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Marreco,

Porra, fodeu, mané...Caralho, Luara tinha que vir falar comigo agora, porra?!

Os seguranças olham pra ela e pra mim. Como a conhecem, ficam na dúvida se deixam se aproximar ou não. Puta que pariu, essa mina vai me botar na maior saia justa. Fingi que nem conhecia quando vi saindo do banheiro pra nem dar problema, eu tava puto e tudo, queria nem arrumar mais caô, mas a mina parece que tá disposta. Tô fodido.

-Oi, Marreco! Quanto tempo! -Luara sorri pra mim e a Aline cruza os braços, olhando pra ela. Minha mão está no ombro da Aline e a outra segurando o back, mas tiro a mão da Aline para estender pra Luara, quando ela me estende a dela. Não posso deixar a mina no vácuo.

-Fala tu, Luara, suave? -Pergunto, sem dar intimidade.

-Tudo ótimo! Prazer, moça! -Ela olha pra Aline e se curva para abraçar ela. A Aline é posturada pra caralho e jamais iria fazer uma cena, então cumprimenta a mina de boa, mas eu tô ligado que depois, em casa, quem vai se foder sou eu. O que a Luara tá fazendo aqui, pô? Por que o Galego chamou ela, na moral?

-Prazer! -Aline responde, com um sorriso que eu tô ligado, é  falso.

Penso que a Luara vai se tocar  e sair fora, mas ela deve achar que a Aline é só mais uma puta que pego. Mano, mó etapa que não vejo essa mina, porra... de qual foi ? Tinha que aparecer justo hoje?

-Voltei a morar aqui no morro, tá sabendo? Vim com as meninas na festa... -Luara comenta, olhando para as amigas atrás dela, e eu reconheço algumas que sempre colavam com ela. Se pá nem foi convidada, veio por terceiros.

-Da hora, pô! Manda um salve pra tua família, jaé?! -Empurro a Aline pra gente ir, mas ela trava o passo e não sai do lugar. Alá, vai vendo o b.o grandão. Tomar no cú, mermo...

-Depois você vai lá em casa, pô...Minha mãe disse que tu nunca mais apareceu. -Luara fala.

Papo reto, tem como ser mais inconveniente, não?

-Pode crê! Manda um salve pra ela, tô andando meio sem tempo. -Tento empurrar a Aline novamente, mas, mais uma vez ela não vai. Sua cara já está mostrando que está puta.

-Essa aqui é minha mulher, Luara, Aline! -Tento apresentar pra ver se ela se toca, mas nada.

-Aahh...prazer, Aline! Sou a ex esposa do Marreco. -Ela conta e fico sem jeito.

Ai me fode, caralho! Porra...

Casei com a Luara tem um tempo; foi a última mina que me envolvi mais sério. Ela morava aqui, mas quando a gente terminou foi morar em São Paulo, com uns parentes. Nem sabia que ela tinha voltado. Tá gata igual, mas bem sem noção, pô...

-Sério?! -Aline faz uma falsa cara de surpresa, olhando pra ela depois pra mim. -Que legal...

Porra, na moral, puta vontade de rir da falsidade da Aline. Sem caô!

-É...ficamos quase um ano juntos. Mas que bom que você já se casou de novo, fico feliz ! -Luara olha pra mim, me fodendo legal. Mó falsa também, tô ligado.

-Vamô se adiantar, fica na paz ae, Luara. -Falo e forço a Aline a andar e  dessa vez, ela não resiste.

-Até mais, gente! -Luara se despede.  Olha... esse eu não conhecia...-Ela olha pro Digão e sorri, antes de sair, querendo mostrar que conhece os seguranças. Típico bagulho de mulher quando quer implicar. Enquanto a Aline vai na frente, vou atrás tentando por a mão em seu ombro, mas ela tira minha mão andando apressada.

Esfrego a barba, sabendo que tô na merda. Chegamos no lugar onde estávamos antes e ela pega um copo novo em cima da mesinha. Deve nem saber onde o dela está, assim como eu não sei do meu. Ela começa a se servir de bebida e eu me aproximo.

Love na Rocinha 2 (DEGUSTAÇÃO) Onde histórias criam vida. Descubra agora