Vinho de uvas, não de sangue

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Voltei ao trailer e contei tudo que descobri à Lucy, que já estava de volta da vigia, sentada na poltrona assistindo algum filme de guerra na TV e comendo um pedaço de pizza de procedência duvidosa. Fin ainda não estava de volta.

-Faz sentido eles serem algum tipo de vampiro. Já que são todos hmm... bonitos demais. - Ela fala, posso jurar que ela estava corando um pouco. – E sabe, tem muitas lendas que dizem que os vampiros são lindos, tipo as empusa.

Prendo uma risada, e faço que sim com a cabeça, pensei em deixar para lá, mas não podia perder uma oportunidade como essa:

-Realmente, eles são lindos. – Concordei. – E o doutor também é bonitão que nem os "filhos", então?

-Cale a boca, Bianchi ou vou te chutar do trailer até você deixar de ser lesada. – Lucy diz com o rosto mais vermelho ainda, dessa vez o constrangimento misturado com a raiva por mim.

-Calma cara! Deixe-me primeiro falar com o Quiron, Ok? – falei rindo. – Depois deixo você tentar me chutar, quero ver você conseguir.

Saio da sala correndo e me tranco no banheiro, a filha de Ares tentando me pegar.

-Lucy, vê se não derruba a porta, o nosso chefinho vai botar a gente pra correr daqui! -Falo tentando colocar um pouco de juízo na cabeça dura.

-Tua sorte é que a gente precisa desse trailer, Rainha das Poças, senão eu já teria te arrancado desse banheiro! – A semideusa grita do outro lado da porta.

Com ajuda da água do chuveiro crio um arco-íris para enviar uma mensagem de Iris.

"Ó deusa Iris, por favor aceite minha oferenda, me mostre Quiron, no Acampamento Meio-Sangue"

Jogo um dracma e espero a magia acontecer, uns segundos depois tenho a imagem de Quiron na minha frente, em sua cadeira de rodas, cadeira essa que esconde a parte de baixo de seu corpo de centauro - o tronco de cavalo. Pelos palavrões que escuto, acredito que Quiron está jogando Pinochle com o Sr. D, o diretor do acampamento, que fica um pouco temperamental quando perde o jogo para o centauro, ou seja, sempre.

-Marina, que bom ver você criança. - Quiron fala sorrindo. – Já estava ficando preocupado com a falta de notícias de vocês.

-Já estava com saudades de você Q – falo o apelido do centauro. – Estávamos tentando achar informações sobre os monstros antes de entrar em contato.

-Espero que você tenha ótimas informações. -Escuto a voz do Sr. D e ele aparece na visão da mensagem, se metendo na conversa. -Já que você atrapalhou o jogo que eu estava pra ganhar, garota da água.

-Sim, tenho certeza de que ia ganhar essa sim, Sr. D – falo tentando não irritar MUITO ele, já que ele poderia me incinerar. – Peço desculpas por interromper o jogo de vocês.

O nome do Sr. D é Dioniso, sim, esse Dioniso, o cara do vinho, das festas e da loucura, um dos deuses grandes. Como não é bom ficar falando o nome dos deuses por aí sendo um semideus, a gente simplesmente o chama de Sr. D.

-Então Marina, nos conte o que descobriu. - Pede Quiron.

-Ao que parece são 8 monstros Q, seis "irmãos" que estudam na escola com a gente e os seus "pais", o pai é médico no hospital da cidade, a mãe ainda não vimos. Eles são todos muito parecidos e ao mesmo tempo muito diferentes uns dos outros.

- "Parecidos e diferentes ao mesmo tempo" - Sr. D diz com a voz distorcida falhamente tentando me imitar. - Quiron o que acontece com essas crianças? Você sabe que eu entendo de loucura, e te afirmo que essa filha do velho Barbas de Cracas não está batendo bem da cabeça falando uma coisa dessas.

The Sea Daughter and the Immortal Beauty - Rosalie HaleOnde histórias criam vida. Descubra agora