoje, então eu topo sim.
--Mais tem uma coisa.
--O que quiser.
--Tem que levar suas irmãs, gostei muito delas.
--Fechado.
Ele saiu sorrindo como um bobo. Entrei no banheiro, tomei um banho cuidadoso, pois eu ainda estava com umas ataduras que protegiam meus pontos das cirurgias. Enquanto me secava, pensava em como Edward se cuidaria se ele não tinha ninguém para ajudar... Ele precisa de fisioterapia abdominal, afinal ele fez uma operação delicada no estômago. Como sempre eu bolei uma solução, só precisava colocá-la em prática. Saí do banheiro e a enfermeira já havia deixado meu café na mesinha... Não era muito bom, mas era melhor que ser alimentado por uma sonda pós operatória.
Passei o dia todo enérgico e ansioso pela hora de ir pra casa, não via a hora de sair, pegar um ar... Até que finalmente chegou o horário. O doutor entrou no meu quarto faltando um minuto para as três;
--Olha, alguém está muito bem animado para receber alta em.
--Muito doutor.
--Bom, seus exames mostram que...
--Que...
--Está ótimo, sua cicatrização foi melhor do que eu imaginei.
--Ai que maravilha.
--Maravilha mesmo... Pode se preparar, já vieram te buscar.
--Quem?
Quando eu terminei de falar eles entraram;
--Eu. (João)
--João.
Abracei ele com uma imensa felicidade, como eu queria vê-lo;
--Como é bom te ver.
--Eu que digo isso, como você tá? (João)
--Ótimo agora, mas meio desapontado porque você não veio me ver.
--Eu vim, mas você ainda não tinha despertado das cirurgias. (João)
--E eu não ganho um abraço? (Papai)
--Pai... Que bom que veio. Pensou no que eu te pedi?
--Conversei com seu amigo e ele aceitou que eu passasse esses dias da sua melhora na casa de vocês. (Papai)
--Mas é claro que sim, eu jamais negaria isso... Já te disse que a casa é sua também Espurr, somos como uma família agora. (João)
--Fico tão feliz em ouvir isso... Mas e meu Denver João?
--Está morrendo de saudades de você, ele cresceu tanto que você vai se espantar. (João)
--Só aumenta minha ansiedade.
--Bom, ele já está liberado para ir quando quiser. (Médico)
--Muito obrigado por tudo doutor... Escute, posso pedir um último favor?
--Depende... Se estiver ao meu alcance. (Médico)
--Está sim. Porém esse favor também te compromete João.
--Pode falar. (João)
Eu contei a eles sobre minha ideia e ambos me ajudaram a colocá-la em prática. Com tudo pronto só faltava eu ir em um último lugar;
--Oi, posso entrar?
--Já entrou não é?
--Com o mesmo humor, fico feliz de não ter te estragado.
--O que quer?
--Soube que também recebeu alta.
--Sim, mas não adiantou de nada já que não tem nenhum responsável para vir assinar e me levar.
--Vem, pega suas coisas.
--Como é?
--Vem logo e não me faça perguntas.
Ajudei ele a se trocar e a pegar seus pertences que estavam no armário do hospital. Saímos rumo a recepção, onde o doutor nos aguardava;
--Finalmente livres em meninos. (Médico)
--Amém doutor.
--O senhor não disse que eu precisava de uma assinatura de responsável para sair daqui? (Edward)
--Sim. O pai do Espurr assinou pra você. (Médico)
--Porque? (Edward)
--Não faça perguntas ,vamos logo.
Nos despedimos do doutor e fomos rumo ao carro de papai. Quando entramos apresentei eles;
--Pai esse é o Edward. Edward esses são mru pai e meu quase irmão, João.
--Prazer. (Edward)
--O prazer é nosso, prontos meninos? (Papai)
--Ah Meu Deus, esqueci do Levy, esperem um minuto.
Saí do carro e quase levei um susto. Ele havia acabado de chegar e estava estacionando do carro;
--Levy, quase esqueci de te esperar.
--Meu Deus, calma não se afobe, olha sua pressão. (Levy)
--Tá tudo bem. Pode seguir o carro do meu pai com o seu?
--Claro, minhas irmãs estão lá dentro, como você pediu. (Levy)
--Legal, vamos.
Entrei novamente no carro e fomos para casa. Quando chegamos, deixamos o carro de fora e entramos... Meu pai e João foram na frente, e eu e Edward fomos atrás. Quando entramos fui muito bem recebido;
--Denver meu garoto.
Ele pulou em cima de mim e começou a me lamber. Edward parecia espantado ao vê-lo pessoalmente;
--Esse é o tal tigre que você ficou da invasão ao zoológico?
--É sim.
--Ele é bem grandinho né?
--Cresceu bastante desde a última vez que eu o vi.
--Afinal porque estamos aqui? Que casa é essa?
--É a minha casa.
--Como é? Benjamin me disse uma vez que eram vizinhos.
--Éramos, mas eu me mudei pra cá.
--E porque me trouxe pra cá?
--Não tem ninguém para cuidar de você até estar recuperado da operação, então você vai ficar aqui até estar pronto pra se virar sozinho.
--Virou minha mãe agora?
--Se quiser me chamar assim... Não me importo. Agora vamos entrando, quero mostrar seu quarto.
Ele me olhou chocado e apenas me seguiu. Estávamos na entrada da sala, quando do nada um grito;
--SEJA BEM VINDO DE VOLTA. (TODOS)
Meus amigos estavam todos ali, mas seus sorrisos sumiram ao ver quem estava comigo.

Teens 2 💫 Elos InabaláveisOnde histórias criam vida. Descubra agora