CAPÍTULO 24: CINCO MINUTOS💫

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(Capítulo contado por Clarice)
Depois que eu disse tudo o que sentia pelo Esteban, senti um alivio, mas o alivio maior foi em me libertar dele. Tudo o que ele disse, as palavras, me machucaram muito. Tentei ser forte, mas aquilo me destruiu por dentro, saber que eu também estava sendo usada da maneira mais cruel.
Sinceramente pensei que o tiro havia afetado a cabeça do Espurr, para fazer ele perdoar o Edward assim. Porém entendi na verdade ele o havia perdoado de verdade, o que definitivamente me deixou pasma, mas não surpresa, Espurr tinha um coração muito bom, acho até que o pouco que aprendi sobre perdão, aprendi com ele.
Era um dia normal, eu estava saindo da escola depois de um período cansativo de integral. Resolvi passar no centro para me distrair, meus pais quase sempre estavam ocupados, então eu tinha tempos de sobra para passear. Meu pai descende de uma família clássica da Itália, os Rosati.
Ele tem mania de usar coisas decorativas, jarros italianos, quadros importados, velas aromáticas... Inclusive elas haviam acabado, então ele aproveitou que eu iria ao centro e me pediu para comprar mais, ele gostava muito das de aroma de lavanda e cacto escocês. Havia uma loja por lá, a avistei quando saí da banca de revistas de moda da praça. Passei pela porta e não vi ninguém na recepção, mas entrei mesmo assim, fui andando pelos corredores olhando os diversos tipos de velas que tinha ali, era realmente impressionante. Se fosse papai ali naquela loja, teria levado todas de uma só vez.
Achei um pacote das de lavanda, então serviria, eu estava querendo passear mais e até eu achar as de cacto escocês, demoraria demais. Ia indo a caminho do corredor, até que ouvi vozes, vozes familiares vindo da recepção, avancei e então os vi... Álice e Esteban estavam ali conversando. Como um trovão, me escondi rapidamente na prateleira atrás deles. Pude ouvir tudo, Esteban estava se declarando para Álice, dizendo que ainda a amava.
Ouvir aquilo, me deixou meio triste  não nego, mas eu queria nem que fosse por um momento tentar entender ele. Ela pelo que pude entender, não o perdoou, também como poderia perdoar depois de ter sido uma aposta dele. Ela saiu mal, mas o que me deixou desapontada era o fato que ele nunca faria aquilo por mim, mesmo eu tendo amado ele profundamente e ter feito de tudo pata ele me notar. Esperei que ele fosse pros fundos da loja e saí sem levar vela alguma, precisava assimilar aquilo que eu ouvira, sem me decair em lástima ou tristeza profunda.
Ali caminhando pelo parque do centro, estava quase recaindo, mas avistei ao longe em um banco perto da fonte, Lótus. Ele parecia meio mal, e quando me aproximei para averiguar... Eu estava certa;
--Oi Lótus.
--Olá Clarice.
--Tá tudo bem?
--Para ser sincera, não muito e você?
--Também não me sinto muito bem, as coisas vão indo de mal a pior.
--A que se refere?
--Dylan.
--Achei que estavam mais próximos que nunca agora que estão namorando.
--E estamos, mas eu não me sinto totalmente feliz com isso sabe?
--Não gosta de namorar com ele ?
--Na verdade, creio que cometi um equívoco ao pensar que poderia perdê-lo.
--O que quer dizer?
--Que não sinto amor desse jeito pelo Dylan Clarice, mas apenas uma boa e sincera amizade.
--Por que não diz isso a ele?
--Estou dando voltas e voltas, mas não consigo achar uma maneira de fazer isso sem magoar ele.
--Te entendo, mesmo sendo eu a pessoa que saiu machucada na minha versão da história.
--Se refere ao Esteban?
--Sim, amar ele me custou muito caro Lótus, você não faz ideia.
--Posso imaginar. Podia dizer a ele que ainda sente alguma coisa, quem sabe não dê certo.
--Não, ele ainda ama a Álice, e eu não vou permitir que ele busque em mim o amor de outra garota, mesmo ela sendo doce e boa como a Álice.
--Entendo, sinto o mesmo. Porém estou em um mix de emoções, ao mesmo tempo que tenho que lidar com Dylan, tenho que lidar com Miles.
--Pera, você e o Miles estão... Mas você namora o Dylan Lótus.
--Calma Clarice, eu não estou traindo o Dylan se é isso que você está pensando.
--Então?
--Miles disse que me ama e que está disposto a esperar o tempo que for para que eu dê uma chance a ele.
--Caramba. Mas sua decisão de  deixar o Dylan tem a ver com ele também?
--Não. Quero romper com Dylan porque não o amo, não desse jeito que estamos. Eu o amo como um amigo e nada mais que isso, só não sei como vou dizer isso a ele.
--Se quer um conselho, não continue com isso se não está feliz. Mesmo que doa, porque vai doer e isso é um fato, rompa com o Dylan para que ele não se engane mais e mais ainda com relação ao amor que ele acredita que existe entre vocês.
--O Espurr me disse a mesma coisa, mas não encontro o momento nem as palavras certas para fazer isso Clarice.
--Dê um jeito, mas não o iluda mais Lótus, ele não merece.
--Claro que ele não merece, ele é um de nós e é o melhor amigo que eu tenho.
