Ao que parecia, Forks era uma pequena cidade, quando adentramos em direção à área central do lugar, percebemos que praticamente tudo se concentrava em uma única rua -algumas lojas, um salão de beleza, alguns poucos restaurantes e bares. Algumas ruas transversais levando para o que deveriam ser bairros residenciais, poucos carros na rua.
-Então, por onde começamos a procurar Farofin? -eu pedi – ainda é muito cedo para procurarmos na escola.
-Não é como se pudéssemos dar um telefonema – Lucy respondeu – Vamos dirigir por aí.
Um fato sobre semideuses: é muito perigoso termos celulares ou telefones em geral, algum de nós telefonar para alguém é como acender um sinal luminoso para os monstros falando "ei, estou aqui".
-Vou tentar enviar uma mensagem de Iris pra ele – eu falei -vamos achar um lugar onde conseguimos ver o sol, pra fazer um arco-íris.
-Vai ser difícil Bianchi, Forks é uma das cidades mais chuvosas da América. Vamos tentar criar um arco-íris com névoa.
A rainha hippie tinha razão, no momento não estava chovendo, mas podíamos ver o chão molhado como se tivesse chovido a pouco, e nuvens carregadas no céu.
Estacionamos a picape próximo a uma igreja, ao lado de uma poça de água, como ainda era cedo, não víamos ninguém pela rua, ainda bem, seria estranho algum mortal nos ver fazendo uma "chamada de vídeo" por meio de uma poça de água.
Lucy fez alguns movimentos com a mão, manipulando a névoa para criar um arco-íris, logo víamos o arco colorido acima da poça. Joguei um dracma de ouro ali e recitei:
"Oh Iris, deusa do arco-íris, por favor aceite minha oferenda, nos mostre o sátiro Farofin Woods na cidade de Forks"
Onde antes víamos a poça, agora víamos a imagem em alta definição de um Farofin dormindo, as pernas de bode aparecendo, e cobrindo a parte de cima de seu corpo, uma camiseta com os dizeres "o sátiro mais sexy de Long Island" manchada de -possivelmente- refrigerante.
-ACORDA BODE! – Lucy gritou com toda delicadeza do mundo (só que não)
O sátiro deu um pulo e olhou para todos os lados assustado, pegando sua flauta de bambu e empunhando como uma espada.
-Calma cara, somos nós, Marina e Lucy -ele ainda tentava nos achar – na sua esquerda amigão, chamada de íris aqui.
Ele finalmente virou em nossa direção, dava pra ver seu rosto suado – Sátiros suam?
-Caramba meninas, vocês me assustaram! Nós sátiros temos o coração frágil. – Farofin dramatizou.
-Tá bom cara, foi mal – falei para evitar mais drama matinal – Acabamos de chegar em Forks, onde você está?
-Consegui um trailer a umas quatro quadras da escola – Farofin disse – o dono me deixou ficar aqui se eu cuidasse dos cavalos dele. Onde vocês estão agora?
-Estamos do lado de uma igreja -respondi, procurando alguma placa que pudesse me informar o nome, não foi fácil decifrar o que estava escrito por causa da dislexia– Igreja Tatisba... Acho que é Batista, de Forks. Igreja Batista de Forks
-É aqui pertinho – falou o sátiro, chacoalhando a mão para acabar com a mensagem de Iris– Me esperem aí. Já estou indo buscar vocês.
-Espero que ele lembre de vestir uma calça. – Falei.
Lucy ia rir, até perceber que eu estava olhando pra ela, então fechou a cara imediatamente.
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The Sea Daughter and the Immortal Beauty - Rosalie Hale
VampiroMarina tinha um plano: Atravessar o país viajando de Nova York até o estado de Washington, matar uns monstros por lá e depois voltar para o Acampamento Meio-Sangue, era simples. Mas a garota deveria saber, nada é simples na vida de uma semideusa. As...