CAPÍTULO 19: RESSONÂNCIA DE AMORES DESFEITOS💫

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Entrei no auditório, onde seria a aula,  estavam praticamente todos lá. Procurei pelo rosto do meu par de dança e o avistei a uns metros a esquerda do palco de abraços e carícias com seu amor;
--Oi meninos.
--Oi Espurr, como está? (Dylan)
--Bem e vocês?
--Melhor impossível né amor? (Dylan)
--Não me chama assim Dylan, fico com um pouco de vergonha. (Lótus)
--Estão tão fofos juntos.
--Obrigado... E como vai a hospitalidade do Edward na sua casa? (Dylan)
--Tranquila e normal amigo.
--Estão se entendendo mesmo em. (Lótus)
--Até que sim, mas agora é melhor ensaiarmos nossa coreografia da dança dos flocos Lótus, estamos meio atrasados em comparação aos outros pares.
--Verdade, Dylan eu vou ensaiar com o Espurr agora, é melhor você ir treinar com seu par também. (Lótus)
--Claro, bom se cuidem ai. Até já amorzinho, Espurr fica de olho nele.  (Dylan)
--Pode deixar.
Ele saiu rumo aos outros alunos que estavam se encontrando por lá. Começamos a dançar, Lótus parecia distante, com um olhar meio triste e pra baixo;
--Está tudo bem Lótus? Há algo errado?
--Não é nada com você ou com a dança Espurr, é o Dylan.
--O que houve?
--É que... Eu tentei e ainda estou tentando Espurr, mas não estou conseguindo obter o mesmo interesse que o Dylan tem por mim, hoje tenho quase certeza que agi impulsivamente para não perdê-lo, mas eu não o vejo desse jeito.
--Lótus, se quer realmente minha sinceridade, eu acho que você deve colocar um basta nisso já. Quanto mais você demorar, mais ele vai se iludindo, vai se apaixonando mais e criando a imagem de um amor que não existe.
--Eu estou confuso Espurr, minha cabeça dói, eu não durmo uma noite completa desde o dia que saímos da sua reunião de boas vindas. Não consigo tomar uma atitude e nem consigo pensar direito.
--Percebe-se mesmo sua falta de disposição pelo olhar... Vamos continuar a coreografia e mais tarde na saída terminamos essa conversa, assim teremos mais tempo e falaremos com calma.
--Tá bom.
Continuamos dançando, e por incrível que pareça dançamos bem. Tínhamos melhorado muito, ele até se animou mais. Na saída, eu saí primeiro e esperei por ele do lado de fora, porém quando ele saiu, Dylan estava ao lado conversando com ele de jeitinhos meigos e fofos;
--Bom, vamos? (Lótus)
--Vão sair amor? (Dylan)
--É que eu tô precisando conversar com alguém sobre uns problemas Dylan, ai o Lótus disse que ia me ajudar.
--É , isso ai. (Lótus)
--Pena que eu vou ter que ajudar minha mãe, mas divirtam-se, pode conversar comigo também quando precisar viu amigo. (Dylan)
--Obrigado.
--Bom eu vou indo, tchau amor. (Dylan)
Ele se inclinou pra frente e o beijou, nem sequer precisou levantar os pés já que os dois eram altos. Depois do beijo Dylan saiu andando feliz, mas na cara do Lótus eu não conseguia ver nem metade da felicidade. Vi que ele meio que se paralisou, então peguei o braço dele e o puxei. Paramos em um parque no centro, ele parecia angustiado, nos sentamos em um banco que dava de frente para uma fonte;
--E agora Espurr, o que eu faço?
--Fica calmo, vai dar tudo certo... Você vai ver que vai achar uma solução para esse problema.
--Sinceramente estou pensando em desistir de tudo.
--Para com isso, desistir não está dentre suas opções. Você só tem que criar coragem e falar para ele que não é realmente amor que você sente, e sim uma amizade.
--Ele vai ficar mal Espurr, eu vou perdê-lo e dessa vez pra sempre.
--Para de pensar assim. Mantenha a mente fixa que tudo dará certo.
--Que você esteja certo... Ai que aflição.
--Vai ver que sim. Agora eu vou comprar um sorvete pra gente, já volto.
O carrinho estava parado a uns metros da fonte. Comprei um de maracujá pra mim e um de chocolate pro Lótus, acrescentei uma calda especial de caramelo nos dois. Voltei pro banco e vi ele olhando ao longe;
--Aqui um sorvete pra te animar, é de...
--Cristian.
--Que?
--É o Cristian ali não é?
