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•Lavínia•


Fiquei um bom tempo dançando e curtindo com a Bia, o tal dono não falou mais nada obviamente, mas ele me encara a todo tempo, nesse momento ele tá escorado na grade do camarote e tem umas duas meninas alisando ele, isso que eu chamo de humilhação, não faço isso nem morta.

Beatriz: O João chegou- ela diz olhando pro camarote onde o João já chegou do lado do cara lá que eu nem sei quer sei o nome nem vulgo, nunca me interessou mesmo.

-Quando ele ver a gente aqui ele vem.

Beatriz: Se tu tivesse deixado de cu doce com o Fantasma, nós já tava lá.

-Fantasma?- ela confirma e eu dou risada negando - porrinha de vulgo ein, deve ser porque ele pega e some.

Beatriz: ele não é flor que se cheire e todo mundo sabe, mas tu quer afundar o cara de todo jeito - nego com o indicador e observo o fantasma falar alguma coisa no ouvido do JV, ele só confirma e desce as escadas do camarote vindo até onde nós estamos.

- João tá vindo.- digo e ela confirma.

JV: Não subiram antes porquê pô? Tava liberado pra vocês já, são minhas convidadas - ele fala assim que chega e puxa nós pra um abraço, depositando na cabeça de cada uma um beijo.

-Se a gente subisse ia ficar lá no meio daquele monte de bandido sem conhecer ninguém João, credo.

Beatriz: O teu amigo mandou chamar ela pra subir, mas ela não quis e ainda mandou recadinho debochando.- reviro os olhos.

-Nada demais, só disse o básico.

JV: O mano fantasma te quer cacheada, faz a boa pra ele pô.

-Me poupe, não sou qualquer uma não e vocês tão ligado já.

JV: Vamo subir comigo agora, nem adianta negar, lá tem tudo do bom pô, tô ligado que hoje tu quer beber cacheada- confirmo sorrindo pra ele e logo andamos até o camarote.

Subo degrau por degrau segurando meu vestido para o mesmo não subir,  quando finalmente piso meus pés no camarote, observo vários traficantes com a arma pra cima, e como sempre onde tem bandido tem puta, aqui tem um monte, pra dar e vender.

Sigo o JV que como o esperado tá indo até o fantasma, caminho devagar tendo seu olhar sobre mim a todo momento, e não é só o dele não, outros e outras focam seu olhar em mim e na Bia também, quando o João chega até o fantasma eu fico ao seu lado sem olhar pro fantasma em momento nenhum, puxo a Bia e caminho até a grade do camarote observando lá embaixo que tá lotado.

Beatriz: tu não quer ficar ali com eles não Lah? - ela pergunta e eu nego.

-Vamo ficar aqui na grade, quando começar as atrações aqui vai encher.

Beatriz: Bora pegar bebida primeiro, a minha acabou e a tua também né.- sou puxada por ela até o freezer, fiquei até impressionada com o tanto de bebida de todos os tipos que tinha ali, faço meu copo e volto pra grade.

🎶 "Deixa eles contar história
Que eu gosto de contar dinheiro, dinheiro (uh)
Eu lanço, tu copia e cola
E geral sabe que isso não é segredo, segredo

Me sinto tão bem
Já te falei que eu não quero estresse
É que cada um tem
O Cabelinho que merece

E o tempo não para, ninguém me para
O comentário é que eu fui feito pela NASA
E hoje tu me contrata, o meu cachê você paga

Mas fique sabendo que nada é de graça
E ela adora minha marra, minha cara de tralha
Disse que sonhou comigo e acordou molhada
Sa-safada, virei referência no Galo, Pavãozinho, Pavão
Tô ganhando o mundo sem tirar o meu pé do chão"🎶

Cabelinho entra cantando essa música e eu me balanço na grade no ritmo, canto do começo ao fim enquanto bebo meu wisky, vejo a Bia falar que já volta e não intendo.

Beatriz: para de bancar a durona Lah, se joga - não entendi foi nada, mas continuei aqui na minha paz.

Sinto uma presença do meu lado e o cheiro forte masculino me faz saber que é um homem, não viro meu rosto, apenas olho de lado mas não consigo identificar quem é por estar meio escuro aqui.

Fantasma: Não entendi a parada não, tu falou que não queria subir pra cá pô- escuto sua voz grossa perto de mim e dou um gole na minha bebida gelada.

-Naquela hora eu não queria mesmo ué, aí bateu vontade e eu subi - falo e olho pra ele que tá exatamente do meu lado, ele tá bem bonito por sinal, mas viro o rosto pra frente, para não reparar muito nele.

Fantasma: Tu é mentirosa pra caralho né pô, sonsa também - faço isso cara de desentendida pra ele.

-Eu não minto não, até porque não sou homem né.

Fantasma: Mente sim, ou tu vai me dizer que teu nome é Kátia? Conta outra pô, e só negou de subir porque fui eu que chamei, vai dizer que é câo?- parece que eu não consegui enganar ele.

-Não vou negar isso, você já sabe então pronto, não subi porque eu não quis mesmo, na sua bondade eu não acredito muito.

Fantasma: E o teu nome,vai me dizer o certo ou vai mentir de novo? O fugitivo da polícia sou eu porra - dou risada e ele me olha parecendo analisar, paro de rir e olho em sua direção.

-Lavínia...

fantasma: Dahora Lavínia,tu devia ser mais Dboa pô, rir tá ligada? Teu sorriso é dahora.

-Valeu, tu quer me deixar envergonhada ou é só impressão minha? - ele sorri de lado todo cafajeste que eu percebi desde de quando vi ele.

Fantasma: Porra, nem um elogio tu aceita dboa karai.

-Aceito sim, mas vindo de você que é estranho pra mim - olho pra frente tentando não ter contato visual com ele, a bebida não tá me ajudando.

Fantasma: Tu sabe quem eu sou? - ele pergunta e eu balanço a cabeça confirmando.

-Sei oque tu é, mas teu nome não.

Fantasma:  É Osvaldo pô - dou risada sabendo que ele só quer fazer o mesmo que eu fiz com ele, tadinho acha que me engana.

-Para de graça, eu sei que tu é o famoso fantasma.

Fantasma: Porra, tu pergunta já sabendo né? Me liguei na sua.

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•Além Da MarraOnde histórias criam vida. Descubra agora