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Estava genuinamente brava com a quantidade de vezes que o seu telefone apitava em cima da mesa. Beatrice odiava a forma que Tristan Dugray conseguia provocá-la mesmo que a distância. Já faziam no mínimo dois minutos que olhava para o rosto da sua mãe, esforçando-se para contá-la sobre o beijo. Judy tinha as sobrancelhas levantadas enquanto olhava do aparelho eletrônico para os olhos da Otinger mais nova. A garota passou a língua sobre os lábios e respirou fundo ignorando as ligações do loiro e finalmente abrindo a boca para falar...

— Acredito que Tristan Dugray queira falar com você. — A mulher interrompeu, tornando o ambiente ainda mais constrangedor.

— Posso falar com ele outra hora. — Beatrice respondeu e a Otinger mais velha abriu um sorriso malicioso.

— E quando planeja fazer isso, Beatrice? — Judy a perguntou.

— Mãe... — Repreendeu. — Já disse, preciso falar com você e por isso não é a hora perfeita para responder Tristan Dugray.

— Você é quem sabe. — Deu de ombros. — Sobre o que quer falar comigo?

— É só que... Bem... Tristan Dugray. — Beatrice olhou para o lado, respirando fundo novamente.

— Não é a hora perfeita para responder a ele, mas quer falar sobre ele?

— É... — A mais nova sentiu as bochechas esquentarem.

— E desde quando Tristan tem o seu número? — A mulher franziu as sobrancelhas.

— Desde que ele me convidou para o jogo.

— E era ele que estava te enchendo de mensagens no dia do filme?

— Sim. — Beatrice voltou a olhar para sua mãe, que franziu as sobrancelhas.

— Achei que você jamais passaria o seu contato para ele.

— Mãe! — A filha cortou o assunto.

— Sim?

— Tristan e eu nos beijamos. — A garota cruzou os braços esperando por alguma reação. Judy fez o mesmo, tentando decifrar o olhar da mais nova.

— Eu sei, Beatrice. — Ela a olhou como se fosse óbvio. — Acha que eu deixaria passar o seu primeiro baile e iria dormir como se não estivesse preocupada com que horas a minha filha vai voltar para casa? Eu vi.

— O quê!? — A baixinha levantou da cadeira. — E você não fez nada? Isso não parece com algo que você faria.

— Estava esperando que me contasse. Posso ser sua mãe, mas sou sua melhor amiga acima de tudo. — Judy olhou para a filha que tinha uma expressão chocada do outro lado da mesa.

— Estava esperando?

— Queria ouvir de você, Bea. — Ela suspirou e sorriu com a boca fechada. — Estou feliz que confie em mim.

— Bem, confio. Claro. — A garota voltou a sentar-se, ainda em choque e se assustando quando seu telefone voltou a vibrar em cima da mesa.

Judy foi rápida em puxar o aparelho e levantar-se, correndo escada acima enquanto Beatrice arregalava os olhos. Quando a tela de seu telefone foi levantada, soube que a mulher havia atendido a ligação, sentindo todo o nervosismo voltar para o seu corpo. Certeza que depois dessa conversa teria que fugir para longe, já que Tristan Dugray e Judy Otinger formariam a pior dupla que poderia enfrentar. Correu para o segundo andar, torcendo para que não tropeçasse e conseguisse alcançar sua mãe. Porém, infeliz foi a Beatrice quando ouviu a Otinger mais velha pronunciar a primeira frase:

— Como ousa beijar a minha filha e ainda ficar ligando para ela enquanto passa tempo com a própria mãe?

— Mãe! — A baixinha repreendeu, vendo a mulher rir da falta de resposta do outro lado do telefone.

𝐇𝐎𝐒𝐓𝐀𝐆𝐄, ᴛʀɪꜱᴛᴀɴ ᴅᴜɢʀᴀʏOnde histórias criam vida. Descubra agora