Me virei pra direção em que ele estava olhando, mas desejei não ter olhado. Vi Cristian com uma garota andando e curtindo aos risos. Não sei o que que me deu, mas aquilo de certa forma me causou uma pontada de tristeza, quis sair dali naquele exato momento e ir pra qualquer lugar menos ali. Quando me dei conta havia deixado meu sorvete cair no chão;
--Você tá bem Espurr?
--Tô eu só... Eu... Tenho que ir embora.
--Espera, Espurr o que você...
Nem escutei o que Lótus disse, só me concentrei em sair dali... Porém me virei pra ver novamente e dessa vez Álice tinha aparecido ao lado deles, mas a garota que eu nunca vira estava grudada com o Cristian, os dois rindo e de braços dados. Me virei e comecei andar. Andei, andei, até que cheguei  em um lago.
Me sentei em uma pedra que tinha ali, de frente pro lago... Me sentia mal, mas eu não sabia o porque de eu estar me sentindo assim, tão triste e devastado. Perto de onde eu estava, ocorria uma festa de aniversário, nem teria percebido se uma cacatua branca não tivesse pousado no meu ombro. Achei ela linda, o que de alguma maneira aliviou boa parte da dor que eu estava sentindo.
Instantes depois ouvi passos e uma voz que me suou familiar assim que a ouvi;
--Ah céus, desculpe rapaz é que minha cacatua ainda está em treino e ....
Eu me virei e ele olhou pra mim. De alguma maneira vi um brilho no olhar dele, que ao mesmo tempo me reconfortou. Porém no momento que vi o rosto dele, lembrei de onde o conhecia... O mágico;
--Espurr?
--Diego? Diego o aprendiz de mágico?
--Eu mesmo, faz um tempinho desde que nos vimos.
--Realmente. Como está?
--Bom, como pode ver... Melhorei um pouco na mágica, mas ainda tô aperfeiçoando esse truque. Pode me entregar a cacatua?
--Aqui está.
Entreguei ela de volta com muito custo, ao que parecia ela tinha gostado de mim. Ele a levou e eu voltei a me sentar e a ficar pensativo, tentando apagar da minha memória a cena que eu tinha visto. Então era aquele o compromisso que eles tinham, que maravilha. Ia me levantando e indo embora, mas ele voltou;
--Espera, não vai fugir de novo vai?
--Como assim fugir?
--Você está me devendo uma assistida ao meu show de mágica lembra?
--Ah verdade, desculpa por ter me esquecido disso Diego, mas é que desde que eu cheguei nessa cidade tantas coisas aconteceram que eu verdadeiramente não consegui lidar.
--Tudo bem, bom pode me compensar hoje então.
--Como assim?
--Assiste hoje o show, não pode me negar de mostrar minhas habilidades a você, não mais uma vez.
--Bom eu...
Naquele momento meu telefone tocou, João me ligava;
--Alô, oi João.
--Espurr, você vai demorar muito pra voltar?
--Não sei, porque?
--Edward está meio irritado com você.
--Como assim? Irritado porque?
--Apareceu uma garota aqui dizendo ser a namorada dele e que você tinha deixado ela vir, então eu abri e a deixei entrar, agora o Edward está uma fera.
--Era o que me faltava mesmo. Daqui uma hora eu tô ai, faz o seguinte prepara um belo jantar com direito a tudo que há de bom João, vou passar em uma confeitaria e levar uma torta de maracujá para aliviar os ânimos.
Eu olhei e vi a expressão de desapontado na cara de Diego. Eu não podia deixar ele na mão de novo, então tomei uma atitude inusitada;
--Escuta, separa dois lugares a mais na mesa, um pra garota do Edward e um pra um amigo meu.
--Tá bem, mas não demora, seu pai e eu estamos quase tento um colapso com o surto do Edward com a garota.
--Tá bem, até já.
Desliguei e vi uma nova expressão no rosto dele;
--Esse amigo que você disse no telefone, sou eu?
--Claro que sim, vou te compensar levando você pra se apresentar pra minha família, o que acha?
--Eu topo.
Ele estava bem feliz. Saímos e fomos a uma confeitaria popular no centro atrás da torta que eu prometi levar. Fomos a três diferentes e somente na terceira achamos a de maracujá. Pedimos um carro e fomos o mais rápido que pudemos, se bem que eu já sabia que Edward estaria revoltado comigo.
Chegamos por volta das sete em casa, descemos do carro e entramos portão a dentro. Assim que entramos, Denver veio correndo me receber, ele estava enorme já, apavoraria quem o visse de cara rapidinho;
--Isso... Isso é um tigre?
