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— Então... uma foto da placa do Luke's? — A Otinger mais velha perguntou apoiada em suas mãos, enquanto segurava uma risada.

— Eu não sei, mãe. Eu só senti que eu deveria ter uma foto dela. É um lugar de conforto.

— Bem, eu achei fofo. Você quer fotografar paisagens ou lugares que você gosta então?

— É... No geral seriam os momentos que eu aprecio. O que você costumava fotografar?

— Ganhei essa câmera há muito tempo, e foi da minha primeira namorada. Foi um amorzinho juvenil e eu só tirava foto com ela. Porém eu não julgo você por querer enfeitar tudo com as suas fotos, porque realmente acho uma gracinha.

— Sua primeira namorada? Ouço você me falar tanto sobre essa mulher e você nunca me contou como foi que isso aconteceu. — A garota se apoiou na mesa interessada e sua mãe sorriu.

— O nome dela era Mary — Beatrice arregalou os olhos. —, foi o meu primeiro amor da adolescência. Nós tínhamos dezessete anos e ela aparecia lá em casa todos os dias... a sua avó achava que nós éramos apenas amigas. — Judy riu, negando com a cabeça. — Então, como presente de um ano de namoro ela me deu essa Polaroid. Assim como você, eu era fascinada por essa câmera. Minha mãe só foi desconfiar ao ver diversas fotos com a Mary espalhadas pelo meu quarto. Primeiro ela surtou, mas depois teve que aceitar que a filha gosta de mulheres. — A mais velha tirou a língua para fora de forma brincalhona. — Foram bons tempos!

— Mãe! — A garota olhou para a mulher que já olhava a garota sabendo sobre a pergunta. — Por isso o meu nome é Mary?

— Olha só... É um lindo nome... — Defendeu-se. — Mas sim, foi por ela. Mary era minha amiga de infância, porém teve que se mudar aos dezenove anos. Então acabamos terminando e perdemos o contato.

— Ela parecia ser uma boa pessoa.

Beatrice ouviu sua mãe suspirar como uma boba apaixonada. Ouviria várias vezes se preciso. Em dezessete anos da sua vida, por mais confusa que estivesse, adorava os momentos em que passava com a sua mãe. Se sentia menos vazia.

— Ela era linda, Beatrice. Linda, inteligente e atenciosa. Ela era perfeita demais para mim.

A mais nova já se encontrava dando um sorriso ao examinar o rosto feliz da mais velha ao lembrar-se do seu passado. Era a primeira vez que a baixinha ouvia alguém falar de um romance antigo sem um pingo de rancor, mas ao invés disso, total paixão em sua voz.

— Tenho certeza que ninguém é perfeito demais para você, mãe.

A mulher voltou os olhos carinhosos para a filha. O sorriso de Beatrice fez a mais velha apoiar-se em sua mão com curiosidade. A garota franziu as sobrancelhas sob o olhar da mãe.

— O que foi? — A mais nova perguntou.

— Você já tem dezessete anos, Beatrice. Só quero que confie em mim se algo estiver acontecendo em sua vida.

Bea parecia surpresa. Sempre foi acostumada a se virar sozinha, mas pela primeira vez reparou que sua mãe queria estar presente em sua vida. Não era apenas uma relação de mãe e filha, ela também era sua amiga.

— Bom, eu tenho detenção na sexta-feira porque andei viajando nas aulas. — Beatrice fez alguns círculos com o seu dedo na mesa, evitando olhar para a mãe devido à vergonha.

— Você pegou detenção? — A mulher falou com os olhos arregalados. — Admito que não deveria, mas eu estou orgulhosa.

A garota revirou os olhos rindo. Não que ela achasse que sua mãe fosse fazer um escândalo, mas não esperava que a mesma reagisse do exato jeito o qual a mesma havia brincado mais cedo.

— Que seja, já são onze horas e você já deveria estar dormindo, mocinha!

— Está bancando a mãe responsável depois de falar que está orgulhosa por sua filha acabar na detenção?

— Não questione meus métodos de educação! — Judy brincou e então Bea se levantou com os braços erguidos.

— Tudo bem. Me desculpa! — Respondeu saindo da cozinha rindo. — Boa noite mãe!

— Boa noite Bea!

• ⭒ •

— Você fica linda toda perdida. — O loiro se fez presente ao seu lado. — Sua amiguinha ainda não voltou?

— Ela se chama Rory. — A garota corrigiu.

— É, ela deixou isso bem claro na aula do Sr. Medina. — Ele bocejou enquanto pegava a bandeja de Beatrice, a deixando parada no meio da cantina. — Você não vem?

— Aonde está indo? — Perguntou parada no mesmo lugar.

— A minha mesa está logo ali. — Apontou com o queixo para o lugar onde Paris estava sentada e encarava os dois.

— E o que te faz pensar que eu vou lanchar com você?

— Talvez seja o fato de que eu estou levando seu lanche. — O mesmo deu de ombros.

A garota mordeu o interior de sua bochecha impacientemente. Quando seus olhos percorreram a mesa ocupada, a qual costuma lanchar com Rory, andou até o lado do loiro. A vitória estampada em seu rosto fez com que Beatrice cruzasse seus braços em pura teimosia. Nunca acreditou que lancharia na "mesa dos populares".

O garoto pulou uma cadeira, sentando afastado de Paris e deixando Beatrice no meio dos dois. A garota olhou confusa para Dugray, que apenas exibiu um sorriso egocêntrico.

— Qual é o seu plano? — Cochichou perto do loiro, que aproveitou do momento para apoiar o braço no encosto da cadeira da morena.

— Só quero que a minha melhor amiga e a minha futura namorada se deem bem. — O garoto falou próximo ao seu ouvido. Todos na mesa pareciam ouvir a sua fala.

Beatrice tentou se concentrar em achar algum comentário afiado, porém acabou sendo um tanto difícil. A de cabelos pretos abaixou a cabeça. Seus olhos se fecharam com os pensamentos confusos.

— Iria dizer para você ignorar as falas sem noção do Tristan, mas você já deve saber sobre essa parte. — Paris comentou ao seu lado. — Inclusive, olá Beatrice.

E de repente os pensamentos ficaram ainda mais confusos. Teria Tristan Dugray conversado com sua melhor amiga sobre o que Beatrice havia lhe falado? Se sentiu extremamente desconcertada com tal pensamento. Virou-se para a loira com um sorriso envergonhado em seus lábios.

— Paris. — Cumprimentou com um aceno de cabeça.

A morena olhou para o loiro apoiado em sua cadeira, o mesmo ostentava um grande sorriso devido a reação das garotas. A bandeja, que ainda estava na frente do garoto, foi empurrada em direção de Beatrice.

— Melhor comer um pouco. Parece que viu um fantasma. — A baixinha bufou.

— Não sei se já deixei isso claro hoje, mas eu te odeio, Dugray. — O riso satisfeito foi ouvido.

— Com certeza, Mary. — A disse sarcasticamente e então voltou a conversar com o time de basquete.

Beatrice se sentia um pouco deslocada no lugar, mas não é como se estivesse sendo ignorada. Tristan sempre a direcionava um olhar ou a citava na conversa. O garoto sempre soltava uma risada quando a mesma parecia totalmente perdida no assunto, mas então a explicava tudo detalhadamente.

O quão difícil seria admitir em voz alta que talvez, mas só talvez, não foi tão horrível?






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𝐇𝐎𝐒𝐓𝐀𝐆𝐄, ᴛʀɪꜱᴛᴀɴ ᴅᴜɢʀᴀʏOnde histórias criam vida. Descubra agora