ARCO 3 - ILHA ESTIGMA
PARTE 5 - FOMENós seguimos caminho, sem os gritos e motores à toda velocidade dessa vez. Em parte porque os nervos de todos ainda estão expostos pela briga do início da noite, e em outra porque Hongjoong pegou no sono no banco da frente da caminhonete, logo ao lado de Chae e Jaelin.
Jongho comentou em algum momento antes de sairmos que o Capitão não conseguiu dormir mais cedo durante o dia passado, nervoso pelo encontro que acabou drenando o que restava de suas energias.
Mingi, que vem dividindo comigo o espaço entre os poucos mantimentos que foram entregues em troca dos montes que entregaram ao maldito posto de troca, também dorme pacificamente há um tempo.
Tudo agora à nossa volta é escuro, apesar de os primeiros sinais do amanhecer desmontagem o horizonte livre de prédios altos ou qualquer outra construção - Yunho estava certo quando disse que elas desapareceram conforme tomássemos distância, tal como o fluxo confuso de pessoas sumiria. As nuvens aqui parecem mais contantes e mais densas, são mais roliças e escuras, dando a impressão que mesmo quando o dia realmente amanhecer vamos estar envoltos em um crepúsculo infindável e gelado.
As ruas estão cobertas por uma camada branca que Jongho me disse se chamar "neve". Ela é fina e derrete conforme os pneus passam por ela, a esmagando pelo caminho. É água... É a mesma água do mar, mas é água. E, aparentemente, escorregadia. Porque uma das motos perde o controle ali atrás por um momento antes de voltar ao equilíbrio - Yeonsang e Baran suspirando quando o primeiro consegue normalizar o veículo.
— Está ficando perigoso demais... — Eu murmuro, e mesmo nos sonhos de Mingi ele parece me repreender por minhas preocupações porque se remexe logo ao lado.
Eu rio e não posso evitar me virar em sua direção. Eu me encolhi assim contra a lataria do carro: costas no metal frio, joelhos colados ao peito, braços servindo como travesseiro para minha cabeça enquanto me perco em casa traço bonito de um dorminhoco reclamão.
Mingi me chama de reclamão, Baran já espalhou essa fofoca - se irritando por eu não me rebelar contra o outro tripulante. Mas ele mesmo parece reclamar durante todo o seu sono, agora, e é quase incomodo.
Me pego preocupado com as orbes agitadas abaixo de suas pálpebras, e com as sobrancelhas unidas abaixo da testa franzida. Me preocupo com os lábios entre abertos e os suspiros que escapam dali.
Estou chateado com as marcas arroxeadas em seu rosto, e irritado com os cortes em seus lábios e testa. Tão chateado como quando me sentia quando Matt invadia minha sala no Porto para brincar com meus matérias de trabalho e acabava os quebrando no final.
— Você não pode fazer isso... — Eu digo mais para o coração inquieto em meu peito do que para meu adormecido reclamão, mas se aplica mais à segunda opção quando completo baixinho: — Não pode fazer isso tudo de ruim com o que eu queria que fosse meu.
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Estandarte de Jade |• ATZ (Poliamor)
Fiksi PenggemarO futuro traiu Park Seonghwa. Essa é sua crença, depois da morte de seu pai, Kim Narae, o render apenas um posto de importante e de reconhecimento junto aos membros do Alto na Colônia Oficial do Norte. Ele odeia Kim Narae de todas as formas, desde...