--Aproveitando nisso de ser um de nós, Lótus aonde fica a tenda daquela vidente que você conheceu?
--Fica mais a baixo, mas não sei se ela ainda está lá no mesmo lugar.
--Pode me levar até lá para vermos?
--Você, quer ir agora?
--Sim.
--Bom, tá bom vamos então.
Ele pegou a mochila dele e fomos rumo a baixo do centro. No caminho pude ver unas butiques bem fuleiras e necessitando de orçamento. Lótus parecia que iria chorar a qualquer momento, olhando pro nada e passando uma sensação misteriosa. Não nego que ele era bem bonito naquele tempo, seus cachos negros, com seu tamanho de 1,81 e pele bem branquinha, como neve.  Era o típico garoto australiano  que muitos e muitas brigariam para ter do lado.
Viramos em uma rua aleatória,  vi ele procurando com os olhos por roda rua, nas não havia nada;
--Não entendo, era pra estar aqui.
--Tem certeza Lótus? Você pode ter se enganado de rua.
--Não, não é aqui mesmo, pelo menos era pra ser.
--Ela deve ter se mudado de endereço e ido para um ponto melhor de clientes.
--Pode ser , ainda assim fico decepcionado  por não encontrá-la... Prometi ao Espurr que o trairia para vê-la, agora não tem mais como.
--Que pena, queria fazer umas perguntas a ela, mas pelo visto não será possível. Melhor irmos para casa Lótus, está escurecendo e eu não gosto de voltar a noite sozinha.
--Claro, vamos.
Cortamos caminho por lá mesmo e cada um foi pra sua casa. Eu gostei e não gostei daquela tarde, me senti bem próxima do Lótus pela primeira vez e ao mesmo tempo queria esquecer minha visita naquela loja de velas aromáticas. Cheguei em casa exausta de andar, mas meu pai acreditou na desculpa que eu dei.
Eles quase sempre estão curtindo entre eles, raramente prolongam uma conversa comigo. Estive pensando seriamente enquanto tomava um banho, será que Esteban realmente estava arrependido e gostava de verdade da Álice? Se fosse, ele teria de provar para ela que realmente queria mudar. Não nego que saber que ele a ama me magoa um pouco, mas não doeu tanto quanto eu achei que doeria, talvez porque ela havia se tornado minha amiga ou quem sabe pelo fato de eu ter superado ele.
A verdade é que Esteban era o único daquele bando que eu ainda não havia me desconectado completamente, porque os outros eu mandei pro espaço com bastante alegria. Saí do banho e me vesti pronta para jantar e cair na cama, no entanto pouco antes de eu descer pra sala de jantar, algo me chamou atenção na janela, não sei ao certo o que era, pois quando olhei pra fora não havia nada nem ninguém. Eu poderia estar alucinando ou ficando louca? Obviamente eu poderia. Porém havia uma sensação dentro de mim, uma sensação que dizia que eu estava sendo observada, por quem eu não sei, mas eu sentia isso. Queria muito dizer que eu estava ficando paranoica... Quem dera eu estivesse mesmo.
Depois de jantar, já estava pronta para dormir, mas algo ainda me intrigava na janela, como se uma voz mágica me chamasse. Decidi bancar realmente a louca e fui até o jardim averiguar, olhei em toda parte dele e não havia nada, até que senti uma presença se aproximando, de repente podia ouvir até mesmo seus passos. Me virei rapidamente achando ser um ladrão, um assassino, um gatuno ou coisa parecida, mas na verdade... Era uma senhora.
Ela estava com um manto azul marinho, que se dava um tom bem misterioso diante da luz do luar. Ela me olhava fixamente e eu estava paralisada igual uma pedra sem saber se me movia ou não;
--Boa noite, Clarice.
--Que... Quem é você?
--Sou sua busca.
--Como é?
--Você e o jovem Lótus não estavam me procurando? Cá estou.
Foi ai que minha ficha caiu bem ridicularmente;
--Você é a vidente?
--A própria.
--Como sabe onde moro?
--Eu sou uma vidente querida, sei de tudo... Ainda mais sobre vocês.
--Vocês quem?
--Os teens.
--O que significa isso afina? Lótus disse que você disse essa mesma coisa a ele.
--Apenas a verdade querida.
--Quem são esses teens?
--Você, Lótus, Espurr e todos seus amigos. Vocês formarão uma equipe imbatível, mas que vão enfrentar muitos perigos e aventuras, poucos sobreviverão, porém sempre devem estar unidos, para assim o mal não os vencer.
--Que mal?
--Um mal único e destrutivo, um mal que destruiu a vida de 5 jovens á quase 2 anos.
--Que jovens são esses?
--Não vem ao caso agora querida, o que importa é que se você e seus amigos serão os próximos se não lutarem para vencer. 
Ela começou a se afastar depois de dizer isso, e quando me dei conta ela simplesmente havia desaparecido na escuridão. Agora me restava milhares de dúvidas, mas a principal... O que os teens vão fazer contra esse mal e quem são esses jovens?
Definitivamente eu precisava de respostas, porém faltava cinco minutos para dar meia noite, eu tinha que ir dormir. Subi e me aprontei para dormir, mas não posso negar... Esses cinco minutos foram de arrepiar.

Teens 2 💫 Elos InabaláveisOnde histórias criam vida. Descubra agora