𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐕𝐈𝐈𝐈

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Não fale para eu parar 

Só me deixe por cima

Amor você quer isso...

Vá mais devagar se você precisar...

Me mostre como posso te dar mais prazer...

~Nicholas Bonnin x Angelicca



20:30 da noite e nenhum sinal de Scorpione, eu obviamente passei o dia pensando no quão idiota minha memória é. Consegui lembrar de absolutamente tudo, menos de seu rosto. O dia passou como uma lesma e logo após de terminar meu treino, passei o resto da tarde no quarto assistindo filmes. Sra Miranda foi embora a pouco tempo, mas antes disso ela fez a gentileza de fazer um jantar para mim, sei cozinhar desde pequeno, mas a senhora insistiu em fazer seu "jantar especial".
Terminava meu prato quando escuto a porta principal sendo destrancada, olho de relance para a sala e vejo Scorpione entrar com algumas sacolas em suas mãos, seu perfume viciante invade o recinto. Estava vestida formalmente e seus cabelos estavam presos em um coque bagunçado.  Ela parecia estressada, pela forma que bateu a porta e nem sequer notou minha presença.

Sua presença me causa sentimentos estranhos, como se todos os meus sentidos sumissem e apenas ela existisse ali, me sentia anestesiado, perdido.

_Boa noite... -falo baixo, mas o suficiente para ela ouvir, de imediato ela olha para mim, com aquela maldita máscara no rosto. Seus olhos se assustam mas logo voltam a sua carranca cotidiana

-Ah por Deus! - fala com a voz carregada de seu forte sotaque, ela suspira, e olha para mim aparentemente furiosa- Você não tem alguma casa pela cidade!? Eu disse que queria minha residência vazia! -suas sobrancelhas se unem e eu engulo em seco

_Não, não tenho uma casa pela cidade. -minto- E já é domingo a noite, por que insiste em me expulsar? vou ter que estar aqui amanhã de manhã de qualquer forma. -pergunto ainda a encarando pondo o garfo de comida em minha boca, reparo por alguns segundos em algumas sacolas em seus braços, havia uma em especifico com uma logomarca de um sex shop.
Franzo o cenho confuso, mas não surpreso. Imaginava que uma mulher como ela tinha algumas coisas do tipo.

-Eu lhe avisei, agora arque com as suas consequências. -ela aponta para mim e sai, mas antes de subir as escadas ela para e fala: -Mantenha-se longe de meus aposentos e não me incomode!

Ela sobe os degraus, sem dizer mais nenhuma palavra. Termino de comer minha comida ainda confuso, mas decido ignorar, a dor de cabeça ainda se fazia presente em mim. Decido assistir algo na sala, preciso espairecer.

_Mulher maluca... -falo comigo mesmo e me deito no sofá, me distraindo com o programa. Trinta minutos depois, a campainha toca, e me pergunto quem era, afinal, era tamanha 21:00 da noite de um domingo.

Abro a porta, um homem da minha altura, por volta dos 25 anos. Vestia uma roupa casual preta e uma corrente de ouro em seu pescoço, sua pele era retinta.  Ele olha para mim confuso, retribuo o olhar. Aquele cara estava relacionado com Scorpione, e minha teoria se confirma com o que vi e ouvi a alguns minutos atrás. 

__Quem é você...? -perguntamos em uníssono

-Ramon! -escuto a voz feminina com o sotaque forte atrás de mim, sigo a direção dos olhos daquele cara e vejo Scorpione com um vestido preto curto e justo, que também deixava seu corpo perfeitamente moldado na veste. Seus cabelos antes presos, estavam soltos caídos sobre suas costas com suas ondas naturais. Seu vestido não continha nenhuma alça, deixando uma pequena parte de seu sutiã rendado a mostra. Ela também calçava saltos finos, mas não extravagantes, sem falar de seu perfume doce mas também forte, que me embriagava como todas as vezes. E é claro, com a máscara cobrindo seu rosto.
Eu não me importava em estar a encarando demais, o tal Ramon também não estava tão diferente de mim. 

𝕾𝐂𝐎𝐑𝐏𝐈𝐎𝐍𝐄 𝐃'𝐎𝐑𝐎 • 𝐕.𝐇Onde histórias criam vida. Descubra agora