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•Fantasma•

Seguro o baseado entre os dedos levando até a boca, dou uma tragada nele e solto a fumaça pra cima sentindo meu corpo leve, baseado é um bagulho que me dá paz pra caralho, é meu momento, minha hora sagrada e foda-se quem não faz isso pô, mas eu faço e é isso.
Hoje tá a maior paz terrível, é suspeito? Pra caralho, mas ficar de paranóia é foda, então eu só fico sempre alerta e aí tu não tá despreparado.

Pego meu iPhone 11 da cor branca, podem até pensar que essa porra foi roubada, mas tá no nome da dona Meire pô, minha coroa. E falando nela, disco seu número no aparelho e logo vejo seu rosto sorrindo ao me ver, ela ama quando eu vou lá e ligo também, nada vale mas que ter minha mãe viva comigo, papo reto.

-Eu tô bem pô, tô aqui na boca resolvendo os bagulho que a senhora tá ligada, e por aí como tá?

Mãe👑: Tá tudo indo bem meu amor, morrendo de saudades de você mesmo tendo te visto um dia desses.

-Eu sei mãe, nem quero mais te prometer as coisas e não cumprir, quando eu acabar aqui eu passo aí na sua casa e durmo com a senhora pode ser? Mó saudade também.

Mãe👑: Com toda certeza meu bem, as portas daqui sempre estarão abertas para você.

Depois de um tempo falando com ela e tranquilizando de tudo, eu termino de organizar algumas parada da contabilidade e vejo o JV entrar aqui, olho pra janela pequena do meu lado esquerdo e observo a escuridão da noite já presente, em fins de semana suspeitos eu sempre coloco toque de recolher pra não dá b.o surpresa e os moradores inocente entrar na bala dos outros.

JV: Ihh fantasma, tá suave?- ele diz assim que entra na sala.

-Tranquilo sempre meu mano, qual foi do câo?- pergunto já pensando nas merda que podia ter acontecido.

JV:Câo nenhum lindo, só um rolê pra te chamar agora, tu topa?- pergunta e eu faço cara de tédio.

-Se eu soubesse oque é eu te responderia né parceiro- reviro os olhos pra ele que ri da própria burrice, namoral que cara retardado mané, nunca vi isso não.

JV:Casa da loira pô, ela chamou eu pra ir pra lá né, e disse que a minha cacheadinha tava lá também, aí como um bom amigo eu tô te convidando pô.- confirmo na merma hora.

-Bora pô, tá só elas duas lá?- ele confirma e eu sorrio de canto, aquele beijo dela me deixou sedento por mais e ela tá ligada nisso, parece que fez pra me provocar mesmo, mas agora meu foco é provar renovo, só pra ter a certeza que é bom tá ligado...

[...]

Desço da moto alta e o JV toca a campainha da casa grande toda pintada e cheia das plantas, logo a loira que se eu não me engano se chama Ângela Beatriz, sei lá, mas acho que é assim, o primeiro nome poucas pessoas sabem, o João que saiu por aí falando esse bagulho.

Ela abre a porta cumprimentando ele e ao me ver ela parece ficar surpresa mas fala comigo e abre caminho para entrarmos na casa dela, entro logo atrás dela ouvindo a voz da cacheada falando um pouco longe de nós.

Lavínia: Amiga, o João chegou?- ela pergunta e entramos todos na sala fazendo ela direcionar seu olhar diretamente para minha pessoa, dou um sorriso de lado pra ela que continua séria, achei que ela ia ficar toda derretidinha, mas me enganei.

Beatriz: Podem se ajeitar aí no sofá e no colchão também, Lavínia vai colocar o filme pra gente.- balanço a cabeça concordando e me sento no colchão no chão e puxo meu celular do bolso olhando as várias notificações, mas nenhuma importante então desligo o aparelho guardando de volta.

Observo ela procurando um filme concentrada na televisão e aos poucos chego mais perto, já tô ligado que a babação do meu lado vai ser grande.

-Coloca esse ali de terror- falo e ela nega.

Lavínia: Deus me livre, tô doida ainda não.

-Relaxa pô, tu tem medo né? Tô ligado já, mas eu tô aqui.

Lavínia: Ata, e tu estando aqui faz muita diferença né - ela ri de mim e eu só fico olhando assim como o resto das pessoas.

Beatriz: Eu e ele vamos fazer a pipoca, escolham o filme logo- ela encara a amiga e eu vejo a cara que ela faz me tirando um sorriso de lado.
Assim que a sala fica vazia eu me levanto do chão e sento realmente ao lado dela no sofá cinza, a cacheada me olha  porém não diz nada comigo.

-Escolheu Lavínia? - pergunto e ela confirma.

Lavínia:  Impressionante tu saber falar meu nome certo, odeio quando erram, porém tenho que aceitar né.

-Eu sou eu né pô, outro igual não tem.

Lavínia: Porquê teu vulgo é assim? Tue nome eu sei que não é.

-Nome não é não, eu só gosto de  fantasma e do significado que ele tem pra mim sacô?- ela confirma.

Lavinia: teu lado nome deve ser muito horrível pra você colocar um vulgo desse viu.

-E vai me engolir é parceira? Meu nome é lindão, e por ser ignorante que vive me esculachando eu não digo qual é.

Lavínia: Nem queria saber mesmo, e também não te perguntei.

-Quer saber não né? Boquinha mentirosa essa tua pô, papo reto.- me aproximo dela.

Lavínia: Mentirosa não, minha boca é lindinha.- ela se inclina pra frente ficando mais perto de mim e eu colo nossas bocas iniciando um beijo lento.

Nossas línguas se batendo na mesma sintonia, minha mão direita sobe ficando entre seus cabelos, puxo de leve pra trás tendo o comando de tudo. Ela puxa minha nuca um pouco trás ao se deitar no sofá sem parar o beijo, vou pra cima dela aos poucos e seguimos nós beijamos, ela finaliza o beijo pela falta de ar.

-Sustenta essa porra.- falo e colo nossas bocas mais uma vez, sua língua brinca com a minha e eu posso sentir o gosto de doce que vem da sua boca mentirosa, desço minha mão para sua bunda e dou um leve aperto.

Escuto uma tosse perto de nós e logo ela sai de baixo de mim olhando quem era, me ajeito no sofá novamente e vejo ser os dois pateta que sempre atrapalha tudo nessa porra, encaro o JV que faz cara de paisagem já sabendo minha raiva.

Beatriz: Demoramos muito?- ela tenta quebrar o clima que ficou meio estranho e olha pra amiga que nega com a cabeça com a cara mais lavada do mundo, toda cínica essa aí.

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•Além Da MarraOnde histórias criam vida. Descubra agora