𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐕

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Tua falta faz eco, você sabe
Reparta comigo essa dor da saudade.
Saudade não tem tradução
Sara meu peito que chama, chama
Sara a dor que me arranha
me arranca a paz.


~ Luiza Sonza


Acordo com uma claridade extremamente insuportável em meu rosto, pisco algumas vezes antes de abrir meus olhos por completo, e só então consigo ver os raios solares entrando pela janela aberta de meu quarto.
Bufo me sentando em minha cama e esfrego meus olhos, minha mente ainda estava lenta, então fico alguns minutos ainda naquela posição,  só então decido me levantar, a primeira coisa que faço é olhar para o quadro que ficava perto da minha estante de livros, eu amava aquele quadro com todas as minha forças.

_Saudades mammina... -falo com meu olhar fixo na pintura a óleo, beijo meus dedos e os encosto na moldura

Me direciono ao banheiro e faço a minha rotina matinal, tomo uma ducha  fria e troco de roupa,  por fim, ponho a máscara, logo descendo para a cozinha. Era 07:00AM , ou seja, hora do meu café da manhã.

_Bom dia Sra Miranda. -falo formal, com a face fechada. A grisalha de pele retinta sorri, lavando algumas panelas na pia

-Bom dia Senhorita Cattaneo!, como passou sua noite? -a mais velha pergunta, mencionando meu sobrenome, me sobressalto olhando para os lados

_Sra Miranda, cale-se!, não ouse em repetir meu nome assim em voz alta!! -espremo minhas sobrancelhas com meu dedo indicador levantado. A senhora arregala os olhos assustada sem entender a minha grosseria

-A-ah! Desculpe-me Senhora, desculpe-me! -ela se encolhe olhando para baixo, imediatamente me arrependo de meu comportamento, suspiro.

_Mil perdões pela grosseria e falta de respeito Sra Miranda, mas o problema é que por agora, a Senhora não deve proferir meu nome. -digo tentando ser compreensível, ainda olhando aos arredores para ver se alguém além de nós estava no recinto.

-Claro, senhorita... -ela sorri sem mostrar os dentes- Mas a Senhorita poderia me dizer o pôr que? -a grisalha me olha ainda confusa e suspiro mais uma vez

_Não tenho a certeza se já a avisaram, mas nós temos um recruta na casa, um homem alto e loiro. Até então ele não sabe o meu nome, e também não conhece meu rosto, e então não deve saber  tais informações até eu ter total confiança nele, coisa que até agora eu não tenho. -digo me sentando em uma das cadeiras da enorme mesa de vidro.

-Ok, entendi. -a mais velha se aproxima com o meu café amargo, alguns croissant, uma banana e uma vitamina para meu cardio, tudo em uma bandeja que ela deixa em minha frente- Agora tire isto do rosto e coma, a senhora vai correr hoje?

Eu não costumo usar a máscara em casa, a uso para proteger a minha imagem durante as operações. Então quando preciso sair de casa como uma pessoa normal, eu me "disfarço" com uma lente azul em meu olho verde, cubro a cicatriz  e minha tatuagem com maquiagem. Estou usando minha máscara ultimamente por conta de somente uma pessoa: Vincent, não confio nele e vou continuar usando-a até ele me provar o contrário. Miranda também foi muito bem interrogada e ainda fez o  juramento que nunca, cometeria nenhuma traição sobre mim e honraria o clã com o seu trabalho. Assim, ela foi contratada para trabalhar como cozinheira e diarista aqui da mansão.
Retiro a máscara do meu rosto e massageio um pouco minhas bochechas, assim, começando a comer, quando termino, me hidrato e a ponho de novo em meu rosto. No mesmo momento, Elisa e Lia entram na cozinha com suas roupas de dormir.

-Bom dia cambada! -Lia fala e franzo o cenho com sua última palavra

-Bom dia! -Elisa fala sorrindo e se sentando em seu lugar marcado da mesa, assim como Lia

𝕾𝐂𝐎𝐑𝐏𝐈𝐎𝐍𝐄 𝐃'𝐎𝐑𝐎 • 𝐕.𝐇Onde histórias criam vida. Descubra agora