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•Lavínia•

Não sei oque se passou na minha cabeça naquele momento, eu acho que eu já estava com vontade de fazer isso e só depois de tomar algumas doses eu tive a famosa coragem, não posso falar que eu não queria ou que foi ruim pois eu estaria contando uma grande mentira. O beijo foi muito bom, eu até me surpreendi pra falar a verdade, e a minha vontade de fazer esse beijo acontecer me dominou por inteira e passou por cima da marra que eu sempre deixo exposta, mais ainda quando ele aparece.

Quando eu sai de lá sem falar nada pra ele eu sei que o deixou bem confuso, mas ou eu saia dali o mais rápido possível ou eu iria tomar algumas decisões precipitadas, e foda-se também, homem também tem que sofre um pouquinho, e  ter desejo e não matar ele é um dos ódiosque os homens tem, seu disso pelas dicas que o JV me passa, eu posso até ser julgada mas só você mesmo sabe oque é estar do lado daquele homem, a beleza e a postura dele exalam, tu fica molinha facilmente e então eu me controlo, eu tava com um fogo absurdo apenas com um beijo, pra mim sair dali com ele era apenas um estralar de dedos e pronto, então respirei fundo e dei as costas subindo pra onde a Bia tava.

[...]

Acordo no outro dia com a cabeça pesada pra um caralho, eu bebi demais e tô péssima, minha cabeça latejando de dor e meu corpo parece estar em anestesia, sempre quando bate a ressaca eu sinto uma sede do Karai, bebo água parecendo que estava no deserto, é foda.

Eu poderia muito bem chegar e falar que não lembro de nada do que eu fiz ontem, porém eu lembro, e lembro muito bem até, e pensando agora, eu beijei ele em uma parte escura perto do banheiro, ok, mas e se alguém viu? Eu não devo nada a ninguém não e isso é óbvio, mas sei lá, eu não gosto de exposição desse nível, não tenho paciência pra isso não.

Tomo um banho rápido só pra tirar pelo menos um pouco da ressaca e saio de casa com um cropped e um short jeans, andando na força do ódio até a casa da Bia que me encheu o saco pra ir lá, diz ela que eu nunca vou lá, e que ela sempre vem aqui em casa, juro que eu mandei ela tomar bem no centro do cu dela, mas no fim eu dei o braço a torcer e cá estou eu indo pra lá.

Abro a porta que não estava na chave como sempre, por eu ser de casa apenas entro e vou seguindo pelo corredor que termina no quarto dela, ao abrir a porta a vejo jogada basicamente pior que eu, ela me olha com os olhos estreitos como se soubesse de alguma coisa, franzi as sobrancelhas encarando ela que parece esperar eu falar, apenas ando em sua direção e me jogo na cama macia de forro rosa claro.

Beatriz: Não vai me contar nada não Dona Lavínia?- levanto a cabeça olhando ela mas logo abaixo novamente.

-Se tivesse oque contar eu contava.

Beatriz: mente que nem sente né? Mas me fala aí, parou de ser chata e deixou o fantasma agir?- ela pergunta e eu reviro os olhos em sua direção.

-Chata é o caralho, só não sou marmita de esquina que é só ele chamar que vão.

Beatriz: Tá bom Lah, isso eu já sei, mas rolou ou não amiga?

-Um beijo só- dou de ombros e ela abre a boca em choque com oque eu disse nesse exato momento.

Beatriz: Amiga, você beijou o fantasma, tem noção disso? Todas querem ele cara.- não dou muita importância, afinal não fui eu que fui atrás dele né.

-Todas querem mas eu não faço questão, é uma grande diferença, e também foi só isso mesmo Beatriz, nada mais.

Beatriz: eu duvido que vai parar só em um beijinho Lavínia, dá teu chá nele que eu tô ligada que tu sabe.- dou risada negando.

-Quase que meu fogo no cu me fazia liberar pra ele ontem mesmo, mas graças a meu bom Deus que não fui.

Beatriz: Ruim que não ia ser né mulher.- frazo as sobrancelhas.

-E tu já provou?

Beatriz: Não, mas o que mais falam nesse morro aqui é da pica dele, da foda dele e outras coisinhas aí.

- que baixaria isso aí, ele deve amar né, afinal é um homem...

Beatriz: Pois é né, mas bem que você podia experimentar e contar pra mim em primeira mão.- nego com a cabeça pra ela que faz cara de desentendida.

-Isso mesmo, não vai passar daquele beijo e pronto, eu sei das minhas decisões Beatriz, tu sabe bem.

Beatriz: você que sabe né, mas só pra deixar claro aqui que eu tenho CERTEZA de que não vai ser só esse beijo, e você também sabe mas quer se enganar.

-Tá Bia, já chega desse papinho chato, me conta as fofocas boas que tu tem.

Beatriz: Meu amor, a Rosana da rua de baixo tá gravida, e o pior é que ela não faz ideia de quem é o pai, pode ser um dos envolvidos daqui.

-Acho é pouco, quem manda sair dando por aí.- falo sem me importar e ela concorda.

Beatriz: Que eu fiquei com o João você sabe que eu sei, mas sei lá...

-Quem não sabia né? Afinal vocês tão juntos ou não? Parecem casal e nem disfarçam amiga.

Beatriz: É complicado sabe, a gente só fica as vezes, nada sério não.

-Cuidado com essas coisas Bia, um sempre sai prejudicado, eu levo isso comigo sempre, porque a corda sempre arrebenta pro lado mais fraco.

Beatriz: Você tem razão amiga, odeio admitir isso mas você está certa.- dou risada e ela acompanha.

-Gosto do João Victor pra caralho e você sabe disso, mas eu sempre tive um pé atrás com homens, você sabe o motivo que me dói até hoje...- falo lembrando do pior dia da minha vida, com o cara que eu chamava de tio...

Beatriz: Sei sim Lah, mas é melhor não entrarmos nesse assunto, você chora, eu choro e aí vamos ficar mais feias que agora com ressaca.

concordo sorrindo fraco pra ela que se levanta da cama se jogando em cima de mim, ao cair ela me abraça e eu retribuo sentindo paz ao lado dessa doida que sabe ter meu melhor lado sem nem se esforçar muito para isso, por isso tem o título de minha amiga, que eu só dei a ela.

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•Além Da MarraOnde histórias criam vida. Descubra agora