𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐗𝐈𝐕

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Eu não danço

Nem me pergunte se eu preciso de um namorado

Então você pode voltar por favor, curta sua festa

Eu estarei aqui

Em algum lugar num canto sob nuvens de maconha 

Com este garoto que está dando em cima de mim

Eu mal consigo ouvir.

~Alessia Cara



Estava eu dormindo quando escuto meu celular tocar, era 23:00 horas da noite. A festa na piscina durou até às 20:00, nem lembro quando foi que cheguei ao meu quarto. Cármen estava ligando

_Alô? -pergunto com a voz ainda sonolenta

-Estava dormindo? Desculpa chefa! -ela da uma risada- Liguei para avisar para a senhora que a assessoria de Loralie mandou um e-mail.

Rapidamente me sento na cama, o sono desaparece do meu corpo, passo minha mão sobre minha franja e logo a deixando cair sobre meu rosto novamente.

_O que ela disse?

-A reunião foi marcada para agora as 00:00, na boate que ela tem no centro da cidade...

_Confirme com ela, estarei lá com toda a liderança do Scorpione.

-Sim, chefa!. -assim desligo fazendo já outra ligação

-Por que está ligando a essa hora? -Elisa pergunta, parece que incomodei seu sono também

_Acorde todo o resto, iremos à boate da Phoenix. -desligo, vou em direção ao banheiro logo tomando um banho frio para dispensar o resto de sono que ainda havia em meu corpo, podia sentir o álcool em meu cérebro, mas nada que eu não possa lidar.

 Vou em meu closet escolhendo algo para a noite. O vestido curto de alças finas, rendado e preto abraça minhas curvas, refletindo a luz das singelas pedrarias com uma aura de sedução. Cuidadosamente, aplico a maquiagem. Meus olhos ganham mais destaque. Ponho um sobretudo de couro também preto em meus ombros, a peça chegava até o meio de minhas coxas. Nos pés um salto fino com algumas pedras nas tiras. Brincos e uma fina gargantilha de diamantes acompanhava meu pescoço. Passo meu perfume acompanhado de meus óleos essenciais, solto meus cabelos e ponho a máscara. Estou farta de usá-la, mas cumpro com minhas palavras, então não vou tira-la até confiar verdadeiramente nele.

Abro uma gaveta escondida no closet e retiro minha glock prateada, o metal brilha. Prendo-a no suspensório da coxa, escondida sob o vestido. Sinto o peso familiar da arma; não faço questão de esconder minha tatuagem ou minha cicatriz, era um lugar frequentado por gente como nós, e quem seria o imbecil de nos afrontar?. Dou um último olhar no espelho antes de sair do quarto, meus saltos ecoando no silêncio da mansão. O brilho dos lustres ilumina o caminho à minha frente, refletindo nas paredes adornadas com obras de arte e espelhos dourados. Desço as escadas vendo que todos já estavam ali, e coincidentemente, todos de preto.

_Boa noite, sinto em atrapalhar o sono de vocês. Mas Phoenix entrou em contato, ela marca uma reunião agora conosco, então que assim seja. Espero que todos estejam devidamente armados, pois apesar de estarmos nos aliando, ainda se trata de uma organização rival. -passo olhar no rosto de cada um.

 Mas um olhar em específico me penetrava. Vincent, me avaliava descadaramente, da cabeça aos pés. Seus olhos não transmitiam malícia alguma, transmitiam apreciação, vontade. Um arrepio sobe em minha nuca. Uma camisa preta gola alta cobria as tatuagens do pescoço, por cima usava uma jaqueta de couro, jeans pouco mais folgados e coturnos, também pretos. Duas correntes de ouro acompanhavam seu colarinho; ele se encosta casualmente à parede, as mãos nos bolsos, como se estivesse completamente à vontade, mas sempre alerta. Ele mexe levemente a cabeça, um gesto quase imperceptível, mas o suficiente para me distrair. Há algo na maneira como ele segura meu olhar que me faz sentir exposta, como se pudesse ver através de minha máscara todos os meus pecados. Vincent tem essa maneira de me observar que me desarma e me desafia ao mesmo tempo. Seus olhos avelã  me analisam com uma intensidade que quase me deixa inquieta. Tento manter meu semblante calmo, ocultando a agitação interna que ele provoca. A voz da loira me puxa de volta aos meus pensamentos.

𝕾𝐂𝐎𝐑𝐏𝐈𝐎𝐍𝐄 𝐃'𝐎𝐑𝐎 • 𝐕.𝐇Onde histórias criam vida. Descubra agora