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|Fantasma|

Encaro o rosto do filho da puta gordo que tá tentando me enrolar faz horas, a primeira coisa que eu fiz depois de pisar aqui foi vim direto pra cá resolver esse bagulho das drogas e quando chego vejo um gordo drogado, e o pior é que esse porra é um dos chefão daqui, puta que pariu.


Dantas: O papo é cinco caminhão por mês, meio milhão tu me dá agora, em mãos e eu mando amanhã mesmo as paradas pro teu morro.- ele diz enquanto joga a fumaça pra cima e eu sorrio fraco negando.

JV: o papo não foi esse não mano- ele fala baixo no meu ouvido e eu concordo, limpando a garganta pra começar a falar.

-O combinado não foi esse e tu sabe muito bem, te falei qual eram as minhas condições e tu aceitou, não vai pensando que eu sou um vapor ou um funcionário qualquer que tu chega e enrola como quiser, o mermo poder que tu tem eu tenho, e quem sabe até mais, então assume a porra da tua responsa e faz como o combinado, não sou moleque não.

Dantas: Tua paciência estoura fácil né? Melhora esse defeito teu aí, e baixa a bola, tu tá no meu comando e ainda vem com marra pô, como tu disse o mermo poder que tu tem eu tenho, então é bom me respeitar também.

-Não te desrespeitei e nenhum momento, tô ligado que não tô no meu território mas meu poder não muda, já falei uma vez, mas vou repetir porque sou bonzinho, assume tua responsa e cumpre com a palavra de homem que tu quer ser, Jae?

Dantas: Então me fala, Fantasma, qual era a porra do combinado?- ele pergunta me fazendo respirar fundo sem paciência, ele sabe muito bem, tá me fazendo de otário, mas daqui a pouco eu mostro pra ele quem é o otário de verdade.

-Eu não sei qual o problema na memória tu tem, mas vou te relembrar um pouquinho. O combinado que eu falei na ligação diretamente com você, era que eu te entregava 250 mil em mãos, e amanhã tu mandava os cinco caminhão pra lá, e eu te mandava a outra metade do dinheiro, e assim seria todos os outros meses.

Dantas :Não sei se posso confiar, quem me garante que tu vai pagar o resto mermo?- sorrio fraco negando.

- primeiramente que eu sou a porra de um homem de palavra e oque eu falo eu cumpro, tô te dando minha palavra que o dinheiro vai ser mandado pra você sem faltar um centavo, isso eu posso garantir.- ele confirma.

Dantas: Vou confiar, mas se tu tentar dar uma de malandro, tu se fode.- ele aponta o dedo na minha cara enquanto fala e eu abaixo a mão dele.

-Sem dedo na cara que em mim tu não manda, certo? Já dei minha palavra, então me dê a sua de que os caminhão vai chegar sem faltar nenhum kilo.

Dantas: minha palavra tá dada, fantasma.- ele estende a mão pra mim e eu aperto forte olhando nos olhos sem desviar nenhum momento.

-Pega o dinheiro que tá na mala JV.- peço pra ele que vai até o carro e logo volta com duas bolsas cheias de dinheiro, eu mermo contei essa porra já pra não ter erro.

Ele me entrega as bolsas e eu abro o zíper revelando os bolos de dinheiro que tinha lá dentro.

-Ta aí, se quiser pode contar.- ele encara o dinheiro em minhas mãos, e sei que ele quer contar pra saber se tá certo, é muito dinheiro, mas ele vai ter que ter paciência pra contar nota por nota.

•Além Da MarraOnde histórias criam vida. Descubra agora