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•Lavínia•

O jogo rolando já tem um tempinho, eu e a Bia ficamos aqui quietinhas assistindo o jogo enquanto bebemos uma Ice de limão geladinha para refrescar o calor, que inclusive está nível máximo hoje.

Observo a quadra, JV toca a bola pra um menino e corre mais a frente para dar espaço, o menino chuta a bola em direção ao fantasma mas o adversário pega a bola tentando driblar o fantasma, porém sua atitude é falha quando ele recupera a bola e sai correndo sem tirar ela de seus pés; as pessoas que assistem vibram ao ver ele chegar bem próximo ao gol, e em um chute forte e certeiro ele acerta, marcando mais um gol para equipe.

Quando o jogo finalmente termina, os jogadores começam a sair da quadra, alguns ficam pela arquibancada e outros sobem cá pro camarote, logo avisto um homem alto moreno com cara de gente ruim que não presta já sabendo ser ele, o mesmo se aproxima de mim e ao perceber, Beatriz se levanta me deixando sozinha e vai até o João que também veio até nós.

-Aqui suas coisas - falo pra ele que só confirma sem camisa fazendo com que eu veja seu abdômen todo suado enquanto respira ofegante.

Fantasma: Vou ali no banheiro tomar um banho rapidão e venho aqui pô, ou tu quer ir comigo pra não ficar aí sozinha?- ele pergunta e eu sem saber oque responder olho prós lados a procura da Bia, mas é em vão já que ela sumiu daqui, então me resta ir com ele para não ficar aqui besta sozinha.

-Pode ser, tô sozinha aqui mesmo- me levanto com as jóias dele na mão e só de zoação eu coloco as correntes no meu pescoço vendo o quão pesadas são, os anéis também, puro ouro

Fantasma: Tá mó bandidona pô- ele sorri de canto e eu faço o mesmo passando pelo meio das pessoas.

Ele entra no tal banheiro primeiro e eu fico sentada em um banquinho que tem aqui dentro, o fantasma foi tomar o banho dele e eu fiquei mexendo no celular esperando o bonito acabar.
Logo o vejo já pronto e de banho tomado, o cabelinho preto molhado.

Fantasma: Eu já vou brotar aí, aqui na frente né?se eu vi Lavínia?-ele fala no telefone e ao ouvir meu nome eu nego com o dedo na mesma hora.

-Era oque?

Fantasma: Tá geral aqui no bar da frente pô, tu vai querer ir ou eu te deixo em casa?- falo que vou ficar no bar com a Bia e ele confirma.

[...]

Me ajeito na cadeira vermelha de plástico enquanto bebo uma Ice, aqui tá bem movimentado até, todo mundo saiu do jogo e veio pra cá, na nossa mesa tem uns dois meninos que eu não conheço, o JV e o fantasma, umas meninas chegaram agora mas não falaram comigo nem com a Bia, mas enfim, não faz nenhuma diferença.

JV: Não pô, mais o melhor foi no procedimento, cheguei todo grandão lá e a mina me desmerecendo- ele conta a história e eu dou risada ouvindo.

Sinto meu celular na coxa vibrar indicando mortificação, vejo o número desconhecido e resolvo não responder, mas abro a mensagem por puta curiosidade e já posso imaginar de quem seja.

|Mensagem|

+99**076*8: Eii cacheada.

Eu: Quem me incomoda?

+99**076*8: Caralho preta, sou eu pô, fantasma.

Eu: hum, quer oque?

+99**076*8: diz que vai no banheiro agora.

Eu: Pra quê cara?

+99**076*8: Só vai e pronto pô, confia.

Off

Desligo a tela do celular e olho pra ele que só me olha de canto esperando eu fazer oque ele pediu, por pirraça não faço no momento que ele pediu, espero alguns minutos e ele me olha como se esperasse eu fazer oque ele disse mas pago de doida, quando ele pega o celular pra provavelmente me mandar mensagem eu levanto e aviso a Beatriz que vou no banheiro, vou andando na direção do banheiro, mas fico na frente do bar onde é mais tranquilo de pessoas, e me escoro no carro que vi.

Um tempinho depois ele aparece no meu campo de visão e vem se aproximando com a cara de gente que não presta de sempre, encaro ele e ele faz o mesmo sem dar um leve sorriso ao me ver aqui.

Fantasma: falei pra tu ir no banheiro Caraí- ele diz.

-Eu não quis ir ué, no final você achou do mesmo jeito né, mas fala aí oque tu queria.

Fantasma: Entra- ele aponta pro carrão atrás de mim, uma BMW preta que eu não fazia idéia que era dele, mas é, franzi as sobrancelhas e ele entra esperando eu entrar também, devido entrar e assim faço.

-Antes de você me dizer pra onde que tu vai me levar, me fala onde tu conseguiu meu número, porque eu que não dei.- falo olhando pra ele.

Fantasma: Não deu mas ainda vai dá.- ele fala no duplo sentido e eu reviro os olhos ouvindo a risada dele pela grande piada que ele fez.

-falando sério fantasma, quem te passou meu número?

Fantasma:Teu amigo vulgo Joãozinho pô, o cara é monstro né não.

-Tinha que ser o João Vitor meu Deus...- falo negando.

Fantasma: falando assim nem parece que gostou de ver minha mensagem no teu celular- ele fala e eu dou risada negando.

-E quem disse que eu gostei?

Fantasma: e precisa falar pra mim saber? Eu aprendi que contigo não tem que se importar com oque tu fala, e sim com tuas reações, e essa da mensagem foi de quem gostou, não negue.

-De bandido virou vidente, quer ler minha mão não senhor fantasma?- tiro onda com a cara dele.

Fantasma: Se ficou bravinha é porque gostou preta, já aprendi - ele pega minha nuca me levando pra perto dele e me dá um leve selinho, iniciando um beijo logo depois.

Sou puxada aos poucos para ir pro colo dele, eu juro que tentei negar mas quando vi já tava no colo desse desgraçado, sentada de frente no colo dele eu aprofundo beijo apertando o tecido da sua camisa branca da Lacoste.

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•Além Da MarraOnde histórias criam vida. Descubra agora