Sem querer, explodi um posto de gasolina

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Corri em direção ao posto de gasolina, com a Hydra me perseguindo, minha mente trabalhando em possíveis formas de matar a criatura, mas somente um plano vindo na minha mente – um plano digno de Hefesto, com fogo.

Precisava chegar rápido nas bombas de gasolina e conseguir encharcar o monstro com o combustível e atear fogo. As questões que me impediam de atingir o meu objetivo: eu não tinha isqueiro ou fósforo, não tinha dinheiro pra fazer a bomba de gasolina funcionar, e não tinha tempo – a Hydra estava logo atrás de mim.

Estava me sentindo como o Cebolinha quando ele criava um plano infalível para acabar com a Mônica, ele nunca conseguia, mas sempre poderia tentar de novo, no meu caso eu só teria uma chance, se desse errado eu teria uma passagem só de ida para visitar meu tio Hades.

Cheguei em frente a bomba, me virando a tempo de ver o monstro se preparando para soltar jatos de seu ácido venenoso em minha direção. Foi aí que um estalo ocorreu em minha mente.

Senti um repuxo em meu estômago, como se o oceano quisesse sair de dentro de mim, mas não era água que eu precisava manipular agora, era outro líquido – gasolina. Senti a pressão na bomba enquanto a gasolina saía dela e ia em jatos rápidos em direção ao monstro mitológico. No mesmo momento em que os jatos de veneno vinham em minha direção.

Foi uma colisão mortal – como imaginei, o veneno da hydra em contato com a gasolina ia se tornar inflamável, só não imaginei que seria tanto. Não sei explicar o que aconteceu nos próximos minutos, só lembro de um barulho de explosão ensurdecedor, um clarão que poderia deixar qualquer um cego, um calor infernal, a sensação de ser jogada longe e depois a escuridão.

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Voltei a mim quando senti o sabor indescritível do mousse de maracujá que minha avó costumava fazer para mim quando era criança, a sensação de casa pulsando em minhas veias, mas ao mesmo tempo uma sensação de dor – como se meus ossos tivessem se desintegrado.

Me forcei a abrir os olhos e vi Lucy segurando um cantil de Néctar para eu tomar –então o gosto de mousse era isso – Néctar, a bebida dos deuses, para cada pessoa tinha um gosto diferente, o gosto da comida ou bebida favorita da pessoa. No meu caso, o mousse da minha vozinha.

Tentei focalizar minha visão e audição no que estava acontecendo em minha volta, mas tudo estava muito confuso. Sentia como se estivéssemos em movimento.

-O que aconteceu? -questionei Lucy, minha voz soando como um rádio velho.

-O posto de gasolina explodiu, quando cheguei lá você estava jogada na rodovia, achei que tinha morrido. -Falou Lucy -Pensei em te deixar lá, mas achei melhor jogar você para os monstros de Forks devorar.

Acredito que isso foi o jeito da filha do deus da guerra de dizer que estava feliz por eu estar viva.

-Só tive tempo de pegar a picape e colocar você dentro e começar a dirigir antes dos mortais chegarem lá, passamos por 3 viaturas indo em direção ao posto. – Lucy falou, o cenho franzido enquanto prestava atenção na estrada.

-Quanto tempo eu fiquei apagada? – Eu pedi.

-Por uns 40 minutos, poderia ter ficado pelo restante da viagem, eu não ia me importar de não ouvir a sua voz.

Não retruquei, ao invés disso comecei a pensar no que tinha acontecido a pouco, provavelmente só sobrevivi a explosão por causa da natureza do meu pai, filhos de Poseidon tem alguma imunidade ao fogo. Lembro de alguns verões atrás quando alguns filhos de Hermes colocaram fogo em um boneco de treino da arena de esgrima durante uma pegadinha. O fogo se alastrou muito rápido e quando fui mais perto para convocar água para acabar com as chamas acabei sendo atingida, mas ao invés de uma queimadura senti somente um calor, e nem ficou nenhuma marca.

Acredito que como fui jogada longe durante a explosão do posto, não tive tempo de me queimar também, pois tudo aconteceu muito rápido e não estive em contato com as chamas por muito tempo.

-Ei Lucy, você está bem? O ácido da Hydra te acertou em cheio lá atrás.

-Qual é rainha das poças – Lucy riu de mim -Precisa de muito mais do que baba de monstro pra derrubar uma filha de Ares.

Ué, mas ela LITERALMENTE caiu no chão quando foi atingida pelo veneno, pensei comigo mesma, mas guardei o argumento para mim pois ela podia me jogar da picape em movimento.

Alguns quilômetros a frente uma placa mostrava que estávamos chegando em nosso destino: "The city of Forks welcomes you" (A cidade de Forks recebe você).

The Sea Daughter and the Immortal Beauty - Rosalie HaleOnde histórias criam vida. Descubra agora