--É sim, meu tigre de estimação. O nome dele é Denver.
--Denver. Como você adotou um tigre-branco?
--É uma história meio longa Diego, mas depois eu conto. Vamos entrar logo porque  daqui já estou sentindo a tensão que está emanando de lá. Não se preocupe ele não vai morder, não se você for calmo com ele.
--Eu vou ficar um pouco afastado dele, por precaução, preciso dos meus membros pra me apresentar.(risada)
--Bobo.
Andamos até a porta, assim que passamos pela sala, avistei a mesa posta pela metade. Fomos até a cozinha e lá estava uma verdadeira zona de batalha, meu pai e João estavam cozinhando a todo vapor;
--Oi gente.
--Até que enfim você chegou, está um caos a tarde toda. (João)
--O que que houve exatamente?
--O que eu te disse ao telefone, essa garota a tal Mirella. Chegou aqui dizendo ser a namorada do Edward e que você a tinha convidado para vir aqui hoje. (João)
--Não eu não a convidei, eu disse que ela podia vir se quisesse apenas para comprovar que os rumores da escola eram mentira.
--Que rumores? (João)
--Agora deram pra inventar que pelo fato do Edward estar morando aqui, eu e ele estamos tendo um caso.
--Que idiotice. (João)
--Não é? Enfim, aqui está a torta. Demorei porque fui a três lojas diferentes atrás dela.
--Maravilha. Mas quem é esse filho? (Papai)
--Ah, esqueci. Gente esse é o Diego, um amigo mágico que eu conheci quando cheguei na cidade. Diego, esse é o João... Meu irmão pra todos sentidos e aquele é o meu pai, Mariano.
--Muito prazer em conhecê-los. (Diego)
--O prazer é nosso, seja bem vindo. (Papai)
--Acho melhor você subir lá em cima Espurr, para dar uma resolvida por lá antes que piore. (João)
--Eu tô indo lá. Diego pode ficar a vontade, eu já volto.
--Tá bom. (Diego)
Saí e subi pro segundo andar muito calmamente, afim de ouvir algo ou algum barulho de discussão. No começo não ouvi nada, mas quando cheguei perto da porta do quarto do Edward, eu pude ouvir que discutiam em um tom muito baixo, para certamente não chamar atenção. Não fiquei esperando muito, logo que tive uma deixa, entrei;
--Oi pessoal, tudo certo por aqui?
--Tudo errado isso sim. Agora que você chegou, quer me dizer o porque chamou essa garota pra vir aqui? (Edward)
--Ué, porque ela é sua namorada né. E eu não a convidei, eu disse que ela podia vir se quisesse para comprovar pra ela que eu e você não temos nada.
--Não ela não é minha namorada. E como assim comprovar se eu e você não temos nada?  Você não a chamou? (Edward)
--Não, eu disse que ela poderia vir se quisesse, mas eu não a chamei.
--Então eu estava certo, você está aqui de espiã não é Mirella? (Edward)
Eu estava confuso, espiã? Como assim estava de espiã? Como ela poderia estar de... E foi ai que minha ficha caiu, Amun. Fazia todo sentido;
--Calma Edward não é bem isso. (Mirella)
--Então fala, olha bem pra mim e fala que não é. (Edward)
--Eu não to entendendo nada gente.
--Eu te explico, eu não namoro essa garota. Nós ficamos, mas já faz tempo, uns dois a três meses. (Edward)
--Estávamos quase namorando. (Mirella)
--Disse bem, quase. Não namorei você pelo motivo que você lembra muito bem. (Edward)
--Olha... Então você mentiu pra mim garota?
--Eu não menti... Bom, eu exagerei em dizer que era a namorada do Edward, mas na parte que me disseram coisas horríveis a seu respeito era totalmente verdade. E eu tenho esperanças de voltar com o Edward, por isso fiquei enciumada, e o Amun... (Mirella)
--Eu sabia, ele o que? O que esse estúpido teve a ver com tudo? (Edward)
--Tudo praticamente. Ele me chamou no intervalo de hoje e me disse que o Espurr tinha te trago pra casa dele por estarem tendo um caso. Eu fiquei cega de ciúme e quis tirar isso a limpo. (Mirella)
--Inventando mentiras? Essa é sua forma de tirar as coisas a limpo? Isso só prova que fiz certo em não ter me envolvido mais com você. (Edward)
--O que queria que eu fizesse se ainda gosto de você? (Mirella)
--Mirella entenda, eu não sinto a mesma coisa, e no dia em que encerramos tudo você e eu combinamos de manter uma amizade, uma amizade que você pagou vindo de interesse a mando do Amun aqui pra casa do Espurr. (Edward)
--Mas eu... (Mirella)
--Não diz mais nada por favor, é melhor você ir pra sua casa. (Edward)
--Não.
