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•Lavínia•

Mais uma semana cansativa concluída, acabei de chegar do trabalho, já são 18:00 horas da tarde, o sol já querendo sumir e eu tomando meu banho de relaxamento, dei esse nome pois sempre chego cansada e o banho tira todo peso das minhas costas.

Faz uma semana que invadiram o morro, no momento eu fiquei bem nervosa, e eu estava em uma ligação com o fantasma, o mesmo quando ouviu os fogos correu pra o confronto e eu nem quietinha dentro de casa, sem ousar colocar o nariz nem na janela do quarto, em dias assim de invasão eu costumo falar com a Beatriz a pote inteira pra tentar ao menos distrair a cabeça, mas no dia ela nem me deu um sinal de vida, aposto que ela tava fazendo outras coisas então nem questionei ela.

De frente pro espelho eu pego meu pote de creme da tampinha amarela e começo a finalizar cachinho por cachinho do meu cabelo, por ele ser muito comprido acaba demorando demais, tem que ter muita paciência e principalmente coragem pra fazer cada um, se tiver com preguiça nem invente de finalizar.

Eu não tinha planos pra hoje, nada mesmo, mas eu não posso estar em casa na paz que me chamam pra farrar pelo mundo, o rolê de hoje não é aqui pelo morro ou com as  pessoas de sempre, vou sair com uns amigos meus e obviamente vou levar a Bia, que é meu chaveirinho.

De roupa eu estou usando uma saia colada curta da cor de sempre, preto, e um cropped no mesmo tom. Coloquei uma papete da beira rio e alguns acessórios como pulseira, anéis e um colar de coração da Rommanel que eu tenho maior cuidado, foi caro viu, passo creme corporal nas minhas pernas e finalizo com meu perfume Lily da O Boticário.

[...]

Bebo um gole do meu drink de morango enquanto escuto as risadas que eles dão, decidimos vir para um tipo de  barzinho, veio eu, a Bia, o Pedro, Júlia e Henrique. Já faz um tempinho que estamos aqui, são mais de onze da noite e eles tão animando ir pra um tal baile, por mim eu não ia, mas já tô aqui né.

Pedro: Vamo pô, eu já fui lá uma vez, muito bom.

Júlia:  Lá é super Dboa meninas, vamo.-  concordo com a cabeça vendo que todos também toparam ir.

Fomos todos de Uber, e esse morro era longinho viu, demorou um tempo e deu caro pra caralho de tanto que esse motorista rodou até lá, e ainda mais por já ser tarde da noite.

Descemos uma rua antes por não poder ir até lá e assim seguimos, era o famoso morro do Jacaré, nunca tinha vindo aqui antes, primeira vez está sendo agora.

Depois de andar algumas ruas e ter passado pela barreira que inclusive estava cheio de caras armados fazendo a vigia, nem me importo, sou acostumada até demais com isso.

Já no baile podia se notar o tanto de gente que tinha ali, a maioria muito bonitas, achei bem organizado aqui, iríamos ter que ficar aqui embaixo mesmo já que não temos conhecidos aqui, mas não ligo. Eu vi muitos meu os que são uns gatinhos, até envolvidos também, sei que é difícil ter bonitos, mas eu juro que aqui tinha viu, uns lindinhos.

-Pedro, cuidado com as mulheres que vocês dão em cima.

Pedro: Relaxa porrinha.

-Vai se fuder.

Xxx:Eae Dboa?- um envolvido bem bonitinho até, penso se dou moral.

-Tô sim e você?- resolvo ver oque ele vai falar e respondo.

Xxx: Eu tô +-, mas pra estar bem só beijando essa sua boquinha.

-Aé?- ele confirma e eu me aproximo do se rosto dando sinais de que está nas mãos dele oque acontece daqui pra frente, ele entende e cola nossas bocas em um beijo lento, o gosto de whisky toma conta da minha conta, provavelmente foi oque ele estava bebendo, finalizo o beijo com uma mordidinha em seu lábio inferior.

Xxx: pêu, satisfação.

-Lavínia

pêu: quer brotar no camarote não?

-Obrigada, eu já vou embora com minha amiga.

Pêu: jaé então, nós se tromba qualquer dia, Lavínia.-confirmo e ele vai sumindo no meio da multidão.

Beatriz: Uii preta.- ela vem quando o menino sai e eu faço cara feia.

-Nem vem Bia.

Pego meu celular ao sentir vibrar  mostrando uma ligação, atendo vendo ser o João, coloco o celular no ouvido pra tentar ouvir o que ele fala mas é impossível pelo som alto do baile.

Entro nas mensagens e aviso pra ele que não consigo ouvir pelo barulho de onde eu tô, ele lerdo manda aum áudio, esculhambei com a cara dele até ele começar a escrever finalmente.

•Mensagens•

Eu: Fala garoto.

João: Tu e a Bia tão por onde?

Eu: Baile.

João: Osh, tava sabendo não, de onde?

Eu: Jacaré.

João: Nem fudendo Lavínia.

Eu: É sério João, porquê?

João: Sai daí namoral, é morro rival cara, se souberem de onde tu é dá b.o caralho, vão achar que tu quer informação.

Eu: Porra, sabia não sério, vou chamar a galera e já vou.

João: vou ir até uma pracinha aí perto e espero vocês duas lá.

Eu: Tá João, beijo.

•Off•

Aviso ao pessoal que não queriam ir embora, eu tô foda-se se eles não quiser, afinal só vai dar ruim pra mim e pra Bia, então oque importa somos nós, enfim eles ficaram lá, não posso fazer nada né, minha parte eu fiz.

Vamos saindo do baile mas somos paradas por um homem cheio de tatuagem, e poderia estar com medo ou sei lá, mas ele não tem cara de chefe não, no mínimo um vapor.

-Tá maluco? Me solta agora.

Xxx: Onde as gatinhas pensam que vão?

-Pra sua casa que não é filho da puta, dá licença.

Xxx:Ou, baixa a bola Jae?

-Jaé o caralho, por acaso teu chefe sabe as coisas que tu tá fazendo?- joguei um verde só pra ver se ele ia dizer que o chefe era ele, mas pelo visto eu acertei na música porque o menino ficou branco na cor de um papel e saiu.

Beatriz: Tu é maluca.

-Eu não, só não fico calada.- dou de ombros e quando saímos desse morro seguimos até a pracinha que o João Victor disse que esperaria a gente.

Avisto ele de longe na XRE dele, parece com a do amigo dele, subo depois da Bia na moto ficando exatamente na rabeta da moto, meu cu que aguente tudo mesmo.

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•Além Da MarraOnde histórias criam vida. Descubra agora