𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐗𝐗𝐗𝐕𝐈

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Tenho um segredo

Você pode guarda-lo?

Jure que vai guardar

Melhor guardar em seu bolso 

Levando para o seu túmulo

Se eu te mostrar, então te conheço

Sei que não vai contar a ninguém oque disse

Porque duas pessoas só podem guardar um segredo

Se uma estiver morta.

~Secret


Os raios lunares ultrapassavam as janelas de casa, era o início do inverno em Milão e a pequena garotinha de olhos distintos caminhava descalça pelos corredores da enorme Mansão Ferraro. No auge dos seus dez anos, ela procurava a sua mammina pelos cômodos da casa, pois acabara de acordar de um terrível pesadelo, onde sua querida mammina morria com uma bala alojada em seu peito.

_Mammina? -a voz infantil soou pelos corredores escuros

As bochechas rosadas já se encontravam úmidas por conta das lágrimas. O coração da pequena garotinha era imerso pelo medo, medo daquela enorme casa sombria, medo de todos aqueles homens estranhos que sempre andavam armados, medo dos sonhos onde sua mãe morria, medo do monstro que ela era obrigada a chamar de pai.

Com alguns passos a frente, uma pequena fresta de luz invadiu a escuridão, e ao longe, ela pôde ouvir a doce voz de sua mammina. Ao se aproximar da porta entreaberta, seu coração encontrou paz ao ver a silhueta de sua mãe. A mulher de cabelos escuros e olhos azuis, a pele pálida que parecia brilhar com a luz do luar. Rosa estava em uma ligação, parecia aflita, talvez ansiosa.

_Por favor Diana, não me peça para envolver Artos nisso, o menino tem apenas quatorze anos e está em segurança morando em Roma com a avó. -Rosa falava para a pessoa do outro lado da linha, a todo tempo seus olhos estavam concentrados na janela. - Esta guerra é somente minha e das minhas filhas, Artos não faz parte disso! Ignis foi criado apenas por um motivo, e se eu não for capaz de usa-lo, uma de minhas filhas será.

A garotinha ouvia as palavras de sua mammina atentamente, mas ela estranhava o comportamento da mulher. Sua voz não parecia tão doce e indefesa quanto normalmente é, parecia mais forte, mais sábia, mais poderosa. Os olhos escuros da mulher observavam o jardim lá fora, as órbitas exalavam sede, sede de vingança. Mas de repente, a postura ereta e confiante foi substituída por uma amedrontada.

_E-ele chegou... -a voz de Rosa vacilou ao observar a limosine preta rodeada de outros carros de luxo atravessar os portões da mansão.- Eu farei um retorno, em breve marcaremos a nossa reunião em Guilin. -ela parece concordar com a cabeça ao ouvir a outra pessoa- É sempre um prazer ouvir a sua voz, minha amiga. Até mais...

Rosa pôs de volta o telefone de dico em seu devido lugar. Pareceu se apressar quando virou-se para a porta, mas se assusta ao ver sua filha mais velha encostada no batente.

_Oh Meu Deus! Aithne, querida... - a mammina da garotinha finalmente a percebeu ali. O coração da garotinha de olhos distintos alegrou-se ao ver sua mammina se aproximar e a pegar no colo- Por que está chorando?

_O-os sonhos, mammina, e-eu sonhei com aquilo de novo. -a voz chorosa da pequena Aithne soou baixa, enquanto Rosa limpava suas bochechas.

_Não chore, figlia, eu estou aqui. -a mulher falou enquanto fez Aithne repousar a cabeça em seu pescoço- Temos que ir para o quarto e dormir, tudo bem? Seu pai chegou do trabalho, sabe que ele não gosta de nos ver acordada a essas horas da noite.

𝕾𝐂𝐎𝐑𝐏𝐈𝐎𝐍𝐄 𝐃'𝐎𝐑𝐎 • 𝐕.𝐇Onde histórias criam vida. Descubra agora