--Como não Espurr? Não ouviu que foi tudo outra tentativa fracassada do Amun de coletar dados e armar coisas contra você? (Edward)
--Eu ouvi e muito bem Edward, mas eu quero saber umas coisinhas antes. O que o Amun pediu pra você descobrir a meu respeito vindo na minha casa?
--Ele suspeita que você esconde algum segredo, e ele quer descobrir para poder usar contra você. (Mirella)
--Você se submeteu a isso Mirella? (Edward)
--Eu não tive escolha, estava cega pelo ciúme já te disse. (Mirella)
--Tá tudo bem.
--O que? (Edward e Mirella)
--É, tá tudo bem.
--Ela acabou de dizer que eles tentaram armar novamente contra você e você não vai dizer nada? (Edward)
--Edward, ela fez isso porque ainda gosta de você. E o Amun não vai parar até conseguir o que quer, que é me humilhar na frente da escola.
Os dois ficaram em silêncio me olhando com uma cara de espanto e surpresa. Provavelmente chocados por eu não ter me alterado ou coisa do tipo;
--Então, você não está bravo? (Mirella)
--Não, eu tô um pouco triste por você além de ter me ofendido aquela hora, também ter mentido pra mim... Mas eu sei que tipos de loucura uma pessoa é capaz de fazer por amor.
--Olha, por mais que ele não tenha ficado bravo, eu estou. Então vai embora por favor e não volta mais aqui. (Edward)
--Tudo bem. (Mirella)
Ela ia saindo do quarto, mas eu como sempre, me senti meio estranho com aquela cena desconfortante;
--Espera, o João passou a tarde toda fazendo um belo jantar pra todos nós. Come com agente e depois você vai.
--Eu não quero atrapalhar. (Mirella)
--Não vai atrapalhar em nada, só tentem não se matar.
Descemos em um silêncio mortal até a sala e tudo já estava praticamente pronto. A mesa estava posta por completo e os outros já nos esperavam sentados. Meu pai e João ocupavam as cadeiras das pontas da mesa, me sentei do lado esquerdo ao lado do Diego. Edward e Mirella se sentaram nas cadeiras do lado direito;
--Bom, resolveram? (Papai)
--Sim, foi só um mal entendido.
--Ela não é minha namorada. (Edward)
--Mas é sua amiga.
Edward me lançou um olhar mortal assim que eu terminei aquela frase. Eu sabia que ele provavelmente estaria naquele momento desejando passar com um caminhão por cima de mim para ver se eu me calava;
--Mirella você provavelmente não foi apresentada a minha família não é?
--Não, quando ela chegou foi tudo muito corrido por aqui. (João)
--Esse é o meu pai e esse é o João, meu irmão pra todo caso.
--Muito obrigada por me receberem mesmo eu parecendo uma louca e aparecendo sem avisar nada. (Mirella)
--Sem problemas mocinha, Edward se tornou como um membro da família pra nós. Então sendo amiga dele, é muito bem vinda. (Papai)
--Obrigada. (Mirella)
Pude ver na cara dela que ela estava muito envergonhada de ter chegado e sido tão bem recebida por todos e no final só ter ido por um único interesse, ajudar a me massacrar;
--E esse garoto quem é? Seu irmão também? (Mirella)
--Não. Eu nunca vi esse garoto com você, quem é ele? (Edward)
--Esse é o Diego. Meu amigo aprendiz de mágico, inclusive hoje ele fará um show pra gente aqui.
--Um mágico, que legal. (Mirella)
--Obrigado. Eu ainda tô aprendendo, mas tô no caminho. (Diego)
--Da onde você e o Espurr se conhecem? (Edward)
--Já faz um tempo. Foi no dia que ele ia visitar o pai dele pela primeira vez. (Diego)
--Realmente faz um bom tempo... Fiquei devendo uma assistida a um show de mágica dele, então aproveitei a oportunidade e o trouxe.
--Maravilha, faz tempo que não vejo um show de mágica. (Papai)
--Eu nunca vi um show de mágica. (João)
--Sério? (Diego)
--Sim, eu não tive uma infância muito normal. (João)
--Mas hoje vai ter a chance de assistir um pessoalmente.
