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Fantasma•

Deixo ela lá se arrumando e desço até a cozinha indo falar com a mãe dela. Não é nada demais, só por educação mermo, tá ligado? Vim na casa dela sem nunca ter falado com ela pô, estranho né não.

Quero meio que me apresentar, pra não ficar um bagulho esquisito já que ela não me conhece, e se conhece é pelas bocas que dizem, de qualquer forma eu viro assunto nessa porra aqui. Quero me apresentar e é uma forma de conhecer o terreno, sou esperto, né segredo...

-Boa noite  pra senhora. - ia falar voa tarde, mas vi que já escureceu, passou voando.

Vera: Boa noite rapaz, tá tudo bem?

-Tudo nos conformes.-encaro seu rosto parecido com o da preta, só mais envelhecido.- queria pedir desculpa a senhora, cheguei na sua casa sem nem lhe conhecer.

Vera: Você pode não me conhecer, mas eu lhe conheço, você sempre anda com o João Victor que eu vejo, qual teu nome?

-Pode me chamar de Fantasma, e o seu? - aperto sua mão que fala seu nome enquanto me encara séria.

Eu não vi aqui pra esconder nada de ninguém e nem oque eu sou, oque ela perguntar eu vou responder, é a minha vida hoje e eu não posso mudar nada, mentir não vai fazer ser diferente, então a reação dela é consequência.

Vera: Desculpa a pergunta, mas oque você é nesse meio? Seu "nome" não me é estranho.- suspiro ouvindo a pergunta que eu sabia que uma hora ia chegar, mas ela parece ser Dboa.

-Sou o dono, isso aqui tudo era do meu pai, mas infelizmente ele morreu em trocação, morreu por isso aqui. Mas a senhora não precisa se preocupar que eu não vo- sou cortado de falar.

Vera: Não precisa se explicar, eu não tenho medo. Se a minha filha te conhece, e permitiu que você entrasse aqui, algum motivo bom ela tem, então se ela confia em você, eu também confio,  rapaz.

-Valeu Dona Vera.- sorrio fraco pra ela que pega um bolo do forno e começa a partir pra mim.

Vera: come um bolinho.

- precisa se incomodar não, tá tranquilo.

Vera: deixa de bobeira e come menino, vai fazer essa desfeita na minha casa?- pego o prato com bolo e começo a comer.- vou chamar a Lavínia pra cá, ela sozinha lá em cima, não gosto.

-Ela tá se arrumando, Jajá deve descer.- falo e sua reação parece de surpresa.

Vera: Ela vai sair?- confirmo - eu tô impressionada que finalmente ela quis sair, lhe agradeço muito mesmo, depois de tantos convites ela aceitou o seu, cuide bem dela.

- Pode deixar, se eu tirei de casa eu mermo trago sem um arranhão, nisso a senhora pode confiar.

Bebo do meu café esperando a preta ficar pronta, a mãe dela é dahora, quem ia gostar mermo era minha coroa, qualquer dia eu apresento que ela tá muito sozinha.

Lavínia desce as escadas toda linda como sempre, seu rostinho de princesa, mas o seu corpo de mulherão, seu cabelão preto todo cacheado, ela é a combinação perfeita.

•Além Da MarraOnde histórias criam vida. Descubra agora