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•Lavínia•

A noite passou e eu posso falar que pela primeira vez na minha vida inteira eu amanheci o dia fazendo sexo, sexo pra caralho. De todas as formas possíveis e existentes.
Depois de amanhecer, Victor pagou lá na moça e me deixou em casa.

Cheguei de fininho pra não acordar minha mãe e ela me pegar no pulo, de cara limpa, cabelo molhado e com fome pra fechar o combo. Eu estou morta de cansada, parece até que um caminhão passou por cima de mim, mas é compreensível, afinal gastei todas as minhas energias em uma única noite, com uma única pessoa.

Eu falo que dessa água jamais beberei, porém aqui estou eu, mergulhando de cabeça nessa tal água, às vezes nem eu me entendo, então é normal as outras pessoas não me entenderem, por isso até desisti de explicar.

Só deu tempo de eu chegar até meu quarto e deitar, que daí em diante eu apaguei e dormi até não aguentar mais, aproveitar que hoje meu turno no trabalho é apenas à tarde.

[...]

Acordo com o despertador tocando no meu ouvido me fazendo bufar de raiva, meu maior desejo nesse momento era dormir o resto do dia inteiro, mas infelizmente eu tenho trabalho e preciso dele.

Me levanto esfregando os olhos, sempre faço isso ao acordar, virou como se fosse uma rotina minha fazer isso. Vou direto ao banheiro fazer minhas necessidades e tomar um banho para começar o dia.

Depois de uma tarde longa de muito trabalho, eu finalmente chego em casa exausta, oque eu mais queria era finalmente chegar, e cheguei.

A Beatriz me mandou um monte de mensagens, nem se quer visualizei pois estava ocupada e deixei para ver em casa assim que chegasse.

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Bia: O João te disse já?
Bia: ele nem foi e eu já tô preocupada.
Bia: Lavínia?
Bia: Só pra dizer que o fantasma também vai viu?

Eu: Oi Bia, acabei de chegar do salão e não estou sabendo de nada amiga.
Eu: Como assim? Eles vão pra onde?

Bia: Uma missão, achei que já soubesse.

Eu: Não, soube agora pq vc disse.

Bia: Parece que é pra invadir outro morro, e se ganharem vai ser do fantasma, mais um né.

Eu: É, mas se perderem... O pagamento será a vida.

Bia: Não gosto nem de pensar nisso, vem aqui ou eu ou aí?

Eu: Vem, tô cansada.

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Desligo o celular ficando um pouco aflita, eu não posso simplesmente fingir ser durona sempre sendo que dentro de mim é tão sensível. Já perdi pessoas que eu amava, não quero passar por isso mais uma vez.

E não digo isso apenas pelo João, mas é impossível eu negar que não me importo com o fantasma sendo que minha mente fala outra coisa, eu me importo com os dois e espero que dê tudo certo, pra eles voltarem a salvo.

Respiro fundo indo tomar outro banho, afinal cheguei suada do trabalho e eu tenho pavor e agonia de ficar com a pele pregando, já é uma coisa minha.

Depois de me trocar a Beatriz chega, dessa vez não é gritando como ela sempre faz, ela chegou quieta e com o rosto aflito, mostrando que ela está preocupada, e eu entendo, pois também estou.

Beatriz: eu tô muito preocupada, eu sei que ele disse que ia ficar tudo bem, mas eu não consigo.

- Eu sei Bia, a gente não manda no que sentir e é normal.- tento acalmar ela mesmo não estando boa totalmente.

Beatriz: A gente finalmente tava começando a dar certo, Lah.

-Eu percebi que vocês estavam muito próximos, mas como você é uma falsa nunca me contava o que tava acontecendo entre vocês.

Beatriz: Eu ia te contar sim, mas quando fosse oficial.

-hum...

Beatriz: Mas ainda estamos vendo se vai dar certo, você sabe que eu não fico presa a ninguém, mas o JV é diferente.

-Vamo assistir um filme pra distrair, não quero ficar pensando no pior.

Desço as escadas com ela indo até a cozinha preparar alguma coisa para comer e assim fazemos pipoca, brigadeiro, e também corto alguns pedaços de morango para comer o brigadeiro.

Peguei até uns salgadinhos de batata que tinha aqui em casa ainda, não tem coisa melhor do que comida para distrair a mente dos problemas diários, eu faço isso sempre.

Eu conversei com o Victor e ele me disse que já estavam saindo pra missão, diz ele que ficaria tudo bem e eu também não demonstrei muita coisa, as vezes não é porque eu não sinto, mas sim porque eu não consigo mostrar prós outros sabe.

Eu me fechei tanto que as vezes é difícil eu me expressar e demonstrar oque sinto, e com muito esforço eu só consigo demonstrar meus sentimentos pra Bia, JV e minha mãe. E não é por escolha, é por eu me sentir confortável e segura com eles.

Mas as vezes nem com eles eu consigo me abrir, enfim, o meu corpo que decide oque vai acontecer e eu só tenho que aceitar.

A Bia do meu lado tenta ao máximo prestar atenção no filme que passa, mas eu sei que ela está pensando no João, eu também estou, nele e no Victor.

Ontem ele me revelou seu nome, mas eu sei que ele tem dois, pois o JV me disse isso como dica quando perguntei, então tenho que perguntar pra ele qual seu segundo ou primeiro nome, sei lá.

Como as coisas com a Bia tentando se distrair enquanto vemos o filme que passa na televisão, por mais que queiramos saber notícias, o melhor agora é tentar esquecer para evitar aflições sem saber de nada deles.

Oque nos resta é esperar notícias e saber se ocorreu tudo bem e eles vão voltar, ou não...

E assim adormecemos uma ao lado da outra.

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•Além Da MarraOnde histórias criam vida. Descubra agora