•Além Da Marra

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•Lavínia•

Com a licha de unha, eu deixo a unha postiça no formato amendoado como a cliente pediu e já pego os esmaltes nas cores escolhidas. Hoje tive que acordar cedo pra iniciar mais um dia de trabalho.

A semana passou voando, passei todos esses dias quietinha na minha sem sair pra nenhum lugar, até porque ninguém é de ferro e muito menos rico pra estar saindo todo dia, e parece que não, mas sempre acabamos gastando com alguma coisa ou outra nesses rolês duvidosos.

Já faz também uma semana da missão que teve, durou horas e horas. Eu e a Bia conseguimos dormir depois de um tempo, mas mesmo assim ainda ficamos preocupadas, principalmente pelo João que é nosso amigo.

Faço o meu trabalho tentando caprichar ao máximo e dar o meu melhor, se tem uma coisa que eu odeio é trabalho mal feito, por isso faço o meu com todo capricho do mundo, afinal todas as clientes querem isso e merecem, nem todas né, mas ok.

Escuto a conversa que rola entre duas meninas que estão aqui no salão, elas falaram comigo mas eu não faço a mínima ideia de quem seja. Eu sou muito assim, as pessoas me conhecem, não sei como.

Priscila: Sim, é aniversário da Kátia, mulher daquele HG que é bandido. - ela fala pra amiga que está ao seu lado.

Bruna: Vai me levar né? Acho que ela não vai se importar se você me levar junto, de tantas pessoas lá ela não vai nem ver.

Priscila: Vê ela vai, mas eu converso com ela.

Bruna: A Ketillin vai né? Bom que fica nós três lá né Priscila?

Priscila: Sim, e ela é bem amiga da Kátia, aí nós pode ficar bem Dboa, oque vai ter nessa festa na laje é churrasco e bebida.

Paro de prestar atenção na conversa das duas e finalizo as unhas na cor preta com detalhes prata brilhoso, eu achei que ficou linda, bem delicada. Posiciono a mão da cliente bem ajeitada por cima do pano branco e cetim e tiro a foto pra postar na página do salão.

Depois de cumprir meu horário, eu finalmente chego em casa super cansada e morrendo de fome por já ser hora do almoço. Entro em casa já sentindo o cheirinho da comida indicando que minha mamis está em casa e fazendo o almoço.

Tomo um banho rápido só pra tirar o calor e vou direto pra cozinha e vejo minha mãe toda animada cozinhando, é bom demais ver ela assim feliz, ela não imagina o quanto isso me conforta.

Vera: Chegou né Dona Lavínia.

-Cheguei e tô morrendo de fome mãe.- falo me sentando.

Vera: o almoço tá pronto, pega seu prato e vem se servir antes que esfrie.

[...]

Acordo do meu sono da tarde com o celular tocando sem parar o que já me deixa com um mal humor gigante, se tem uma coisa que eu odeio muito, em um nível extremo é atrapalharem meu sono, porra, tanta hora pra me incomodar aí escolhe logo a hora em que eu estou dormindo, não aceito.

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Eu: Oque foi porra?

Beatriz: Se arruma que eu vou passar aí agora Lavínia.

Eu: Eu tava dormindo Beatriz, nem vou sair pra lugar nenhum e você me acordando atoa, puta que pariu viu.

Beatriz: Vai logo amiga, é pro aniversário, tu vai gostar.