Após o final das aulas do dia, voltamos ao estacionamento de trailers, o dono do local pediu para mim e Lucy fazermos a limpeza de um dos trailers que agora estava desocupado. Juro pra vocês, naquele trailer deveria morar um serial killer, parecia um cenário de filme de terror, Lucy ficou irritada o tempo inteiro de limpeza, a sua irritação causando a minha também.
Acabamos brigando, Farofin tendo que nos separar antes que o nosso senhorio aparecesse. Tudo que não precisávamos era ser expulsos do trailer e ter que morar os 3 na picape.
Quando acabei a limpeza fui dar uma caminhada, tentar achar alguma ninfa, nos rios ou florestas, que pudesse me dar alguma informação sobre a família Cullen. Elas teriam alguma coisa pra me contar, elas sempre têm, ninfas são conhecidas por gostar de uma fofoca, as vezes algumas são mais fofoqueiras que Jessica Stanley.
Caminhei por uns 30 minutos até chegar em uma ponte que passava por cima de um rio, provavelmente aquele era o melhor lugar para achar ninfas, pelo rio e pela floresta que costeava a água. Saí da estrada e adentrei a floresta, pinheiros e outras árvores que não sabia o nome à minha volta.
Enquanto eu procurava por informações, Lucy ia ficar de tocaia na frente do hospital para ver se o Dr. Cullen estava por lá - e se tinha cara de monstro também.
Farofin, por sua vez, vigiava a casa dos semideuses, com medo de que monstros os atacassem. Seria mais fácil para nós simplesmente tirá-los logo da escola e levá-los ao acampamento, mas seria mais difícil para eles, imaginem alguém chegar em você dizendo que toda mitologia é real, que você está em perigo porque é filho de algum deus ou deusa grega, e que por isso os monstros querem te comer.
E para se salvar você precisará ir para um lugar chamado Acampamento Meio-Sangue confiando em adolescentes desconhecidos para te levar lá.
Primeiro vamos resolver a situação com os monstros, e se a cidade estiver segura depois disso, podemos deixar os semideuses vivendo sem ter conhecimento sobre o mundo grego por mais algum tempo, afinal eles são só crianças, merecem aproveitar o tempo de inocência e paz que os resta antes de terem que enfrentar os perigos que vem junto com o conhecimento de ser um semideus.
Encontrei uma dríade – ninfa da floresta – quando havia adentrado uns 100 metros pela mata, ela disse que não tinha muito como me ajudar, já que ela não podia se afastar muito de sua árvore, mas que ela tinha ouvido por um sátiro que um grupo de criaturas morava próximo ao rio Sol Duc – um rio a mais ou menos duas milhas daqui.
Voltei para a estrada e segui em direção ao norte, tentando achar o Sol Duc River, caminhei por uns 45 minutos até avistar o rio, a chuva começando a cair com força neste meio tempo. Percebi algumas náiades acenando para mim, me aproximei de onde elas estavam.
As ninfas sorriram para mim me cumprimentando, por ser filha do deus do mar, criaturas de água tendem a gostar de mim, elas pareciam amigáveis e me agradeceram por ter parado para conversar com elas, me senti terrível, provavelmente não teria parado se não precisasse de informações. Talvez para me redimir um pouco, ouvi tudo o que elas tinham para me dizer, e prontamente aceitei quando elas me pediram ajuda, ao que parecia esse rio desembocava em uma praia chamada La Push, onde um golfinho se encontrava com problemas com uma rede de pesca.
Era normal os animais marinhos me pedirem ajuda, acontecia direto no acampamento, como eu posso entendê-los ficava mais fácil ajudá-los e eu gostava de suas companhias também, afinal a água é meu habitat natural.
As ninfas me deram uma carona pelo rio até a praia, no caminho pedi para elas sobre os Cullen, elas me contaram que várias vezes puderam pegar relances deles correndo pela beira do rio, segundo o que uma delas falou eles eram muito rápidos, parecendo uma rapidez inumana, a outra náiade complementou dizendo que já viu eles caçando animais pela região.
Caçando com armas? Pedi pra elas, rindo elas sinalizaram que não, que eles caçavam com as mãos, derrubando os animais, em sua maioria cervos e ursos, e sugando seu sangue.
Okay, isso explica muita coisa, se alimentam de sangue, tem velocidade e força sobre-humanas, pelo que percebi com a bolada da Rosalie. Só uma possibilidade veio em minha mente: Os Cullens são Vrykolakas – o nome grego para vampiros, podiam ser alguma variação da raça, ou empusas, já que também são criaturas que bebem sangue e tem uma beleza avassaladora. Uma coisa eu tinha certeza, eles eram algum tipo de sanguessuga.
Fiquei pensando nisso e em o que fazer até chegar em La Push, precisava falar logo com Fin e Lucy.
As náiades me levaram até onde o rio se encontrava com o mar, por não ser mais água doce a partir daí elas não poderiam avançar mais, agradeci a elas e mergulhei, focando minha mente em me manter seca, um cardume de peixes que estava por lá me levou até onde o golfinho estava.
O animal estava bastante assustado, com uma rede de pesca presa em sua barbatana, tentei acalmá-lo.
Ei, calma carinha, estou aqui pra te ajudar. -Falei para ele com a voz tranquila- vou cortar a rede e te libertar.
Como estava embaixo da água talvez tudo o que tenha saído da minha boca poderia "Blur Blur Blur" ou algo do tipo, mas como sempre acontece, os animais marinhos entenderam o recado.
Apertei na pulseira em meu pulso e vi Thalassa, minha espada, aparecer em minhas mãos, o brilho do bronze iluminando o fundo do mar. Com cuidado segurei a barbatana do golfinho e cortei a rede de pesca.
-Pronto, amigo, está livre agora. – falei carinhosamente. -Tome cuidado com os pescadores por aí.
"Muito obrigada pela ajuda, filha do deus do mar"
Escuto a voz do golfinho em minha mente, me agradecendo.
-Que isso cara, não precisa agradecer. Se vocês precisarem estou aí pra ajudar. – Falo com sinceridade.
O golfinho me pede para segurar em sua barbatana e me dá uma "carona" de volta para a superfície. Aproveito para olhar pela primeira vez de verdade para a praia de La Push, me encantando com o cenário em minha volta, continuava chovendo, a chuva e o céu escuro fazendo a paisagem daquela parte litorânea ficar ainda mais harmônica.
Havia algumas pequenas ilhas ao alcance da minha visão, nessas ilhas formações rochosas e falésias criavam uma imagem muito bonita, digna de ser um plano de fundo do Windows.
Esperava voltar ali em algum momento para nadar ou surfar, e para explorar essas ilhas. Mas agora eu tinha uma coisa mais urgente para fazer: precisava pedir a opinião de Quiron sobre o que fazer em relação aos Cullens.
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The Sea Daughter and the Immortal Beauty - Rosalie Hale
VampireMarina tinha um plano: Atravessar o país viajando de Nova York até o estado de Washington, matar uns monstros por lá e depois voltar para o Acampamento Meio-Sangue, era simples. Mas a garota deveria saber, nada é simples na vida de uma semideusa. As...