Ele olhou pra mim com um sorriso reconfortante, doce e carismático. Um sorriso que eu sabia que era uma forma de dizer obrigado. João teve uma infância um pouco dura, mas ele nunca entrou muito em detalhes e eu ficava sem jeito de perguntar... Mas eu sabia que mesmo sendo em mínimas coisas, eu tornava o dia dele melhor.
Terminamos o jantar delicioso do João e fomos para a sobremesa. A torta de maracujá que eu procurei por três confeitarias até encontrar;
--Estava ótima essa torta, depois me passe o endereço dessa confeitaria que eu vou pedir mais vezes Espurr. (João)
--Obrigado, e pensar que foi complicado pra achar.(risada)
Terminamos de comer. João e eu tiramos a mesa e colocamos a louça na pia. Todos se sentaram na sala para apreciar ao show, enquanto Diego já começava a se preparar.
O show começou com um belo truque de desaparecimento, usou duas bolinhas e depois as transformou em penas. Penas essas que logo em seguida viraram bandanas tiradas do bolso de seu paletó de mágico, que ele colocara no começo do show. 
Estava tudo indo muito bem, até que meu telefone vibrou no meu bolso. Tirei pensando ser alguma notificação de notícia ou algo assim, mas na verdade era uma ligação... Álice estava me ligando. Olhei pra frente com um olhar desapontado e vi que Edward havia reparado. Me levantei cuidadosamente para não estragar o truque e fui pro jardim do fundo junto do Denver e atendi a ligação;
--Alô.
--Oi amigo.
Pensei comigo naquele momento, “Na hora que mentiu pra mim não pensou na amizade né”;
--Oi.
--Como foi seu dia? Não nos falamos na escola hoje.
--Pois é.
Estava me segurando pra não dizer alguma coisa que a magoasse ou que desse a entender que eu estava meio magoado com ela, então agi da mesma maneira que ela... Sustentei a mentira deles;
--Como foi a tarde de pesquisas? 
--Bom, foi ótima. E você, fez algo legal?
--Saí pra passear com o Lótus.
--Ah sim. Bom amigo, sei que tá meio tarde, mas está ocupado?
--Sim, estou no meio de um jantar.
--É algum jantar especial?
--Sim, é especial por que estou com uma pessoa especial aqui.
Eu não sei o que deu em mim. Porque eu disse aquilo? O Diego era  sim especial, mas da maneira que eu falei meu Deus, nem imagino o que ela pensou;
--Nossa, é algum amigo?
--Sim, mas pode ser que chegue a ser mais que isso, enfim vai depender.
--Olha... Bom, então não tem como você sair mesmo?
--Não, não tem.
Naquele momento vi Diego se aproximando;
--Tenho que ir Álice.
Desliguei o telefone, mas me senti meio mal, eu não era assim de revidar minha dor, mas já tinha sido feito;
--Oi.
--Oi, terminou o Show?
--Sim, mas não te vi no último número... Você não gostou?
--Claro que eu gostei, é que eu recebi um telefonema da minha amiga Álice.
--Aconteceu algo?
--Não, tá tudo bem. Bom espero não ter  te assustado com minha família estranha.(risada)
--Eu gostei muito. Espero que possamos manter contato agora.
--Claro, me ligue sempre que quiser.
--Valeu. Agora eu tenho que ir, está tarde e amanhã tenho aula e você também.
--Exatamente. Escola é uma coisa complicada. Vamos eu te levo até o portão.
Passamos pela sala e ele se despediu do meu pai de uma forma tão formal , que até eu me surpreendi com seus ótimos modos.  Chegamos no portão e eu me despedi dele;
--Bom, até outro dia.
--Até. Se cuida Diego.
Ele ia sando, mas parou e virou de volta pra mim, quando eu percebi... Ele havia beijado minha bochecha e saiu com um sorrisinho constrangido de vergonha.
Eu confesso que aquilo me deixou estranhamente formigante. Entrei pra dentro e vi Edward levando Mirella até o portão;
--Desculpe pela minha atitude Espurr, mas espero que possamos nos dar bem daqui em diante. (Mirella)
--Pode ser.
--Veremos, agora tchau Mirella. (Edward)
Enquanto iam pra saída eu entrei e fui diretamente pro meu quarto. Precisava de um belo banho, então liguei a banheira em plena segunda feira. Me deitei com as águas quentes afundando meu corpo na banheira. Estava tão cansado que sem nem perceber... Dormir ali mesmo.

Teens 2 💫 Elos InabaláveisOnde histórias criam vida. Descubra agora